Minha mãe
Lembro-te, mãe, revendo a nossa casa…
O pequeno jardim, o poço, a horta…
O vento brando que transpunha a porta,
Afagando o fogão de lenha em brasa…
Esfregavas a roupa na bacia…
Eu ficava na rede, aos teus desvelos…
Depois, vinhas beijando-me os cabelos,
A embalar-me, cantando de alegria.
Dorme, dorme, prenda minha,
Dorme agora, meu amor,
És a joia que eu não tinha,
Prenda minha, minha flor!
Lá no Céu tem três estrelas, prenda minha,
Todas são de prata e luz…
Lá do Céu você me veio, prenda minha,
Por presente de Jesus!…
E lá se foi o tempo, ante as mudanças…
Cresci, fiquei rebelde… Estradas novas…
Entrei no mundo grande, em grandes provas,
Carregando saudades e esperanças…
Hoje, volto a rever-te, mãe querida!…
Quero dizer-te, em minha gratidão,
Que és o amor sempre amor em minha vida,
E a própria vida de meu coração.
Do livro Dádivas de amor, obra psicografada pelo
médium Francisco Cândido Xavier.