Viver e conviver
“Discordo do que
você diz, mas
defenderei até à
morte seu
direito de
dizê-lo.” (Voltaire)
A vida por si só
exige formas de
pensar e agir. Durante
um dia, nós
temos
incontáveis
pensamentos para
serem
administrados. É
a partir deles
que moldamos
nossas condutas
que,
invariavelmente,
trarão
resultados bons
ou maus,
dependendo da
qualidade deles.
Atentemos para a
questão 766 d’ O
Livro dos
Espíritos: “A
vida social está
na natureza? –
Certamente. Deus
fez o homem para
viver em
sociedade. Não
lhe deu
inutilmente a
palavra e todas
as outras
faculdades
necessárias à
vida de
relação”.
Nossas
necessidades se
fazem presentes
logo ao
nascermos.
Precisamos do
acolhimento e de
cuidados
imediatos,
vivenciando os
primeiros
momentos da vida
social, na qual
a família nos
concede o amparo
e zelo. É nessa
condição que o
ser humano dá o
primeiro sinal
como “ser
político”,
negociando pelo
choro o
aquecimento ou o
alimento que lhe
falta...
Daí por diante,
a vida segue. Os
percalços que
nos chegam são
próprios dos
caminhos que
trilhamos,
servindo como
aprendizado,
deixando-nos a
experiência. Os
esforços são
constantes e,
dependendo das
ocorrências,
somos impelidos
a raciocinar com
mais intensidade
para a superação
dos desafios.
Importante
ressaltar que o bom
senso deve
nortear as
nossas decisões,
para que
possamos obter
bons resultados
através do
nosso equilíbrio
emocional.
O açodamento não
deve existir em
nenhum momento
de nossas ações.
Ele reflete a
nossa
impulsividade,
que busca
sempre o
“imediatismo”,
cujos resultados
nem sempre são
bons. A solução
com a devida
maturidade
requer paciência
e, como tal, não
pode ocorrer no
tempo que
desejamos.
Todos os
caminhos da
existência
exigirão essa
postura e daí
tiraremos o
melhor proveito
nas ocasiões
mais difíceis. É
dessa forma que
adquirimos
experiência e
evoluímos para
enfrentarmos o
dia a dia. Tudo
isso é uma
constante em
nossas vidas.
Sabendo dessa
realidade,
busquemos pela
razão encontrar
a melhor maneira
de “viver” com
equilíbrio,
administrando os
momentos mais
nebulosos,
valendo-nos da
inteligência
emocional, que
será a porta do
êxito esperado.
Nesse contexto,
citamos Daniel Goleman
no livro Inteligência Emocional,
pg.39, em que
cita Aristóteles
e seu livro Ética
a Nicômaco:
“(...) Em Ética
a Nicômaco, inquirição
filosófica de
Aristóteles
sobre virtude,
caráter e uma
vida justa, está
implícito o
desafio à nossa
capacidade de
equilibrar razão
e emoção”.
Quanto à
convivência, as
dificuldades são
muito maiores! É
necessário que
tenhamos empatia
ao interagirmos
com a sociedade
a partir do
nosso lar. Todos
nós somos
diferentes e por
isso precisamos
nos esforçar
para aceitar as
ideias dos
outros e, nesse
particular,
exercitemos a
tolerância. Não
quer dizer que
concordemos com
tudo que nos
chega, mas o
direito de cada
um deve ser
respeitado.
As divergências
existem por
conta de muitos
que se acham no
direito de
“impor” suas
ideias. Deus nos
deu o
livre-arbítrio
para que
escolhêssemos o
caminho a
seguir. Por
conseguinte,
ninguém tem o
direito de impor
ao outro nossa
forma de pensar
e viver. Como
Espíritos, temos
nossa
individualidade
com as vivências
e experiências
próprias, com o
direito de nos
expressarmos com
os outros. Mas
em sociedade há
regras,
direitos,
deveres e
responsabilidades!
No convívio
diário é
necessária a
pratica do
princípio da
“alteridade”,
que se pode
dizer como sendo
“a aceitação de
que há pessoas e
culturas
singulares e
subjetivas que
pensam, agem e
entendem o mundo
de suas próprias
maneiras”. Essa
prática
oportuniza-nos o
caminho para
convivermos numa
sociedade justa,
equilibrada,
democrática e
tolerante,
ensejando que
todos possam
expressar-se com
respeito às
ideias alheias.
Em síntese, ela
consiste em
colocar-se o
indivíduo no
lugar do outro.
No livro Conviver
e Melhorar,
pg.5, de
Francisco do
Espírito Santo
Neto, ditado
pelos Espíritos
Lourdes de
Catherine e
Batuíra, temos:
“O caráter
distintivo das
pessoas é um
produto complexo
das influências
do meio em que
viveram desde os
primeiros dias
como bebê (em
alguns casos,
mesmo antes, no
próprio ventre
materno) somado
às
predisposições
inatas
(resultado de
vidas
pretéritas)”.
Essa
complexidade
torna-se
obstáculo para
muitos que
preferem o
desregramento.
Conviver exige
renúncia e
entendimento das
nossas
qualidades e
defeitos,
estendendo essa
concepção para
os nossos
semelhantes.
Depreende-se,
assim, que
conviver é um
grande desafio
que precisamos
vencer para que
nossas
existências
sejam fraternas
e harmoniosas. Vivemos
buscando a
perfeição
relativa que nos
cabe alcançar. O
tempo dependerá
do nosso grau de
evolução. Pelo
esforço
continuo,
procuremos
aprimorar nossas
qualidades e
corrigir os
equívocos que
trazemos na
bagagem dos
tempos...
Augusto Cury no
seu livro Treinando
emoções para ser
feliz,
pg.102, diz:
“Não se feche
dentro de seu
mundo. Não há
gigantes no
território da
emoção, todos
somos eternos
aprendizes”. (Viva
o dia de hoje em
plenitude.
Amanhã, pode ser
que você não
tenha um novo
dia.)