O convite é feito!
Estamos prontos para aceitá-lo?
“É por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos
se esfriará.“ Jesus (Mateus, 24:12.)
O Sermão Profético é uma das mais poderosas parábolas
que Jesus apresentou à humanidade. Suas imagens
profundas e penetrantes são relatos seguros, sábios,
através da figura de linguagem, expondo o movimento das
transformações imprescindíveis à iluminação das almas
dentro do que foi anunciado: “Toda planta que meu Pai
Celestial não plantou será desenraizada” (Mt,15:13).
Podemos entender, deste modo, através de Kardec, em O
Livro dos Espíritos, questões 728, 737 e 740, por
meio dos Espíritos Superiores, que é necessário que tudo
se destrua para renascer e se regenerar. Isso que
chamamos destruição nada mais é que a transformação,
cujo objetivo é a renovação e o melhoramento dos seres
humanos.
Os flagelos acontecem e são necessários para fazerem que
as coisas cheguem mais prontamente a uma ordem melhor,
realizando-se em alguns anos o que necessitaria de
muitos séculos. Eles são provas que nos proporcionam a
ocasião de executar a inteligência, de mostrar a nossa
paciência e a resignação ante a vontade de Deus, ao
mesmo tempo que permite desenvolvermos os sentimentos de
abnegação, de desinteresse próprio e de amor ao próximo,
se ele não for dominado pelo egoísmo.
Sempre visando o progresso geral, a mensagem do Mestre
invariavelmente aborda o que interessa e o que ocorre no
íntimo das criaturas, pois o poder é do Espírito e, por
efeito de oscilações vibratórias, é que a matéria se
organiza ou se desordena. Pois a matéria é o liame que
escraviza o Espírito; é o instrumento que o Espírito usa
e sobre o qual exerce sua ação. Por isso a importância
da união do Espírito à matéria, para dar inteligência a
esta.
Esta união é necessária para a manifestação do Espírito,
porque não estamos organizados para percebê-lo sem a
matéria, pois nossos sentidos não foram feitos para
isso.
Sempre houve as leis do princípio e do desenvolvimento
geral para que pudéssemos alcançar patamares mais altos,
por meio das encarnações, como observamos no livro A
Caminho da Luz, psicografia Chico Xavier, ditado
pelo Espírito Emmanuel: ”Sob a orientação misericordiosa
e sábia do Cristo, laboravam na Terra numerosas
assembleias de operários espirituais. Os artistas da
espiritualidade edificavam o mundo das células iniciando
nos dias primevos a construção das formas organizadas e
inteligentes dos séculos vindouros”.
O grande desafio da evolução é vencer a ilusão que a
matéria engendra na mente dos homens, permanecendo
desperto para os reais valores do Universo como Espírito
consciente e não mais como fruto de forças cegas que
escravizam os sentidos e são propostas ao nada, à
perdição.
O trabalho de iluminação de nossa própria alma é o
esforço individual que deve começar com o autodomínio,
com a disciplina dos sentimentos egoísticos e
inferiores, com o trabalho silencioso por exterminarmos
as próprias paixões. O conhecimento é a porta amiga que
nos conduzirá aos raciocínios mais puros, porquanto na
reforma definitiva do nosso íntimo é indispensável o
golpe da ação própria, no sentido de modelarmos nosso
interior, na sagrada iluminação da vida.
A transição é sempre a aproximação entre dois polos,
entre duas realidades.
Atualmente, a humanidade vive o lusco-fusco, sombra e
luz de uma transição entre a fase de expiações e provas
e outra conhecida como regeneração. Se vivermos bastante
para abranger com a vista as duas vertentes da nova
fase, parecerá que um mundo novo surgiu das ruínas do
antigo, quando o caráter, os costumes, os usos, tudo
estará mudado. É que surgirão homens novos, ou seja,
regenerados. As ideias que a geração que se extinguiu
levou consigo cederá lugar a ideias novas que
desabrocham com a geração que se ergue.
Estamos na transição colocados no ponto intermédio,
assistindo à partida de uma e à chegada de outra,
assinalada cada uma no mundo pelos caracteres que lhes
são peculiares. O que distingue os Espíritos atrasados,
em primeiro lugar, é a revolta contra Deus, a propensão
instintiva para as paixões degradantes, para os
sentimentos antifraternos de egoísmo, de orgulho, de
inveja, de ciúme, enfim, o apego a tudo o que é
material. Desses vícios é que a Terra tem de ser
expurgada, pelo afastamento dos que se obstinam em não
emendar-se por serem incompatíveis com o reinado da
fraternidade. Quando a Terra se achar livre deles,
caminharemos sem óbices, atalhos, barreiras para o
futuro melhor, que estará reservado, mesmo neste mundo,
pelos esforços e pela perseverança, enquanto esperamos
que a depuração mais completa nos abra o acesso aos
mundos superiores.
Percebemos, então, que a transição se opera de tempos em
tempos, visando à renovação de toda a humanidade, como
uma casa em reforma. Assim é a humanidade, um ser
coletivo em que se operam as mesmas revoluções morais
pelo qual todo ser individual passa, com a diferença de
que umas se realizam de ano em ano e outras de século em
século.
Lembremos o evangelista Mateus, no capítulo 26,
versículo 39: “Então, os que estiverem na Judeia fujam
para os montes”, referindo-se Jesus aos instantes
dolorosos que assinalariam a renovação planetária. A
advertência é profunda, porque pelo termo Judeia devemos
tomar a região espiritual de quantos pelas aspirações
íntimas se aproximem do Mestre para a suprema
iluminação.
É chegado o instante de se retirarem os que permanecem
presos à matéria, ao mundo, para alcançar os montes das
ideias superiores. É indispensável manter o discípulo do
bem nas alturas espirituais sem abandonar a cooperação
elevada que o Senhor exemplificou na Terra.
Que aí consolide a posição de colaborador fiel,
invencível na paz e na esperança, convicto de que, após
a passagem dos homens da perturbação, portadores de
destroços e lágrimas, são os filhos do trabalho que
semeiam a alegria de novo e reconstroem o edifício da
vida.
Num contexto de provas e testemunhos a requisitar novas
concepções e nova postura dos indivíduos, o abatimento,
por efeito do instinto de conservação exacerbada, como o
apego, a rigidez mental pode induzir-nos ao resfriamento
do amor, ou seja, permitir a instalação do desencanto da
alma através da depressão, o medo, como também da
revolta.
Somente o homem, herói da inteligência guarda consigo a
carantonha do pessimismo, qual se fora gênio irado e
desiludido interessado em destruir o que lhe não
pertence. Entretanto, por toda parte há convites à
edificação e ao aprimoramento, desafiando-nos à ação no
engrandecimento comum.
É necessário acordar o coração e atender dignamente à
parte que nos compete no drama evolutivo da caminhada,
sem queixa ou desânimo, pois cada qual recebe o quinhão
de luta imprescindível ao aprendizado que devemos
realizar. A grande questão é obedecer a Deus, amando-O e
servir ao próximo com boa vontade.
O Evangelho será sempre pregado aos povos para que
compreendamos e alcancemos os fins superiores da vida.
Quando o Mestre louvou a persistência, evidenciava a
tarefa árdua dos que procuram as excelências do caminho
espiritual.
As portas do Céu permanecem abertas, nunca foram
cerradas. Todavia, para que nos elevemos até ela,
precisaremos desenvolver as asas do amor e da sabedoria,
por isso, o supremo Senhor concede-nos extensa cópia do
material de Misericórdia, nos dando a oportunidade,
porém cabe a cada um de nós o dever de talhá-las.
Bibliografia:
KARDEC, Allan - A Gênese - Editora
FEB - Brasília/ DF - 28 Edição - 1985 - capítulo 18-
itens:12,13 a 28.
——|————— O Livro dos Espíritos -
Editora FEESP - São Paulo/ SP -16 edição - 2015-
questões:22a,25, 25a.
XAVIER, Francisco, Cândido- A Caminho
da Luz- Editora FEB- 38 edição- Brasília/ DF- 2013-
capítulo 2- subtítulo: As construções celulares.