Samaritanos e nós
Quem de nós não terá caído, alguma vez, em abandono ou
penúria, aflição, amargura, engano ou perturbação?
À face disso, para nós o samaritano da bondade — a
criatura que nos reergue ou reanima — será sempre aquela
pessoa:
que nos acolhe nos dias de tristeza com a mesma
generosidade com que nos abraça nos instantes de
alegria;
que nos estima, assim tais quais somos, sem reclamar-nos
espetáculos de grandeza, de um dia para outro;
que nos levanta do chão das próprias quedas para o
regaço da esperança, sem cogitar de nossas fraquezas;
que nos alça do precipício da desilusão ao clima do
otimismo, sem reprovar-nos a imprevidência;
que nos ouve as queixas reiteradas, rearticulando sem
aspereza o verbo da paciência e da compreensão;
que nos estende essa ou aquela porção dos recursos de
que disponha, em favor da solução de nossos problemas,
sem pedir o relatório de nossas necessidades e
compromissos;
que nos oferece esclarecimento, sem ferir-nos o brio;
que nos ilumina a fé, sem destruir-nos a confiança;
que se transforma em harmonia e concurso fraterno, seja
em nossa casa, ou no grupo de serviço em que
trabalhamos;
que se nos converte no cotidiano em apoio e cooperação,
sem exigir-nos tributos de reconheci mento;
que, por fim, se transubstancia, em nosso benefício, em
luz e consolação, amparo e bênção.
Detenhamo-nos a pensar nisso e lembrando,
reconhecidamente, quantos se nos fazem samaritanos do
auxílio e da bondade, nas estradas da existência,
recordemos a lição de Jesus e, diante dos outros, sejam
eles quem sejam, façamos nós o mesmo.
Do livro Aulas da Vida, mensagem
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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