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por Waldenir A. Cuin

 

As muitas formas da violência


“E para que a paz se faça, na senda em que marchamos, é preciso que à custa de nosso próprio esforço se faça a paz em nós, a fim de que possamos irradiá-la, em tudo, no amparo vivo aos outros.” Emmanuel, em Palavras de Vida Eterna, psicografia de Chico Xavier.


Com frequência acredita-se que a violência se expressa apenas por agressões físicas, quando na verdade está presente numa série de manifestações no seio da coletividade, espalhando sofrimento e indignação em todos os quadrantes.

Pela palavra em desequilíbrio, esse veículo poderoso de expressão dos pensamentos e sentimentos, ferimos e maltratamos pessoas, destruímos reputações, criamos situações dolorosas e angustiantes.

Pelo olhar destrambelhado, muitas vezes fulminamos irmãos de jornada, mesmo na família e então, nesse contexto, produzimos infelicidades e indignação.

Pelos gestos desalinhados e sem controle, conseguimos agredir até mesmo nossas mais caras afeições, construindo, dessa forma, relacionamentos doentios e perturbadores.

Pela força física, quando impulsionada pela raiva e ira, machucamos criaturas e damos demonstrações de ferocidade e descontrole emocional.

Na verdade, a violência ainda é um grande desafio para o ser humano. Mesmo que se busque insistentemente pela paz, nossas atitudes e procedimentos, em nosso estágio de evolução, com muita frequência, demonstram que caminhamos na contramão dessa nobre conquista.

Nenhuma criatura, em plena lucidez de raciocínio, deseja experimentar os reflexos pesados da violência. Assim como gostamos de ser bem tratados, obviamente pela lógica precisamos, no mínimo, tratar bem as pessoas.

Nosso silêncio e indiferença para com as dores alheias que nos circundam podem, também, se caracterizar como violência, pois que a omissão fará com que o quadro de sofrimento se prolongue.

Então, antes de gritarmos pela paz ou lamentar as ocorrências que promovem a discórdia, a intolerância, o preconceito e o ódio, procuremos observar, detalhadamente, se de nossa parte também não estamos contribuindo para que a guerra se instale no meio em que vivemos.

Pelas armas o homem pode tirar a vida de seu irmão, e pela violência manifestada em todas as suas mais cruéis maneiras é possível que matemos, no ser humano, a esperança, a alegria, o idealismo, o otimismo e a coragem, fazendo nascer o fosso profundo das infelicidades e tormentas sociais.

Na mente e no pensamento repousa a base daquilo que vamos materializar no quotidiano. Assim sendo, aprendamos a controlar o que vai pelo pensamento, para que tenhamos tempo de refletir sobre o que é ou não é propício seguir adiante.

A nossa adequação a padrões mais tranquilos de comportamento, por certo, não será tarefa fácil, mas imprescindível para a melhoria do ambiente em que vivemos.

Entendendo que todos somos criaturas originadas do mesmo Pai celestial, portanto compondo uma família de grandes proporções, dentro de uma irmandade imensa, será possível a compreensão de que todos desejamos a mesma paz, portanto, mesmo com sacrifícios, evitemos vibrar negativamente uns contra os outros.

A paz definitiva somente a alcançaremos quando todos estivermos pacificados.

Reflitamos.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita