Compadece-te dos teus
A nossa petição pode parecer estranha: “compadece-te
daqueles que mais amas”.
Entretanto, o apelo não pode ser outro naquilo que
pretendemos dizer, porquanto, no Plano Físico, não raro,
externamos a capacidade afetiva com enorme peso de
autoridade.
Compadece-te de teus pais no mundo.
Nem sempre pairam eles na altura espiritual que desejas.
Doaram-te, no entanto, o corpo em que vives.
Protegeram-te carinhosamente na infância. E se não
puderam sustentar a harmonia recíproca ou se foram
defrontados por lutas e conflitos que se viram incapazes
de sobrestar, ama, mesmo assim, fora de exigências e
críticas, porque também eles se acham a caminho do
Entendimento Maior.
Compadece-te de teus filhos.
Se não conseguiram abraçar experiências semelhantes às
tuas ou se não dispõem de recursos para te concretizarem
os planos de família é que carregam no mundo encargos
diferentes. Ama na estrutura espiritual com que te
vieram aos braços, conforme as induções das Leis Divinas
e libertas de qualquer cativeiro afetivo, conquanto
auxiliando-os tanto quanto se te faça possível, para que
se realizem nas tarefas que trouxeram de novo à
existência.
Compadece-te dos familiares e dos amigos.
Embora te respeitem e te estimem, no curso de muitas
ocasiões, encontram empeços e tribulações que
desconheces. E, em muitos casos, precisam de tua paz a
fim de que se entrosem no campo de determinadas
obrigações.
Compadece-te dos corações queridos a que te vinculas.
Apesar do imenso afeto que te consagram, em certos
lances da estrada humana, são eles chamados a resgates e
provas, por vezes difíceis, e de que nem sempre se
desvencilham senão com largas coberturas de trabalho e
de tempo.
Amar é servir, compreender, auxiliar, abençoar,
libertar…
Que o teu amor seja paz e vida, alegria e esperança
naqueles a quem ofertas dedicação e carinho.
Não te permitas entravar os passos dos entes queridos
com grilhões psicológicos, porque toda afeição
possessiva é sinônimo de sofrimento.
Ama e obterás a bênção do amor. Compreende e colherás
compreensão. E se em teu devotamento surgirem crises de
apreensão e medo, perante as lutas dos seres amados,
procura esquecer receios e inquietações, amparando a
cada um, na fonte viva da prece, a recordar, antes de
tudo, que eles e nós pertencemos a Deus.
Do livro Busca e acharás, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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