Cuidados a tomar na sua convivência em um
centro espírita
Você se sente feliz porque está frequentando um Centro
Espírita e “eles” vão ajudá-lo.
Lembro que, se você não se ajudar e continuar cometendo
os mesmos erros que tem feito na sua vida, você não vai
mudar e não vai beneficiar-se da energia superior que
está sendo passada quando você adentra o espaço de uma
Casa Espírita.
Lembre-se de que as pessoas que frequentam uma Casa
Espírita são as mesmas pessoas com quem você lida no seu
dia a dia. Pessoas como você: com falhas, procurando
elevar-se também no contato com a espiritualidade
elevada.
Então, faça um favor a si mesmo. Não saia contando a sua
vida a todo o mundo, porque as pessoas que frequentam o
Centro são pessoas comuns que também vêm procurar ajuda.
Pessoas que, em alguns casos, criticam, que falam mal
uns dos outros, que se acham sempre vítimas, que não
absorveram ainda o ensino, o aprendizado, de que a maior
parte do que acontece nas suas vidas é culpa delas
mesmas. Por isso, tenha cuidado e coloque uma rédea em
sua boca.
Não se ofenda, somos quase todos assim. E muitas vezes,
querendo desabafar com alguém que mal conhecemos,
achando que todos no Centro Espírita estão purificados e
elevados, acabamos caindo na malha da crítica e do
julgamento alheios e sendo rotulados de algo que na
realidade não somos. Então, fale apenas com quem for
designado para o aconselhar. Não abra a sua vida para
esse ou aquele.
Há três coisas que nunca devemos discutir, especialmente
na Casa Espírita: Política, Futebol e Religião.
Com o tempo você já sentirá mudanças na sua vida, na sua
paz, no seu bem-fazer e é mais do que natural que queira
dizer a todo o mundo como se sente e o que a Doutrina
Espírita já está fazendo por você. Mas não se considere,
por isso, o dono da verdade e não faça como a
pessoa que, até de certa forma infantil, deseja
converter todo mundo, propondo que deixem suas crenças
religiosas e abracem o Espiritismo.
Lembre-se de que durante décadas o Espiritismo foi
perseguido por alguns extremistas que o consideravam
satânico, ou coisa de doido. Sabe por quê? Porque quem
nunca se deu ao trabalho de estudar ou de ler algo sobre
o Espiritismo se sente capaz e no direito de clamar algo
tão absurdo e retrógrado.
Um conselho, se você me permite: não discuta com quem
pense assim; simplesmente se afaste e silencie. Quem faz
esse tipo de afirmação são pessoas induzidas a isso
pelos seus líderes superiores a considerar tudo o mais
como algo satânico, infame, digno de perseguição...
Reflita um pouco sobre este ponto e mantenha-se seguro
de si mesmo.
Pelo mesmo motivo, não
queira impor o Espiritismo a ninguém. Se alguém pedir,
facilite alguma boa, simples e clara leitura e deixe que
a espiritualidade atue. Não somos dono do mundo e cada
pessoa tem o direito de crer no que desejar.
Já ouvi muta gente dizer que acredita em vida após a
morte, mas não no Espiritismo e, quando gentilmente
questionada sobre que livro leu, a resposta é
geralmente: Não li nada. Aí você pode indicar uma boa
leitura, mas nada mais do que isso. O resto é trabalho
da Espiritualidade.
No início, você vai ouvir falar muito e constantemente
de reforma íntima e como você tem que trabalhar essa sua
reforma íntima. No início, para alguns, é meio difícil
entender o que se espera de você.
Tentarei explicar o melhor e o mais simples possível.
Que o leitor me perdoe se eu não conseguir exatamente
fazer o que proponho.
Tive uma certa dificuldade, porque humana sou, e vira e
mexe eu “caía” no antigo. Depois, os ensinamentos sobre
o que é e como se elabora a reforma íntima me fizeram
cair em mim mesma. Sempre me perguntava: como sei que
estou fazendo a tal da reforma íntima? A espiritualidade
me mostrou de forma bem simples. Ao longo de minha vida
sempre fui muito autêntica e de pavio curto e isso me
causou grandes aborrecimentos e mal-entendidos.
Há alguns bons anos, estava eu em casa lavando a louça
e, de repente, bateu na minha mente uma conversa e troca
de palavras com alguém a quem eu queria muito bem, mas
na luta pelo controle de tudo (esse é o nosso mal) tinha
dito o que não era agradável e, portanto, havia magoado
essa pessoa. Parei o que estava fazendo e ouvi, nítida e
claramente, o que havia dito exatamente a essa pessoa.
Fiquei siderada e, de novo, ouvi a mesma frase. Só a
frase. Pensei: - Jesus, preciso pedir perdão a quem
ofendi e, nesse momento preciso, tive a noção exata de
que a minha reforma íntima tinha começado.
Ao longo da vida, você cai e levanta, cai e levanta, mas
continue o bom trabalho e procure ser um bom e
verdadeiro espírita.
|