A diferença entre caridade e assistência
social
“A caridade é a virtude fundamental sobre que há de
repousar todo o edifício das virtudes terrenas. Sem ela
não existem as outras. Sem a caridade não há esperar
melhor sorte, não há interesse moral que nos guie; sem a
caridade não há fé, pois a fé não é mais do que pura
luminosidade que torna brilhante uma alma caridosa.”
(Vicente de Paulo, no cap. XIII, de O Evangelho
Segundo o Espiritismo.)
A caridade é o amor colocado em movimento.
Todos podemos e devemos ser caridosos, independente de
posição social, religiosidade, fama, fortuna, pobreza ou
nacionalidade.
O sentimento do amor é uma aquisição íntima e
intransferível. Quanto mais nos aproximamos da
compreensão e da vivência do Evangelho do Cristo, mais
se expande esse sentimento, ganhando proporções
inimagináveis, ao ponto de chegarmos ao desprendimento
pessoal, onde o as dores e sofrimentos do próximo nos
preocupam mais do que os nossos próprios problemas.
O exercício da caridade não depende de posição
financeira ou material, pois que qualquer criatura
poderá fazer uma prece a outra, distribuir abraços,
sorrisos, ser educada, consolar, ouvir as queixas de
quem passa por dificuldades, ser tolerante com um
familiar problemático, visitar um doente, ser
voluntários em alguma instituição que socorre criaturas
necessitadas, amparar crianças e tanto mais.
Nenhuma dessas e outras valiosas atividades benéficas,
que sustentam a base da paz e da serenidade no contexto
social, exigem algo além de nós mesmos. Usando a força
de vontade e do ideal em servir podemos, perfeitamente,
fazer prodígios no circulo familiar e entre os amigos
que estão ao nosso redor. A caridade feita ao próximo, é
um pedido que fazemos a Deus para que seja caridoso
conosco também. É dando que se recebe...
Já a assistência social carece de recursos financeiros e
materiais, pois abrange obras, atitudes e ações, com
serviços que geram despesas. É tão importante quanto a
caridade, mas exercida de forma diferente.
No contexto da assistência social podemos estruturar uma
instituição para abrigo a idosos, um lar para
acolhimentos de crianças vulneráveis, uma escola de
música para criaturas pobres, um núcleo esportivo para
crianças, adolescentes e jovens de periferia, um
educandário para pessoas especiais e outras tantas
possibilidades, sempre tendo como meta o “amai-vos uns
aos outros”, conforme sentenciou Jesus Cristo.
Obviamente, tais importantes e louváveis iniciativas,
para que exerçam seus objetivos necessitam de prédio,
mobiliário, alimentos, material didático, esportivo,
recursos humanos capacitados, obediência à legislação
vigente e muito mais. Tudo isso tem razoável custo,
exigindo dos idealizadores grande parcela de empenho,
perseverança e muita dedicação.
Então, a caridade propriamente dita, financeiramente,
nada custa, basta expandir os sentimentos do coração, já
a assistência social exige grandes dispêndios
financeiros, mas não conseguirá cumprir suas propostas
se não houver, conjuntamente a caridade do
desprendimento e da doação, em favor de uma causa nobre.
Ambas, a caridade e a assistência social são pilastras
fortes que já sustentam a solidariedade e o altruísmo
que temos hoje, mas que serão ainda maiores no futuro,
quando entendermos mais profundamente as ricas e
imprescindíveis lições do Evangelho de Jesus, que
colocam o homem como sendo a razão primeira e máxima de
todos as ações na Terra.
Tanto na caridade quanto na assistência social, façamos
a nossa parte e a Providência Divina, que tudo vê,
saberá nos recompensar pelos esforços empreendidos.