Amparo
O espírita de casca, Bino Zeca,
Brigou no Centro e, então, falando grosso,
Batia a mão na frente do pescoço
E mostrava o tutano da munheca.
Aqui e ali corria de forreca…
Na sessão de domingo, antes do almoço,
Ia bater na cara de João Moço,
Passista do Sítio da Peteca.
Quinta-feira, nas preces de irmã Nice,
Pediu amparo ao guia e o guia disse:
— “Você será tratado com respeito”.
Mas no dia da grande trapalhada
Bino acordou de perna toda inchada
E ardeu com febre até mudar de jeito.
Do livro Cartas do Alto, soneto
recebido pelo médium Francisco Cândido Xavier.