Aliança espírita
Aliando as sociedades espíritas para salvaguardar a
pureza e a simplicidade dos nossos princípios, é forçoso
considerar o imperativo da aproximação, no campo de nós
mesmos.
Decerto, ninguém pode exigir que o próximo pense com
cabeça diversa da que possui.
Cada viajante vê a paisagem da posição em que se coloca
e toda posição renova as perspectivas.
União, desse modo, para nós, não significa imposição do
recurso interpretativo, mas, acima de tudo, entendimento
mútuo de nossas necessidades, com o serviço da
cooperação atuante, a partir do respeito que devemos uns
aos outros.
Iniciemos, assim, a nossa edificação de concórdia
aposentando a lâmina da crítica.
Zurzir os irmãos de luta é retalhar-lhes a própria alma,
exaurindo-lhes as forças.
Se o companheiro fala para o bem, ainda que sejam
algumas frases por dia, estende-lhe concurso espontâneo
para que enriqueça o próprio verbo; se escreve para
construir, ainda que seja uma página por ano,
encoraja-lhe o esforço nobre; se consagra energias no
socorro aos doentes, ainda que seja vez por outra,
incentiva-lhe o trabalho; se consegue dar apenas migalha
no culto da assistência aos que sofrem, auxilia-lhe o
passo começante nas boas obras; se vive afastado das
próprias obrigações, ora por ele, em vez de açoitá-lo,
e, se está em erro, ampara-lhe o esclarecimento, através
da colaboração digna, lembrando que a azedia agrava a
distância.
Educarás ajudando e unirás compreendendo.
Jesus não nos chamou para exercer a função de
palmatórias na instituição universal do Evangelho, e,
sim, foi categórico ao afirmar: “os meus discípulos
serão conhecidos por muito se amarem”.
E Allan Kardec, explanando sobre a conveniência da
multiplicação dos grupos espíritas, asseverou
claramente, no item 334, do capítulo 29, de O Livro
dos Médiuns, que “esses grupos, correspondendo-se
entre si, visitando-se, permutando observações, podem
formar, desde já, o núcleo da grande família espírita
que um dia consorciará todas as opiniões e reunirá os
homens por um único sentimento: o da fraternidade,
trazendo o cunho da caridade cristã”.
Do livro Seara dos médiuns, mensagem
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
|