Injustiça ou Justiça Divina?
O Natal transbordava alegria e felicidade na cidade do
Rio de Janeiro.
Júlio César, um empresário bem-sucedido no ramo da
construção civil, cuidava de seu primogênito, que tinha
4 anos, enquanto sua esposa saíra para as compras
natalinas com o caçula, que tinha apenas 2 meses de
idade.
Ao sair de uma loja, ela escutou um barulho seco. Olhou
para o colo e suas suspeitas se confirmaram. Um tiro
estraçalhara a cabecinha de seu bebê. Tratava-se da
famosa “bala perdida”.
Uma ambulância chegou rápido ao local e socorreu seu
filho levando-o rapidamente ao hospital, onde havia
médicos especializados naquele tipo de trauma e que
fizeram de tudo para salvar a vida do pequeno. Mas não
adiantou; a criança faleceu.
Muitas tragédias iguais a esta e outras que apresentam o
mesmo caráter de injustiça acontecem a todos os
instantes.
Vemos como exemplo jovens universitários recém-formados
com carreiras promissoras pela frente desencarnarem de
uma hora para outra; seja por doença, acidente ou
suicídio.
Enquanto a maioria de nós, seres humanos, nascemos
perfeitos, temos notícias de crianças que já nascem com
uma moléstia irreversível; seja esta a cegueira, a má
formação física ou mental etc.
Pelos diversos meios de comunicação acompanhamos em
nossas casas noticiários de terremotos, furacões e
maremotos, que desaparecem com centenas de pessoas
inocentes.
Ainda bem que a paz impera no Brasil. Porque vemos
através dos meios de comunicação guerras acontecerem e
famílias inteiras que são dizimadas.
Apenas mencionando o século XX até aqui, lemos nos
livros de história as duas guerras mundiais, nas quais
morreram sem razão milhões de indivíduos, sendo que um
outro tanto foi cruel e impiedosamente torturado. Isso
dos dois lados do conflito. Muitos dizem que a guerra é
uma injustiça. Será?
Até hoje nós vemos guerras entre países!
Já que falamos nos tempos atuais, seria justo o filho de
um milionário nascer em um “berço de ouro” e injusto um
garotinho qualquer em uma pobreza extrema? Afinal, o
primeiro tem menos chance de errar na vida do que o
segundo. Que fique claro, não que o contrário não possa
acontecer, mas as probabilidades de ter aquele mais
sucesso são maiores.
Imaginemos agora um parque com dezenas de crianças
brincando, correndo, divertindo-se, rindo. Porém, ao
lado, vemos uma delas assistindo a tudo aquilo,
pensativa e tristemente, sem poder se divertir com seus
amiguinhos, pois seu destino é ficar em uma cadeira de
rodas por toda a vida. Vocês, leitores, acham isso justo
ou injusto?
Para nós esse assunto é muito simples.
Na décima terceira questão de O Livro dos Espíritos,
cuja autoria é de Allan Kardec (1804-1869), o notável
francês comenta inteligentemente que a Justiça e a
Bondade de Deus são soberanas.
Deste jeito, diante de qualquer ato, qualquer situação,
qualquer tragédia que aconteça conosco ou com nosso
próximo, torna-se importante saber: “nada acontece sem a
permissão do Altíssimo”.
Desde jovens aprendemos que “não cai uma folha de uma
árvore sem que Deus permita”. Seria contraditório de
nossa parte pensarmos diferente. Se assim fizermos
aceitaremos “que Deus é injusto e mau”.
Tudo se resume à maneira de como acreditamos no Supremo
Pai.
Será que temos uma fé cega ou raciocinada?
Se crermos conforme o primeiro tipo de fé, não
entenderemos os papéis divinos de atos contrários à
nossa vontade. Entretanto, se a segunda maneira for a
nossa forma de agir, também não. Mas, independentemente
da situação, teremos a clareza de entender que aquelas
ações que são permitidas pelo Criador do Universo foram
e sempre serão justas e boas.
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