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por Hugo A. Novaes

 

Injustiça ou Justiça Divina?


O Natal transbordava alegria e felicidade na cidade do Rio de Janeiro.

Júlio César, um empresário bem-sucedido no ramo da construção civil, cuidava de seu primogênito, que tinha 4 anos, enquanto sua esposa saíra para as compras natalinas com o caçula, que tinha apenas 2 meses de idade.

Ao sair de uma loja, ela escutou um barulho seco. Olhou para o colo e suas suspeitas se confirmaram. Um tiro estraçalhara a cabecinha de seu bebê. Tratava-se da famosa “bala perdida”.

Uma ambulância chegou rápido ao local e socorreu seu filho levando-o rapidamente ao hospital, onde havia médicos especializados naquele tipo de trauma e que fizeram de tudo para salvar a vida do pequeno. Mas não adiantou; a criança faleceu.

Muitas tragédias iguais a esta e outras que apresentam o mesmo caráter de injustiça acontecem a todos os instantes.

Vemos como exemplo jovens universitários recém-formados com carreiras promissoras pela frente desencarnarem de uma hora para outra; seja por doença, acidente ou suicídio.

Enquanto a maioria de nós, seres humanos, nascemos perfeitos, temos notícias de crianças que já nascem com uma moléstia irreversível; seja esta a cegueira, a má formação física ou mental etc.

Pelos diversos meios de comunicação acompanhamos em nossas casas noticiários de terremotos, furacões e maremotos, que desaparecem com centenas de pessoas inocentes.

Ainda bem que a paz impera no Brasil. Porque vemos através dos meios de comunicação guerras acontecerem e famílias inteiras que são dizimadas.

Apenas mencionando o século XX até aqui, lemos nos livros de história as duas guerras mundiais, nas quais morreram sem razão milhões de indivíduos, sendo que um outro tanto foi cruel e impiedosamente torturado. Isso dos dois lados do conflito. Muitos dizem que a guerra é uma injustiça. Será?

Até hoje nós vemos guerras entre países!

Já que falamos nos tempos atuais, seria justo o filho de um milionário nascer em um “berço de ouro” e injusto um garotinho qualquer em uma pobreza extrema? Afinal, o primeiro tem menos chance de errar na vida do que o segundo. Que fique claro, não que o contrário não possa acontecer, mas as probabilidades de ter aquele mais sucesso são maiores.

Imaginemos agora um parque com dezenas de crianças brincando, correndo, divertindo-se, rindo. Porém, ao lado, vemos uma delas assistindo a tudo aquilo, pensativa e tristemente, sem poder se divertir com seus amiguinhos, pois seu destino é ficar em uma cadeira de rodas por toda a vida. Vocês, leitores, acham isso justo ou injusto?

Para nós esse assunto é muito simples.

Na décima terceira questão de O Livro dos Espíritos, cuja autoria é de Allan Kardec (1804-1869), o notável francês comenta inteligentemente que a Justiça e a Bondade de Deus são soberanas.

Deste jeito, diante de qualquer ato, qualquer situação, qualquer tragédia que aconteça conosco ou com nosso próximo, torna-se importante saber: “nada acontece sem a permissão do Altíssimo”.

Desde jovens aprendemos que “não cai uma folha de uma árvore sem que Deus permita”. Seria contraditório de nossa parte pensarmos diferente. Se assim fizermos aceitaremos “que Deus é injusto e mau”.

Tudo se resume à maneira de como acreditamos no Supremo Pai.

Será que temos uma fé cega ou raciocinada?

Se crermos conforme o primeiro tipo de fé, não entenderemos os papéis divinos de atos contrários à nossa vontade. Entretanto, se a segunda maneira for a nossa forma de agir, também não. Mas, independentemente da situação, teremos a clareza de entender que aquelas ações que são permitidas pelo Criador do Universo foram e sempre serão justas e boas.


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita