Ginástica mental
Conheço esta história como tendo acontecido com
minha tia-avó Elza e meu avô Ítalo, mas pode não
ter acontecido com eles. Enfim... Tratava-se da
encenação de uma peça de teatro e a cena era a
seguinte: Meu avô encontra-se sozinho em cena e
lê uma carta que revela um terrível segredo.
Para que o segredo não fosse revelado, queima a
carta e sai de cena. Em seguida, entra tia Elza
e diz:
- Que cheiro de papel queimado!
Mas, aconteceu o inesperado. Já em cena, meu avô
deu-se conta de que havia esquecido o isqueiro.
Na impossibilidade de queimar a carta, rasga-a
em pequenos pedaços.
Entra em cena tia Elza... O que dizer? Não havia
papel queimado..., mas, ela não deu o braço a
torcer:
- Que cheiro de papel rasgado!
Não sabemos se o público percebeu, mas o certo é
que a peça prosseguiu como se nada tivesse
acontecido.
Outro fato. Minha mãe preparava para servir o
almoço, quando chegam inesperadamente em nossa
residência alguns amigos de Guarani. Certamente,
vieram para o almoço... sem avisar. Ela tinha
feito o básico: arroz, feijão, uma carninha e
uma saladinha de tomate. Mas precisava de algo
mais, que desse graça à comida. Ela então
lembrou-se de um resto de panqueca que sobrara
da véspera. E veio a ideia: transformá-la em uma
farofa.
E a farofa ficou tão gostosa, que, anos mais
tarde, era lembrada, com água na boca, pelos
comensais daquele dia.
A mente humana é dotada de recursos fabulosos.
Uma das definições da inteligência é esta: a
capacidade de resolver problemas novos. Para
desenvolver esse potencial, latente em todos
nós, são necessários a leitura, o estudo
constante e o trabalho desafiador. Da mesma
forma que nossos músculos se fortalecem com os
exercícios físicos, nossa mente se aprimora com
os exercícios intelectuais. Propor a si mesmo,
em qualquer época da vida, tarefas que
requisitem o uso das habilidades mentais, como a
atenção, a concentração, o raciocínio, a memória
e a criatividade são os mecanismos para que o
progresso intelectual se dê.
Aprendemos com Kardec: não basta sermos bons,
precisamos também sermos intelectualmente
habilitados.