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por Ricardo Baesso de Oliveira

 

Ginástica mental


Conheço esta história como tendo acontecido com minha tia-avó Elza e meu avô Ítalo, mas pode não ter acontecido com eles. Enfim... Tratava-se da encenação de uma peça de teatro e a cena era a seguinte: Meu avô encontra-se sozinho em cena e lê uma carta que revela um terrível segredo. Para que o segredo não fosse revelado, queima a carta e sai de cena. Em seguida, entra tia Elza e diz:

- Que cheiro de papel queimado!

Mas, aconteceu o inesperado. Já em cena, meu avô deu-se conta de que havia esquecido o isqueiro. Na impossibilidade de queimar a carta, rasga-a em pequenos pedaços.

Entra em cena tia Elza... O que dizer? Não havia papel queimado..., mas, ela não deu o braço a torcer:

- Que cheiro de papel rasgado!

Não sabemos se o público percebeu, mas o certo é que a peça prosseguiu como se nada tivesse acontecido.

Outro fato. Minha mãe preparava para servir o almoço, quando chegam inesperadamente em nossa residência alguns amigos de Guarani. Certamente, vieram para o almoço... sem avisar. Ela tinha feito o básico: arroz, feijão, uma carninha e uma saladinha de tomate. Mas precisava de algo mais, que desse graça à comida. Ela então lembrou-se de um resto de panqueca que sobrara da véspera. E veio a ideia: transformá-la em uma farofa.        

E a farofa ficou tão gostosa, que, anos mais tarde, era lembrada, com água na boca, pelos comensais daquele dia.

A mente humana é dotada de recursos fabulosos. Uma das definições da inteligência é esta: a capacidade de resolver problemas novos. Para desenvolver esse potencial, latente em todos nós, são necessários a leitura, o estudo constante e o trabalho desafiador. Da mesma forma que nossos músculos se fortalecem com os exercícios físicos, nossa mente se aprimora com os exercícios intelectuais. Propor a si mesmo, em qualquer época da vida, tarefas que requisitem o uso das habilidades mentais, como a atenção, a concentração, o raciocínio, a memória e a criatividade são os mecanismos para que o progresso intelectual se dê.

Aprendemos com Kardec: não basta sermos bons, precisamos também sermos intelectualmente habilitados. 


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita