O adulto e o seu gosto infantil pela
transgressão
O interesse adota e defende opiniões que a consciência
reprova
“Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não
quero, esse faço.” -
Paulo. (Ro., 7:19)
Todos os dias a mídia despeja, sobre a nossa indignação,
toneladas de escândalos de vária ordem, oferecendo o
espetáculo dantesco do espocar de despautérios e
corrupções perpetrados – cínica e deslavadamente – por
inumeráveis criaturas, em todas as faixas sociais, e em
especial na de colarinho branco, criaturas essas que
evidentemente desconhecem – por completo – a Lei de
Causa e Efeito, e provavelmente nem mesmo creem em Deus
e muito menos em Sua Justiça, incluindo-se aí até mesmo
certos “religiosos”, (mais atravessadores da fé
do que propriamente religiosos); brincam com a vida,
embarafustando-se cada dia mais e mais no fundo poço das
dores sem nome do futuro.
Por perceber o estado
atual de sandice das criaturas humanas, Dona Benedita
Maria afirma:
“(...) de maneira geral os Espíritos renascidos na Terra
são seres em evolução ainda rudimentar e em razão de não
terem desenvolvido mais alto nível de sensibilidade nem
de discernimento, têm o gosto infantil de transgredir.
Por mais que alguém oriente e explique, detalhadamente,
os porquês das
coisas corretas, os seres mais limitados não registam,
não se interessam, nem se esforçam por entender.
O ato da transgressão faz com que sintam uma
superioridade artificial e tola, vitória de um minuto,
de um dia ou de curto período, acabando por redundar em
prejuízo de todos, não somente do transgressor.
Vemos como é difícil para certos filhos ouvir e atender
as sadias
orientações dos pais, que costumam doar-se à prole e a enfrentar
duras batalhas por ela, e o quanto é fácil darem valor
às falas
de colegas da rua, de amigos do clube, de estranhos,
quase sempre,
quando as mesmas inspiram as transgressões, os erros,
as ações
indignas, que acabam por deixar toda a família envergonhada,
deprimida, fragilizada...
Sabemos como é difícil para muitos cidadãos o respeito
às leis civis
vigentes nos lugares onde vivem; burla-se, mente-se,
chantageia-se, compram-se consciências facilmente
vendáveis, tudo para o amargo prazer de fraudar, de
transgredir... Mais difícil ainda é, para a
vantajosa maioria das almas planetárias, como bem
se pode concluir, aplicar-se às leis da natureza, acatar
as leis de Deus.
Como seria bom se as almas mais sensíveis, as que já
conseguem perceber que Deus existe e que a vida na Terra
é algo sério – e não um refrescante passeio pelas praias
ou bosques das ilusões –, tivessem a iniciativa de
acatar as leis do nosso Pai e obedecer ao bem!
Certamente, os complexos problemas do mundo não seriam
resolvidos de todo, imediatamente, mas um grande grupo
de seres, vivendo de acordo com o bem, no mínimo
espalharia essa energia benfazeja e a transmitiria aos
que estão atrelados a essa confusa transição moral dos
tempos atuais, e se tornariam dignos exemplos que se
fixariam no íntimo das massas, na condição de incentivo
ou indução às atitudes acertadas.”
Pobres seres! Pensam que enganam as Leis Divinas ao
burlarem as leis humanas!
Não se engana a Deus e muito menos se foge ao
destino... Mais dia, menos dia, as provações e a dores
vêm cobrar o alto preço do produto do egoísmo e da
indiferença.
Fénelon – finalmente –
alerta:
“(...) que de tormentos se poupa quem sabe contentar-se
com o que tem; que nota sem inveja o que não possui; que
não procura parecer mais do que é. Esse é sempre rico,
porquanto, se olha para baixo de si e não para cima, vê
criaturas que têm menos do que ele. É calmo, porque não
cria para si necessidades quiméricas. E não será uma
felicidade a calma em meio das tempestades da vida?! Por
que então mostrar-se ávido de tudo o que agita e turba
criando tormentos voluntários, quando se pode alcançar a
paz do coração que é a única felicidade real neste
mundo?!”