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por Rogério Coelho

 

O adulto e o seu gosto infantil pela transgressão 


O interesse adota e defende opiniões que a consciência reprova


“Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço.” 
- Paulo. (Ro., 7:19)


Todos os dias a mídia despeja, sobre a nossa indignação, toneladas de escândalos de vária ordem, oferecendo o espetáculo dantesco do espocar de despautérios e corrupções perpetrados – cínica e deslavadamente – por inumeráveis criaturas, em todas as faixas sociais, e em especial na de colarinho branco, criaturas essas que evidentemente desconhecem – por completo – a Lei de Causa e Efeito, e provavelmente nem mesmo creem em Deus e muito menos em Sua Justiça, incluindo-se aí até mesmo certos “religiosos”, (mais atravessadores da fé do que propriamente religiosos); brincam com a vida, embarafustando-se cada dia mais e mais no fundo poço das dores sem nome do futuro.

Por perceber o estado atual de sandice das criaturas humanas, Dona Benedita Maria afirma[1]: “(...) de maneira geral os Espíritos renascidos na Terra são seres em evolução ainda rudimentar e em razão de não terem desenvolvido mais alto nível de sensibilidade nem de discernimento, têm o gosto infantil de transgredir.

Por mais que alguém oriente e explique, detalhadamente, os porquês das coisas corretas, os seres mais limitados não regis­tam, não se interessam, nem se esforçam por entender.

O ato da transgressão faz com que sintam uma superiori­dade artificial e tola, vitória de um minuto, de um dia ou de curto período, acabando por redundar em prejuízo de todos, não somente do transgressor.

Vemos como é difícil para certos filhos ouvir e atender as sadias orientações dos pais, que costumam doar-se à prole e a enfrentar duras batalhas por ela, e o quanto é fácil darem valor às falas de colegas da rua, de amigos do clube, de estranhos, quase sempre, quando as mesmas inspiram as transgressões, os erros, as ações indignas, que acabam por deixar toda a família envergon­hada, deprimida, fragilizada...

Sabemos como é difícil para muitos cidadãos o respeito às leis civis vigentes nos lugares onde vivem; burla-se, mente-se, chantageia-se, compram-se consciências facilmente vendáveis, tudo para o amargo prazer de fraudar, de transgredir... Mais difícil ainda é, para a vantajosa maioria das almas planetárias, como bem se pode concluir, aplicar-se às leis da natureza, acatar as leis de Deus.

Como seria bom se as almas mais sensíveis, as que já conseguem perceber que Deus existe e que a vida na Terra é algo sério – e não um refrescante passeio pelas praias ou bosques das ilusões –, tivessem a iniciativa de acatar as leis do nosso Pai e obedecer ao bem! Certamente, os complexos problemas do mundo não seriam resolvidos de todo, imediatamente, mas um grande grupo de seres, vivendo de acordo com o bem, no mínimo espalharia essa energia benfazeja e a transmitiria aos que estão atrelados a essa confusa transição moral dos tempos atuais, e se tornariam dignos exemplos que se fixariam no íntimo das massas, na condição de incentivo ou indução às atitudes acertadas.”

Pobres seres! Pensam que enganam as Leis Divinas ao burlarem as leis humanas!

Não se engana a Deus e muito menos se foge ao destino...  Mais dia, menos dia, as provações e a dores vêm cobrar o alto preço do produto do egoísmo e da indiferença.

Fénelon – finalmente – alerta[2]: “(...) que de tormentos se poupa quem sabe contentar-se com o que tem; que nota sem inveja o que não possui; que não procura parecer mais do que é. Esse é sempre rico, porquanto, se olha para baixo de si e não para cima, vê criaturas que têm menos do que ele. É calmo, porque não cria para si necessidades quiméricas. E não será uma felicidade a calma em meio das tempestades da vida?! Por que então mostrar-se ávido de tudo o que agita e turba criando tormentos voluntários, quando se pode alcançar a paz do coração que é a única felicidade real neste mundo?!”

 

[1] - TEIXEIRA, Raul. Ações corajosas para viver em paz. Niterói: FRÁTER, 2009, p. 101.

[2] - KARDEC, Allan. O Evangelho Seg. o Espiritismo. 125.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, cap. V, item 23.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita