Espiritismo
para crianças

por Marcela Prada

 

Tema: Amor


O melhor presente


Benjamin estava contente, pois estava indo visitar sua tia Elza. Ela era a irmã mais próxima da sua mãe, era muito amável e gostava muito dele.

Tia Elza morava numa casa grande, cheia de brinquedos e de comidas gostosas, que ela preparava, com carinho, quando ia receber o sobrinho.

O menino estava especialmente animado, pois sabia que a tia Elza tinha voltado de viagem fazia poucos dias e ela sempre trazia para ele um belo presente, quando viajava. Por isso, Benjamin estava feliz e no carro, a caminho, conversava com sua mãe:

- Tomara que a tia Elza tenha feito hoje o bolo de laranja! É um dos meus preferidos.

A mãe, porém, respondeu:

- Lamento, Benjamin, mas, provavelmente, hoje não teremos nem bolo de laranja, nem qualquer outro.

- Por quê? – perguntou o garoto, sem entender. – Vai ter sim, mamãe. Sempre tem!

- Filho, você esqueceu que a tia Elza se machucou na viagem? Ela caiu, quebrou o braço e ainda torceu o tornozelo. Além de estar fazendo tudo com uma mão só, ela também não consegue ficar muito tempo de pé. Lembra que eu lhe contei?

- Lembro – respondeu o garoto, decepcionado. – Mas eu pensei que ela já estivesse boa, porque já faz dias que isso aconteceu.

- Não, filho, vai demorar algumas semanas para ela sarar – respondeu a mãe.

- Mas o que nós vamos comer lá, então? – perguntou ele.

- Eu fiz pão e estou levando para ela. Posso coar um café para nós e esquentar leite para você.

Benjamin ficou quieto. Não achou graça na proposta da mãe. Ele esperava comer coisas bem mais gostosas.

O menino pensou um pouco e depois perguntou.

- Mamãe, a tia Elza se machucou nos primeiros dias ou no fim da viagem?

- Foi logo no começo. Ela passou um sufoco, coitada. Ela e o tio até voltaram antes do que estava programado.

- Essa não! – exclamou o garoto. - Mamãe, será que deu tempo de a tia Elza comprar um presente para mim?

- Não sei, Ben! Acho que não! Mas não vamos pensar nisso agora. O mais importante é sabermos como ela está. Se está passando dor, se vai se recuperar logo...

Benjamin não respondeu. Mas sua mãe percebeu seu desapontamento.

- O que foi filho? Está chateado?

- Claro que estou, né? – respondeu ele, contrariado. – Se eu soubesse, nem tinha vindo. Não vou fazer nada lá!

A mãe de Benjamin, percebendo que não podia ficar sem educar seu filho,

 
parou o carro num local permitido, olhou bem para o menino e falou:

- Benjamin, a tia Elza gosta tanto de você que procura agradar-lhe fazendo comidas gostosas e dando-lhe presentes. Mas, o que ela lhe dá de mais precioso, de mais importante, é o amor que ela tem por você. Você é quase um filho para ela. Ela o leva para passear, assiste a desenhos com você, vai a suas apresentações da escola, preocupa-se quando você está doente, cuida de você, o protege, lhe ensina...

“Ter uma pessoa que o ama tanto assim é um verdadeiro presente da vida. Você deveria reconhecer isso e ser grato a Deus. Pense bem, filho, que não é porque ela é sua tia que ela tem obrigação de gostar de você. Poucas pessoas têm o privilégio que você tem.

“Você não acha que agora, que ela está com dor, precisando de ajuda, é um bom momento, para você mostrar o quanto ela é especial na sua vida?”

Benjamin não respondeu nada, mas ficou pensativo.

A mãe ligou o carro e eles chegaram à casa da tia Elza, que ficou toda feliz ao encontrar a irmã e o sobrinho.

Eles passaram a tarde toda juntos. Benjamin compreendeu o que sua mãe lhe tinha ensinado. Ele passou a valorizar mais o amor de sua tia por ele e a retribuir também. Por isso, ele cobriu a tia de carinhos e atenções. E antes de ir embora, Benjamin fez um lindo desenho dele e da tia Elza, dentro de um coração. Em cima, ele escreveu: “te amo, tia Elza”.

- Tia, fiz um presente para você – disse Benjamin, entregando o desenho para ela.

Tia Elza, ao ver o desenho, se emocionou. Deu um grande abraço no sobrinho e disse:

- Obrigada, Ben! Esse é o melhor presente que existe!

Benjamin sentiu-se muito feliz por ter alegrado sua tia e percebeu que o amor entre eles valia mesmo muito mais que qualquer outra coisa.      


 


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O Consolador
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