Considerações
sobre o primeiro
milagre de Jesus
A saga de Nosso
Senhor Jesus
Cristo na Terra
é um legítimo
presente dos
céus como
inspiração e
exemplo para se
comportar frente
aos desafios e
tentações do
mundo material.
Tê-lo como
referência
significa seguir
o caminho seguro
para a verdade e
a vida que
edifica e traz
os bons
resultados
esperados (João
14:6). Caminho
este difícil,
mas não
impossível, em
especial quando
se tem o
conhecimento e
também, a
vontade para
fazer o que é
certo. Apesar
das passagens do
mestre Nazareno
serem bem
conhecidas do
público em
geral, em
especial as
parábolas e o
Sermão dos
Montes,
destaca-se como
significativo
também, o
primeiro milagre
sobre a
transformação da
água em vinho
nas bodas de
Caná (João
2:1-11). Além
da possibilidade
de interpretação
literal, da
bebida água em
vinho, pode-se
também explorar
uma outra versão
metafórica. É o
ser humano que,
se obedecer a
todas as
recomendações do
mestre Nazareno,
será
transformado de
água para vinho,
ou seja, algo
agradável e
sofisticado, que
alegra e traz
saúde.
O ser humano tem
muito de água no
início da
existência
material e sofre
transformações
ao longo do
tempo. O
indivíduo, com a
idade, começa a
sofrer
desidratação e a
sua média de
porcentagem de
água que compõe
o corpo físico
diminui
significativamente.
Seguem alguns
números:
“Entre 0 e 2
anos de idade é
de cerca de 75%;
entre 10 e 15
anos diminui
para 65%; e por
aí vai até que o
organismo de
pessoas idosas,
com mais de 60
anos, seja mais
ou menos 50% de
água”. Ou seja,
o tempo passa e
cada vez menos
água temos em
nossa
composição. Uma
curiosidade é
que o planeta
Terra tem em sua
composição 75%
de água também.
Além de
sofrermos esta
desidratação e
dependendo da
conduta, do
estilo de vida e
dos resultados
obtidos, podemos
ter melhorado
como pessoas,
tal como vinhos
que estarão
prontos para o
casamento. Em
uma outra
passagem sobre
bodas na bíblia,
Jesus Cristo
(Lucas, 14:8)
recomenda que
sejamos humildes
e não
presunçosos de
sentar nas
primeiras filas,
pois convidados
mais ilustres
podem chegar
para o
casamento. O
mestre recomenda
sentar então na
última fileira,
pois “qualquer
que a si mesmo
se exaltar será
humilhado, e
aquele que a si
mesmo se
humilhar será
exaltado” (Lucas
14:11). Além do
uso da
humildade, para
o ser humano não
se “vinagrar”, é
preciso limpar o
“odre” também.
Ou seja, a mente
e o coração das
possíveis
sujeiras que
podem contaminar
o mosto e
deturpar os
resultados. Em
preciosa
história contada
pelo espírito
Neio Lúcio,
em psicografia
de Francisco
Cândido Xavier,
Sara, a esposa
de Benjamin,
pergunta para
Jesus como
iniciar-se no
Reino dos Céus,
uma vez que
ainda sente
presa à tradição
e por isso, tem
dificuldades
para perdoar.
Como Sara e seu
esposo se
dedicam à
criação de
cabras, o mestre
pergunta para
ela: “Como
procedes para
conservar o
leite inalterado
e puro no
benefício
doméstico?”.
Sara prontamente
responde
observando a
necessidade de
cuidadosa
limpeza nos
vasilhames para
não azedar o
precioso
líquido. E o
mestre então
complementa:
“Assim é
revelação
celeste no
coração humano”.
Se o coração
estiver impuro,
o conhecimento
superior acaba
sendo
distorcido. Por
fim, finaliza
Jesus com a
seguinte
passagem: “O
orvalho num
lírio alvo é
diamante
celeste, mas, na
poeira da
estrada, é gota
lamacenta. Não
se esqueça dessa
verdade simples
e clara da
natureza”.
Então, podemos
destacar a
humildade para
acatar as
sugestões do
mestre e o
esforço para
limpar o nosso
interior como
ações
necessárias para
envelhecer de
forma a nos
tornarmos como
‘vinhos’. Ou
seja, pessoas
que amadureceram
bem como o tempo
e não vinagraram
na mágoa, no
ressentimento e
em outras
expressões
baixas.
Indivíduos que
se ‘vinagram’
com o tempo,
tornam-se
críticas demais,
frustrados
demais,
ranzinzas
demais, que
temos
dificuldades de
conviver. Por
isso, como bem
expressou Sara:
“a Boa-Nova
aconselha, acima
de tudo, o amor
e o perdão”.
Talvez, mais do
que nunca,
precisamos
aprender que o
perdão é
caminho sine
qua non para
que as fagulhas
de amor não se
percam com o
tempo. Perdoar é
tarefa
necessária para
que o progresso
interno venha.
Sem o perdão,
não há o amor
universal,
tampouco a
própria paz de
consciência.
Enfim, com o
perdão, o ser
humano pode se
apaziguar e a se
dulcificar como
legítimo vinho
que atende a
todos os
requisitos
organolépticos e
de espírito para
que então se
diga: é uma
verdadeira
obra-prima de
Deus.