Pracinhas e
infância
Triste de quem não conserva nenhum vestígio da infância. Mário
Quintana
Ao
lado da minha casa havia uma pracinha. Árvores robustas,
flores, grama, um balanço de madeira. Mais nada. E ainda
assim isso bastava para alegrar os fins de tarde, os
sábados de sol, as claras manhãs de domingo.
O que cabe em uma
pracinha quando a gente é criança?
Ora, ora: cabo de
guerra, peteca, catavento. Bola, boneca, panos…
Brincar, brincar
sem pressa nas pracinhas das cidades, porque é
exatamente o brincar que faz uma criança contente,
disposta, criativa, saudável. Ajudando-a, também,
sobretudo nos nossos tempos contemporâneos, a escapar do
sedentarismo e dos excessos de telas…
Muitas crianças,
felizmente, brincam nas pracinhas. Jogos, bicicleta,
pega-pega. Cabaninha, bolinhas de sabão. Barbante para a
cama de gato, corda enorme, muita arte e diversão…
Insisto com os
pais, principalmente os que vivem nos apartamentos:
levem seus filhos pequenos para brincar na pracinha
perto do seu condomínio ou do seu bairro…
Fim do dia?
Feriado, fim de semana? Simplesmente permita que seu
filho, ainda no estágio da infância, possa tirar o
máximo de proveito de seu tempo, aprendendo de uma
maneira espontânea a lidar com o que não é imposto: o
brincar livre…
Notinha
Coisa interessante: o
brincar nos espaços públicos possibilita à criança
vivenciar a cidade como lugar de experiência, mas de
diferentes modos, ou seja, como um local de convívio, de
empatia com a diversidade humana.