Fim de prova
(Versos dedicados a conhecida rainha europeia, que tive
a felicidade de servir, há menos de quatro séculos, e
que reencontrei reencarnada, no clima redentor de um
leprosário, em honroso término de provações
purificadoras.)
Lembro-te, velha amiga, o cetro de rainha!…
Crias dominações por láureas prediletas…
Mandas!… No entanto, oh! Deus, daquilo que decretas
A penúria se expande e a lágrima caminha!…
Deixei-te, há longo tempo, entre as arcas repletas…
Hoje, quis reencontrar-te, oh! soberana minha,
E achei-te reencarnada, anônima e sozinha.
Num catre de aflição, gemes, sonhas, vegetas…
Dos colares e anéis que te enfeitavam tanto,
Tens chagas por rubis e pérolas de pranto!…
E sofro ao ver-te a lepra em purpúreas verminas…
Mas louva, oh! soberana, a angústia transitória!…
Pela dor subirás ao reino de outra glória,
No teu coche real de açucenas divinas!…
Do livro Poetas
redivivos, obra psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier.