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por Wellington Balbo

 

Morrer dói?


As experiências de quase morte têm como base o fenômeno da emancipação da alma, estudado, aliás, pela doutrina espírita. A qualquer “refresco” do corpo o espírito desprende-se parcialmente da máquina física e estabelece contato com outros espíritos, é assim nos sonhos e mais ainda no sonambulismo e êxtase.  Quanto mais desembaraçado está da matéria física, mais liberdade tem o espírito e, portanto, mais vigorosas podem ser suas experiências no mundo espiritual.

Se no processo de sono, cujo desprendimento do espírito da máquina orgânica não é assim tão intenso, já há experiências bem interessantes que são vividas e muitas vezes recordadas por nós, imaginemos a intensidade de uma experiência de quase morte, cujo corpo físico encontra-se tecnicamente “morto”, de modo que, teoricamente, mais livre está o espírito. Aliás, em pesquisas relacionadas às EQMs, o dr. Raymond Moody Jr. autor do livro Vida depois da Vida, informa que quanto mais tempo o indivíduo esteve “morto” mais fortes são suas vivências, mais coloridas e cheios de detalhes os seus relatos de como foi estar do outro lado da vida. Se olharmos essa informação sob o enfoque espírita veremos que faz sentido, pois que o espírito estará ainda com mais liberto do corpo físico e, portanto, mais apto a registrar fortemente o contato de sua experiência de quase morte.

Ao estudar esse tema e comentar com amigos tenho colhido bons relatos de experiências de quase morte e constatado que Kardec, muito antes das EQMs estarem, como hoje, pulverizadas, já falava de muitos pontos que encontramos nos relatos que, como já dito acima, e preciso repetir, tem como base a emancipação da alma.

Nos casos de acidentes automobilísticos, por exemplo, muita gente que passou pela experiência informa que não houve dor no momento da “morte” e que avistaram, do alto, como que planando acima do corpo físico, o movimento em torno do acidente, a constatação da “morte”, as tentativas de ressurreição por meio de massagens cardíacas e outras mais providências, quando, numa espécie de tranco, foram praticamente “atirados” de retorno ao corpo físico e é naquele instante que o coração voltou a bater... retornaram, então, ao chamado mundo dos vivos.

De tantos pontos que poderíamos focar quero centrar o comentário referente à dor da morte. Será que morrer dói? Kardec tocou neste ponto? Boa parte dos relatos de EQMs informam que morrer não dói. Mas o que diz Kardec? Este tema é trabalhado em O Livro dos Espíritos e as observações feitas por Kardec mostram que o sofrimento do indivíduo é, na maior parte das vezes, muito mais em vida do que no instante crucial da morte. A observação de Kardec encontra similitude nos relatos de EQMs, e que trouxemos acima as impressões de quem foi e voltou para contar, ou seja, em boa parte dos casos e, por prudência, não fecharemos nenhuma questão, morrer não dói.

Há muito mais a falar sobre as EQMs e a codificação espírita, pois trata-se de um campo rico em que encontramos farto material para o estudioso prosseguir na busca em instruir-se sobre a imortalidade da alma.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita