CECIPE: Um
novo olhar na capital federal
Matheus Guedes, em publicação realizada pelo acervo O
Globo em maio de 2015, trouxe à tona um importante
fato, a comemoração de 50 anos da aliança brasileira
junto aos Estados Unidos pela intervenção na República
Dominicana:
“O mundo vivia
a polarização da Guerra Fria. De um lado, os Estados
Unidos e o capitalismo, do outro, a União Soviética e o
comunismo. A iminência de mais uma revolução comunista
no continente americano, seguindo o exemplo de Cuba,
assustava os líderes capitalistas. E eles decidiram
intervir na República Dominicana, em 1965, sob a
bandeira de uma tropa de paz. O Brasil, já sob regime
militar após a deposição do presidente João Goulart um
ano antes, também participou dessa aliança continental.
Foi então que, em 24 de maio daquele ano, em apoio aos
EUA, o presidente Humberto de Alencar Castelo Branco
enviou tropas à capital do país caribenho, região que
atraiu os olhares do planeta após a Revolução Cubana, em
1959, liderada por Fidel Castro e Ernesto Che Guevara.”
Dr. Lydio Diniz |
Assim como os soldados brasileiros cumpriam ordens do
então presidente Humberto de Alencar, dirigindo-se à
guerra, dois soldados de Jesus uniam forças na capital
federal, o doutor Lydio Diniz Henriques, advogado,
humanista, devotado à Caridade e o então Coronel Joffre
Lellis, militar de Minas Gerais, fraterno companheiro de
Cícero |
Cícero Pereira |
Pereira, de quem era sobrinho. |
Movidos pelo propósito de organizar uma entidade
espírita em Brasília, a serviço do Bem, mobilizaram
inicialmente um seleto grupo de 10 pessoas, realizando
com elas, em 25 de maio de 1965, a primeira reunião
preparatória daquela iniciativa. O encontro teve lugar
na SQN 413/414, bloco 9, apartamento 203, sob a
presidência do Dr. Lydio e secretariada por Joffre
Lellis.
Quase dois anos depois, em 24 de abril de 1967, na sala
414 do edifício Goiás, no centro da cidade, nova reunião
foi promovida, desta vez para adotar a decisão de fundar
o Grupo, sem demora, marcando a realização da Assembleia
Geral de Fundação para o dia 25 de maio de 1967. A
reunião foi dirigida por Líbio Diniz Henriques e
secretariada por Adamastora América de Andreazzi,
aprovando na ocasião, o Estatuto da Sociedade e elegeu e
empossou o Conselho Coordenador e a Diretoria Executiva.
A Assembleia definiu a Instituição como uma “Entidade
Espírita, Sociedade Civil, Religiosa e Filantrópica” e
estabeleceu as seguintes finalidades para o Grupo:
· “Dar
a mais ampla divulgação ao Movimento da Fraternidade,
através do exercício da caridade em todos os seus
aspectos, segundo os ensinamentos de Jesus Cristo, bem
como a difusão e a prática da Doutrina Espírita
codificada por Allan Kardec”;
· “Promover,
em harmonia com as demais instituições espíritas, o
esclarecimento das criaturas de boa vontade, visando o
aprimoramento moral e evangélico pelo conhecimento da
real objetividade do Espiritismo Codificado”;
· “Dar,
por todos os meios ao seu alcance, apoio moral e
material à Cidade da Fraternidade, que está sendo
construída em Alto Paraíso, Goiás, sob o patrocínio da
Organização Social Cristã André Luiz – OSCAL”.
Segundo diz Allan Kardec na Revista Espírita –
Jornal de Estudos Psicológicos de 1866, com o
Espiritismo a fraternidade, sinônimo da caridade pregada
pelo Cristo, já não é uma palavra vã; ela tem a sua
razão de ser. Do sentimento de fraternidade nasce o da
reciprocidade e dos deveres sociais de homem a homem, de
povo a povo, de raça a raça. Destes dois sentimentos bem
compreendidos sairão, forçosamente, as mais proveitosas
instituições para o bem-estar de todos.
A partir daí os trabalhos não pararam mais. Houve muitas
lutas, muito sacrifício e as atividades religiosas
continuavam. O primeiro prédio construído foi o da obra
religiosa, que é hoje onde se realizam as atividades
religiosas. Na sequência construiu-se o prédio da
assistência social, antigo prédio da CAMEGE – Casa do
Menor e da Gestante, onde acolhiam as mães solteiras.
Atualmente sedia a elaboração da sopa Pai Sebastião, a
Oficina Joanna de Ângelis e a Campanha da Fraternidade
“Auta de Souza”.
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Na década de 1980, o presidente Dr. Lydio desencarnou,
assumindo em seu lugar Adamastora América de Andreazzi
(foto),
eleita presidente da instituição naquela |
ocasião. |
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Em 2002, com a reforma do código civil brasileiro,
ocorreram várias alterações, e uma delas foi a
reafirmação do Estado laico, de que as entidades
certificadas como beneficentes e ou filantrópicas e que
recebiam verba do Estado, não poderiam “professar” uma
determinada religião no seu labor de assistência social.
Por isso, neste mesmo ano, o braço religioso do Grupo
Fraternidade Cícero Pereira se desligou, dando espaço
para o nascimento da instituição CECIPE – Centro
Espírita da Fraternidade Cícero Pereira no dia 14 de
novembro de 2004.
A ESCOLHA DO PATRONO CÍCERO PEREIRA
Em sessão mediúnica do Grupo da Fraternidade, presidida
por Manuel Villela Lopes, o fundador e diretor Joffre
Lellis, portador da notícia recebida do Plano
Espiritual, noticiou a grata notícia de que o grupo
receberia o nome Cícero Pereira, em
homenagem a este grande e iluminado espírito que fora
pioneiro da Doutrina Espírita no Estado de Minas Gerais.
Cícero dos Santos Silva Pereira, natural de São José do
Gorotuba, distrito de Grão Mogol, em Minas Gerais, veio
ao mundo em 14 de novembro de 1881.
Desde cedo, manifestou interesse por assuntos
espirituais, e, a partir dos treze anos, dedicou-se ao
estudo da Doutrina Espírita, que definiria sua opção de
vida. No exercício de sua missão espírita teve
desempenho marcante confirmado por suas múltiplas
iniciativas tais como:
- Fundador do grupo “Paz e Caridade”, em Montes Claros,
e do Abrigo Jesus;
- Um dos primeiros colaboradores e sócio da União
Espírita de Minas Gerais;
- Presidente da Casa Mãe do Espiritismo em Minas Gerais,
de 1937 a 1940, e seu vice-presidente até 1948;
- Fundador de vários grupos de estudos e de trabalho,
inclusive o Núcleo de trabalhadores Humildes;
- Fundador da primeira Casa Transitória, para
assistência de doentes em trânsito em Belo Horizonte,
entidade que hoje cuida da proteção à mãe-solteira e aos
recém-nascidos pobres;
- Foi orientador espiritualista, inclusive de Francisco
Candido Xavier;
- Fundador do Grupo das Samaritanas, de Assistência
Social.
“O RESULTADO DO QUE FAZEMOS NOS ESPERA MAIS ADIANTE”
Com a missão de promover as atividades nas áreas
doutrinária, assistencial, cultural, beneficente e
filantrópica, o CECIPE busca auxiliar na formação dos
valores, sentimentos e atitudes que promovam a teoria e
prática do Espiritismo em sua forma mais pura,
favorecendo o desenvolvimento total do espírito em todos
os seus aspectos.
Para isso, a instituição atua em diversas frentes, tais
como:
- Assistência Espiritual: Ações fraternas
baseadas no Evangelho de Jesus e na Doutrina Espírita em
conjunto com os benfeitores espirituais de maneira a
acolher as pessoas que procuram e frequentam o CECIPE,
realizadas em favorecer do equilíbrio espiritual
- Assistência Social: Conta com três atividades
como a Sopa Pai Sebastião que é uma atividade de
elaboração e distribuição de alimentos em hospitais e
parceiros predefinidos; o Chocolate Fraterno, que
é uma assistência espiritual conjugada com assistência
material mediante a distribuição de chocolate quente e
sanduíches, na Rodoviária do Plano Piloto de Brasília, e
por último, a Campanha de Fraternidade “Auta de
Souza” que destina-se a levar a sublimidade dos
ensinos de Jesus, por meio da Doutrina Espírita, aos
lares visitados, sob a forma de uma palavra de conforto
e de bom ânimo.
- Divulgação da Doutrina Espírita: Se dá através
das Reuniões públicas; Harmonização com passagens
evangélicas e musicalização; Culto do Evangelho no Lar;
Livraria Renascer; Biblioteca Humberto de Campos;
Estudos sistematizados; Evangelização Espírita
Infanto-Juvenil e muitos eventos.
Os tempos são chegados, e por isso, a passagem do homem
neste planeta Terra, mergulhados no véu do esquecimento
de vidas passadas, as necessidades de estudo e
de compreensão da Doutrina Espírita, bem como de
aceitação das provas e expiações, são determinantes
nessa fase de nossas vidas como ser eterno, em que nosso
espírito se encontra em evolução e ocorrem os principais
passos para o nosso caminhar rumo a Deus e à perfeição
absoluta. Para os incrédulos, “não tem qualquer
importância. Aos seus olhos não passam de expressão de
uma crença pueril sem fundamento.”
Nota do autor: Para
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