Versos
Também eu, caminheiro ao fim do dia,
Demandei, no crepúsculo de opala,
O Além, onde outra vida despetala,
O cinamomo eterno da harmonia!…
Mas do mundo, da lágrima sombria
Guardo a flor da saudade e ao desfolhá-la
Sinto o mesmo perfume que trescala
Num misto de amargura e de alegria!
Amados! que a minh’alma vos exorte.
Meu verso, agora, é a mística da morte,
Sino de catedral radiosa e imensa!…
Como outrora, ante os hinos e ante as palmas,
Rogo a Deus que conceda às vossas almas
Os tesouros puríssimos da crença.
Do livro Mandato
de amor, soneto psicografado pelo médium
Francisco Cândido Xavier.