Espiritismo
para crianças

por Marcela Prada

 

Tema: Amor aos animais


Cuide dos passarinhos

 

Célia e Marlene eram amigas e moravam na mesma rua. Todas as tardes brincavam de
casinha com suas bonecas, fazendo comida de faz de conta para elas.

Numa tarde, quando brincavam, a mãe de Célia chamou-as para irem a aula de evangelização, que frequentavam toda semana. Estavam juntando os seus brinquedos quando, de repente, uma pedrada atingiu uma das panelinhas.

As meninas se assustaram e olharam para os lados, procurando entender o que tinha acontecido. Viram, então, um garoto vizinho, com um estilingue, atirando pedras nos passarinhos.

As meninas ficaram indignadas e foram conversar com eles.

– Por que você está fazendo isso, Paulo? Que coisa horrível maltratar os passarinhos!

– O que é que tem? Estou só treinando a mira. Não aconteceu nada. Não acertei nenhuma vez – disse o menino – e, se acertar, o passarinho ficará tonto, vou poder pegá-lo, pôr na gaiola do meu avô e tratar dele. Não vou maltratá-lo.

– Mas o passarinho pode não só ficar tonto, pode ficar bem machucado ou até morrer, se a pedrada for forte e precisa. Já pensou nisso? Você ia ter coragem de pegar um passarinho com um ossinho quebrado ou com a cabeça sangrando e ainda prendê-lo numa gaiola?

Paulo se assustou com a pergunta de Célia. Embora fosse claro que isso pudesse acontecer, ele não tinha pensado nisso.

Acertar uma pedrada num animalzinho pequeno e, que voa, é difícil, por isso Paulo só considerava a ideia de que, no máximo, conseguiria atingi-lo só de raspão.

Ele demorou para falar, pensando no que responder. De fato, ao imaginar o passarinho machucado ou até morto, por sua causa, Paulo se entristeceu muito.

Enquanto Paulo continuava sem palavras, Marlene argumentou:

– Paulo, eu e a Célia aprendemos, lá na evangelização, que a espécie humana, por ser a mais inteligente do planeta, tem que respeitar as outras espécies e cuidar delas. E não usar a sua inteligência superior de forma egoísta.

– É isso mesmo! – disse Célia. – Nós tivemos uma aula sobre isso. Se a gente pede proteção e bênçãos para as entidades superiores, como anjos, ou espíritos evoluídos, é justo que Deus espere que também façamos o mesmo pelos que são mais frágeis do que nós. E também, – continuou a menina – você não precisa ter os passarinhos presos em gaiolas. Ao invés de caçá-los e trancá-los, é só oferecer comida para eles. Eles vão se acostumar e vão se aproximar. Você pode ver eles cantarem e voarem, sem ter que limpar gaiolas todo dia. Não acha melhor?

Paulo não era um menino mau, nem orgulhoso. Ele logo percebeu que as meninas estavam certas.

– Está bem, não vou mais fazer isso – disse ele. – Posso treinar minha pontaria com latinhas.

– Ótimo! Que bom, Paulo! – disseram as meninas.

Paulo realmente fez o que disse. Nunca mais deu pedradas em ninguém. Ao invés disso, passou a jogar migalhas de pão para os passarinhos, em seu jardim. Às vezes, ele também oferecia alpiste ou alguma fruta madura.

Com o passar do tempo ele recebeu a visita de muitos passarinhos bonitos. Paulo aprendeu a identificar as espécies, estudou sobre os hábitos e alimentação de cada uma e se tornou não só um admirador, mas um cuidador deles.

Quando ele encontrava as meninas, elas sorriam para ele e perguntavam alguma curiosidade. E foi assim que ele ficou amigo de todos: das meninas e dos pássaros também.

 

(Adaptação da história "Célia e Marlene" da apostila de evangelização infantojuvenil, da editora Aliança.)
 

 


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