Tema: Amor aos animais
Cuide dos passarinhos
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Célia e Marlene eram amigas e moravam na mesma rua.
Todas as tardes brincavam de
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casinha com suas bonecas, fazendo comida de faz
de conta para elas. |
Numa tarde, quando brincavam, a mãe de Célia chamou-as
para irem a aula de evangelização, que frequentavam toda
semana. Estavam juntando os seus brinquedos quando, de
repente, uma pedrada atingiu uma das panelinhas.
As
meninas se assustaram e olharam para os lados,
procurando entender o que tinha acontecido. Viram,
então, um garoto vizinho, com um estilingue, atirando
pedras nos passarinhos.
As
meninas ficaram indignadas e foram conversar com eles.
–
Por que você está fazendo isso, Paulo? Que coisa
horrível maltratar os passarinhos!
– O
que é que tem? Estou só treinando a mira. Não aconteceu
nada. Não acertei nenhuma vez – disse o menino – e, se
acertar, o passarinho ficará tonto, vou poder pegá-lo,
pôr na gaiola do meu avô e tratar dele. Não vou
maltratá-lo.
–
Mas o passarinho pode não só ficar tonto, pode ficar bem
machucado ou até morrer, se a pedrada for forte e
precisa. Já pensou nisso? Você ia ter coragem de pegar
um passarinho com um ossinho quebrado ou com a cabeça
sangrando e ainda prendê-lo numa gaiola?
Paulo se assustou com a pergunta de Célia. Embora fosse
claro que isso pudesse acontecer, ele não tinha pensado
nisso.
Acertar uma pedrada num animalzinho pequeno e, que voa,
é difícil, por isso Paulo só considerava a ideia de que,
no máximo, conseguiria atingi-lo só de raspão.
Ele
demorou para falar, pensando no que responder. De fato,
ao imaginar o passarinho machucado ou até morto, por sua
causa, Paulo se entristeceu muito.
Enquanto Paulo continuava sem palavras, Marlene
argumentou:
–
Paulo, eu e a Célia aprendemos, lá na evangelização, que
a espécie humana, por ser a mais inteligente do planeta,
tem que respeitar as outras espécies e cuidar delas. E
não usar a sua inteligência superior de forma egoísta.
– É
isso mesmo! – disse Célia. – Nós tivemos uma aula sobre
isso. Se a gente pede proteção e bênçãos para as
entidades superiores, como anjos, ou espíritos
evoluídos, é justo que Deus espere que também façamos o
mesmo pelos que são mais frágeis do que nós. E também, –
continuou a menina – você não precisa ter os passarinhos
presos em gaiolas. Ao invés de caçá-los e trancá-los, é
só oferecer comida para eles. Eles vão se acostumar e
vão se aproximar. Você pode ver eles cantarem e voarem,
sem ter que limpar gaiolas todo dia. Não acha melhor?
Paulo não era um menino mau, nem orgulhoso. Ele logo
percebeu que as meninas estavam certas.
–
Está bem, não vou mais fazer isso – disse ele. – Posso
treinar minha pontaria com latinhas.
–
Ótimo! Que bom, Paulo! – disseram as meninas.
Paulo realmente fez o que disse. Nunca mais deu pedradas
em ninguém. Ao invés disso, passou a jogar migalhas de
pão para os passarinhos, em seu jardim. Às vezes, ele
também oferecia alpiste ou alguma fruta madura.
Com
o passar do tempo ele recebeu a visita de muitos
passarinhos bonitos. Paulo aprendeu a identificar as
espécies, estudou sobre os hábitos e alimentação de cada
uma e se tornou não só um admirador, mas um cuidador
deles.
Quando ele encontrava as meninas, elas sorriam para ele
e perguntavam alguma curiosidade. E foi assim que ele
ficou amigo de todos: das meninas e dos pássaros também.
(Adaptação da história "Célia e Marlene" da apostila de
evangelização infantojuvenil, da editora Aliança.)