Não
passarão
No capítulo 24,
versículo 35 das
anotações do evangelista
Mateus, nos deparamos
com a assertiva do
Cristo: “Céus e terra
passarão, mas as minhas
palavras não passarão.”
É o coroamento de
profecias que Jesus
acabara de fazer aos
Apóstolos, com relação
ao “fim dos tempos”.
E são exatamente estes
os dias em que estamos
vivendo no planeta
Terra, dias de mudanças
contínuas e aceleradas,
o período da tão
aguardada transformação,
a grande transição
planetária (estamos em
trânsito, a caminho de
nos mudarmos de patamar:
de um mundo de expiações
e de provas, para um
mundo regenerador).
Os discípulos, tão logo
o Mestre saíra do Templo
mandado reconstruir em
linhas helenísticas por
Herodes, em Jerusalém (o
1º, o de Salomão, foi
destruído quando da
invasão dos antigos
babilônios, a mando de
Nabucodonosor II), dele
se acercam, pressurosos,
maravilhados ante a
imponência da
arquitetura majestosa.
O sublime Pastor, como
sempre, aproveita a
ocasião para
ensinar-lhes e a todos
nós acerca da
transitoriedade das
conquistas humanas,
efêmeras como nós também
o somos.
Assim como não restou
pedra sobre pedra do
antigo e imponente
templo, destruído pelas
tropas romanas em 70
d.C., a mando do general
romano Tito, futuro
imperador, filho de
Vespasiano (aquele que
ordenou a construção do
Coliseu romano),
fundadores da dinastia
Flaviana, no momento
atual acontece a grande
reforma da sociedade
terráquea, o que envolve
a demolição, como ponto
de partida.
As estruturas familiares
e sociais, fundadas no
patriarcado e, portanto,
na opressão, na
exploração e na
manipulação, com toda a
carga de violência
necessária à manutenção
de tal estado de coisas,
está ruindo,
literalmente.
Por consequência, a
maioria das pessoas está
perdida, sem rumo,
desnorteada.
O consumismo
desenfreado, filho
dileto do materialismo,
ao invés de preencher,
aumenta o vazio
existencial, daí por que
presenciamos o
incremento do abuso de
bebidas alcoólicas e de
outras drogas lícitas e
ilícitas, em uma espiral
decadente, a qual faz
reinar o caos.
Em meio à confusão,
ganham corpo as falsas
notícias, forte
instrumento da
orquestrada “guerra de
narrativas”, numa luta
de todos contra todos, o
que muito interessa aos
grupos dominantes, em um
jogo de manipulação pelo
medo e pela
desinformação.
Tudo isto pode mudar
para melhor, desde que
nos voltemos à Boa Nova
do Cristo, bússola e
farol a nos guiar em
meio à turbulência.
Transcorridos dois mil
anos, a Palavra de Jesus
permanece vigorosa e com
o frescor do momento em
que foi proferida.
Mestre que é,
utilizou-se em grande
medida das Parábolas,
com forte carga
imagética, repletas de
símbolos e de
arquétipos, porque sabe
que a memória humana
detém com muito maior
facilidade as imagens,
ao invés das palavras.
Até hoje, em plena era
digital, com a rede
mundial de computadores
cada vez mais ampliada
e, dentro dela, as redes
digitais, que
sequestraram corações e
mentes, as quais se
enfraquecem com o uso
descontrolado das telas,
em franca
degenerescência (algumas
pesquisas indicam que
esta é a primeira
geração com índice de QI
mais baixo que a
precedente), o Cristo de
Deus lança a sua rede,
para capturar as almas
sequiosas de mudança.
Quem não se encanta com
as suas narrativas,
repletas de sabedoria e
baseadas em personagens
comuns e utensílios do
cotidiano?
Com qual enlevo não
percorremos o desenrolar
da Parábola do Joio e do
Trigo, a da Dracma
Perdida, a da Semente
(ou do Semeador) a do
Bom Samaritano, a da
Ovelha Perdida e a minha
preferida, a Parábola do
Filho Pródigo (ou do
Filho Perdido?), para
citar apenas algumas?
Na Parábola do Filho
Perdido – na verdade, os
dois filhos estavam
perdidos, desorientados:
o mais jovem, como é
natural, cheio de
impulsividade, com os
hormônios à flor da
pele, ansiava por
desgarrar-se do pai e
“viver a vida”, longe do
tédio da área rural e
assim o fez, porque a
figura paterna da
parábola é singular -
concordou em adiantar ao
rapaz a quantia que lhe
caberia a título de
herança!
Por outro lado, o filho
mais velho não arredara
pé da casa do pai,
porque ali usufruía do
bom e do melhor e, ao
final, mostrou-se
mesquinho e avarento,
enciumado ante a
acolhida que o irmão
aventureiro ganhara,
recebido de volta com um
verdadeiro banquete.
Jesus de Nazaré nos
revela, nesta Parábola,
a verdadeira face da
Divindade, porque o Pai
ali é Deus, um Deus
amoroso e compreensivo,
totalmente diferente do
Deus adorado até então,
o deus dos exércitos, o
que ordenava o cultivo
do ódio e do extermínio
dos considerados
inimigos.
Possamos nos voltar ao
colo desta A Divindade,
que sempre aguarda que
busquemos, não importa
quantas vidas tenhamos
dissipado.
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