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por Roque Roberto Pires de Carvalho

 

Reabilitação

Período natalino é sempre oportuno para reabilitação, e as oportunidades são oferecidas, especialmente pelo comércio, sequioso que está para o aumento de suas vendas. A primeira oferta feita por esse segmento é o reajustamento da situação econômica para nova concessão de crédito aos eventuais inadimplentes. (Leia a nota aposta no final deste texto.)

Nesse particular, se prestarmos melhor atenção, vamos constatar que a Natureza também apresenta as mais preciosas lições e é o caso, só para explicitar, a sucessão dos anos com matemática precisão e a sucessão das estações climáticas com a superação colorida da Primavera para a chegada do Verão, período naturalmente quente. E assim, sucessivamente a preparação da Terra, a semeadura, o desenvolvimento da planta, a colheita sempre obrigatória, porém, se não colher os frutos, eles estarão perdidos.

Esses princípios também se aplicam ao Homem!

Da mesma forma que dispomos de 365 dias e ocasiões de aprendizado e recomeço, anualmente, quantas oportunidades de regeneração moral encontrará a criatura no abençoado e curto período de uma existência?

A boa Doutrina Espírita nos orienta para conservar do passado o que for bom e justo, belo e nobre; porém o homem não deve guardar do pretérito os detritos e as sombras, ainda mesmo quando disfarçadas de sedutor revestimento. Cada nova hora que surge pode ser a melhor oportunidade, não deixando para depois os laços de amor e paz que podem ser criados agora, livrando-nos das pesadas e opressoras algemas do desafeto.

No primeiro parágrafo desta crônica anotei como sendo o período que antecede o Natal, favorável à reeducação dos procedimentos, mesmo sabendo que não é fácil quebrar antigos preceitos do mundo e desobstruir as maldades guardadas no coração em favor daqueles que nos magoam. O melhor contraveneno para os tóxicos da aversão é a nossa boa vontade em benefício daqueles que nos ignoram ou que ainda não nos compreendem.

Se ficarmos na fortaleza defensiva alimentarmos nosso adversário, este amplia o estoque de suas munições e sabemos que a ignorância aumenta as animosidades. O caminho inteligente nos traz a ideia de acordo, uma conciliação, substituindo dentro de nós e em nossos passos a escura fermentação da guerra, que nada mais é que a “predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e transbordamento das paixões”, como ensina o Espiritismo.

Nesta e na próxima semana grande quantidade de mensagens serão trocadas, augurando um Feliz Natal e um próspero Ano Novo, mensagens que vão circular entre pessoas do bem e que se querem bem. Na parte final desta crônica achei oportuno, começando por mim, fazer uma lista – se é que há essa lista de pessoas com as quais, em algum dia da vida em desencontro de opiniões, magoei ou fui magoado. Acredito ser este o momento de iniciar ou perseverar em demonstrar os intentos mais nobres reabilitando os esforços da boa compreensão.

O ano de 2025 está muito próximo de chegar. Parece-me ouvir ainda os “auês” da penúltima passagem de ano quando muitas promessas foram feitas e nem todas cumpridas – até essas da reaproximação não foram cumpridas, porém adiadas... quem sabe agora!

Deus na sua Suprema inteligência concedeu ao homem o livre-arbítrio, a liberdade de agir com responsabilidade, e se errar, como infelizmente acontece, abre-se a oportunidade das mudanças para o melhor e para o bem.

E assim, passo minha mensagem de Natal aos meus amigos, meus leitores e suas digníssimas famílias, augurando saúde a todos, muita Paz e um Ano Novo repleto de realizações.

Como registrou o evangelista: “Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade para com os homens.” (Lucas, 2:14.)


Observação
: Este artigo foi escrito antes do Natal, mas, por falta de espaço, não pôde ser publicado em nossa última edição de 2024. (Nota da Redação)


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita