Tema: Riqueza e pobreza
No papel de mendiga
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Magali chegou da escola correndo e foi direto para o
quarto. Dona Augusta
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estranhou, pois a filha sempre chegava
sorridente, contando coisas. |
Logo chegou a filha mais velha, Carol, explicando que a
irmã estava chateada porque na peça teatral da escola
seria uma mendiga.
– Magali não quer ser pobre – concluiu.
Mais tarde, Dona Augusta observava as filhas, que
brincavam perto dela. As bonecas eram muito ricas,
preocupadas com as roupas novas que iriam vestir e
sempre com muitas festas para ir. Perguntou então, quem
eram as personagens da brincadeira.
– Esta é Bebel, artista famosa. A outra é médica e
aquela é uma modelo riquíssima – respondeu Carol.
– Esta aqui se casou com um milionário e não faz nada e
esta – apontando para outra – mora num castelo.
A mãe aproveitou, então, para explicar que mais
importante do que ter muito dinheiro é ser uma pessoa
honesta e ajudar os outros.
– Mas ninguém gosta de ser pobre – lembrou Magali.
– Pobreza não é defeito, filha. É apenas uma condição
material passageira, afinal, todos nasceremos de novo,
muitas vezes, em diferentes condições.
Dona Augusta percebeu que as filhas ainda não tinham
compreendido que o mais importante não é a casa, o
carro, as roupas ou o dinheiro que temos nesta vida, mas
sim nossa evolução espiritual. E completou:
– Muitas coisas determinam o lugar e a família que
nascemos: as pessoas com as quais precisamos conviver,
as provas pelas quais temos de passar, o que nos
propomos a fazer e aprender nesta vida e a maneira como
usamos as condições materiais que tivemos na vida
anterior, são alguns exemplos.
Com muito amor, a mãe explicou que pobreza não é
castigo, que Deus não privilegia alguns e que o Pai
Maior nos dá oportunidades de aprendizado sempre, pois
Ele nos deu a inteligência e a razão para adquirirmos
recursos para estudar e termos uma vida mais
confortável.
Aos poucos, as garotas compreenderam que Deus não impede
o progresso material, mas isso não deve ser o objetivo
principal da vida.
Dois meses depois, Dona Augusta foi assistir à peça de
teatro da escola. Magali havia aceitado o papel de
mendiga. Ela compreendeu que Deus é sempre justo e que
cada encarnação é uma oportunidade de crescer no bem,
independente da riqueza que possuímos, da família em que
nascemos ou do lugar em que estejamos.
Texto de Claudia Schmidt, do Grupo
Espírita Seara do Mestre.