Joias da poesia
contemporânea

Autoria: Narcisa Amália

 

O enjeitado
 

Mulher moça abandona, em grande pátio imundo,

O filhinho que, em vão, lhe dera a vida ao seio;

Depois, vende prazer, comprando, a bolso alheio.

A posição faustosa, e o renome infecundo.

 

Corre o tempo… Mais tarde, aos empuxões do mundo,

Certa noite, ela aguarda alguém para recreio…

Entra um jovem ladrão, abre-lhe o cofre cheio,

A dama roga auxílio e agarra o vagabundo…

 

Ele brande o punhal e o sangue se lhe verte…

Agonizante, fita — embora o corpo inerte —

O rapaz que lhe furta as joias do peitilho;

 

Súbito, encontra nele o enjeitado de outrora,

E, tarde, a pobre mãe debalde grita e chora:

— “Perdoa-me, Senhor!… Não me mates, meu filho!…”

 

Da obra Poetas redivivos, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.




 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita