Coragem em Cristo
Em uma obra maravilhosa intitulada Prefácios e
Sabedoria de Emmanuel, organizado por Carlos Alberto
Braga Costa, vamos encontrar lições e ensinamentos dos
mais profundos que abordam situações que podemos trazer
para o nosso cotidiano.
É fato que estamos vivendo um período conturbado, de
muitas insatisfações, de repúdio aos desmandos
perpetrados por nossos governantes, indignados muitos de
nós com a falta de competência, integridade e honradez
daqueles que teriam tudo para melhorar os padrões de
convivência e torná-la mais humanizada, com o descaso
com a educação, a saúde pública e tantas outras
situações que nos deixam, muitas vezes, desanimados.
Porém, não podemos perder a confiança nos desígnios de
Deus e lembrarmos sempre que no leme do planeta
encontra-se nosso irmão maior, Jesus, e tantos outros
benfeitores espirituais que, mais do que nós mesmos,
estão atentos e trabalhando incansavelmente para que
tenhamos dias melhores.
A nossa destinação aos páramos mais elevados é um fato,
o tempo para que isso aconteça não é o que idealizamos,
mas requer perseverança, conduta no bem sempre e muita
disposição para o trabalho.
Dessa forma, peço vênia para transcrever abaixo um dos
textos da obra acima referida, título deste artigo, que
assim diz:
“Quem vive no mundo de hoje é compatível ao viajor que
atravessa longa extensão de solo agressivo.
À frente, cipoais de interesses inferiores impondo
tropeços à marcha e, na retaguarda, conflitos bárbaros
de viajantes outros procuram senhorear os recursos
alheios na base da intromissão indébita.
Os conflitos acabam gerando sofrimentos, protestos,
reclamações, ameaças, fadigas, falências e desastres,
rebeldia e desespero...
É nesse clima de atritos constantes que o seguidor do
Cristo é chamado a servir no plantio da paz e da
libertação.
Certamente que estarão todos armados de fraternidade e
paciência, compreensão e tolerância para a execução das
tarefas que lhes dizem respeito. No entanto, sobretudo,
é preciso lembrar a cada um a coragem do Divino Mestre,
que acima de tudo cultivava o amor e a verdade e que não
se fez o Condutor dos Homens, não só pelo bem que fez,
mas também pelo mal que deixou de fazer.”
Assim, diante desse singelo texto, podemos depreender
que, primeiramente, compete-nos seguir destemidos,
embainhando a espada da tolerância, da compreensão, da
fraternidade.
Depois, com essa munição imbatível, compete-nos fazer
todo o bem que está ao nosso alcance, combatendo o mal.
E esse não se combate com outro mal. Sabemos muito bem
que violência apenas gera violência.
Torna-se imperioso procurarmos as verdades espirituais,
os valores que não perecem e tão pouco são corroídos
pelas traças. Os equívocos e as soluções fáceis não
podem pertencer ao campo de trabalho de todo aquele que
já tem a consciência desperta para novos padrões de
conduta.
O robustecimento da fé e a confiança em dias melhores
são lutas diárias que não aceitam esmorecimento e
desânimo.
O próprio Cristo enfrentou toda a sorte de dificuldades
que Ele bem sabia que haveria de vivenciar, diante de um
mundo ignorante, arraigado às formalidades frívolas e,
ainda assim, caminhou destemido como todo aquele que
sabe aonde quer chegar.
Espelhemo-nos nEle, buscando haurir as forças
necessárias para o bom combate.
A recompensa virá um dia, quando, depois das tormentas
necessárias que burilam nosso espírito, encontrarmos a
paz que ainda não nos é possível vivenciar.
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