Conta-nos o médium Divaldo Franco em uma de suas
palestras um belo caso sobre Francisco Cândido Xavier:
- Chico Xavier tinha o hábito de visitar famílias que moravam
sob uma velha ponte. Um dia esta ponte ruiu deixando aquelas
famílias ainda em piores condições. Chico Xavier, sua irmã Luísa
e alguns amigos da cidade de Pedro Leopoldo se reuniram, a fim
de conseguir víveres para serem doados àquelas famílias. Os
colaboradores, todos muito pobres, com salários deficientes, mas
com muita boa vontade, coletavam os excedentes de legumes e
verduras das feiras para distribuírem, anonimamente, no sábado à
noite, aos necessitados da ponte. Houve um dia, porém, em que
ele, Luísa e seus auxiliares não tinham absolutamente nada.
Ficaram preocupados, porque aquela gente estava faminta.
Apareceu-lhe Dr. Bezerra de Menezes e disse-lhe: Coloque algumas
bilhas d'água, pois vamos magnetizá-las e você distribuirá essa
água às famílias da ponte. Ao menos você levará alguma coisa. E
usando o seu ectoplasma, o de Chico Xavier e das pessoas, a água
adquiriu suave odor. Então, depois da reunião convencional do
sábado, eles se dirigiram para a ponte. Quando lá chegaram havia
umas duzentas pessoas entre carentes e doentes. Chico e seus
amigos não tinham como expressar sua angústia, seu
constrangimento por não terem nada para lhes oferecer, a não ser
a água magnetizada que levavam. O povo não entendeu o que é água
magnetizada e não sabe da sua importância... Chico Xavier subiu
numa parte da ponte e com muito carinho falou àquelas pessoas:
Meus irmãos, hoje não tenho nada para lhes oferecer.
As pessoas ficaram de mau humor, porque acostumaram-se que
sempre lhes eram oferecidos donativos e alimentos. Não aceitaram
o fato de Chico Xavier estar de mãos vazias, não tendo nada para
lhes oferecer. Foram desrespeitosos e Chico Xavier começou a
chorar. De repente uma mulher se levantou e falou: - Alto lá,
esse homem e essas mulheres vêm sempre aqui nos ajudar. Hoje
eles não têm nada para nos oferecer e cabe-nos dar-lhes a nossa
alegria. Vamos cantar! Enquanto ela estava falando, chegou um
caminhão e o motorista gritou do outro lado da estrada: - Quem é
Chico Xavier?
O nosso Chico foi até lá e o motorista lhe perguntou - Chico,
você se lembra do Dr... E declinou-lhe o nome. Era um casal que
havia perdido o filho e Chico compadeceu-se muito da sua dor.
Numa das suas reuniões o filho desencarnado veio acompanhado por
Dr. Bezerra e deu-lhe uma bonita mensagem. - Um dia, Chico, eu
hei de retribuir-lhe de alguma forma - disse-lhe o pai comovido.
E o homem ficou muito grato, também, a Dr. Bezerra de Menezes.
Eu estou trazendo esse caminhão de alimentos - continuou o
motorista – mandado pelo Dr. . . . que me deu o endereço lá do
Centro Espírita. Tive um problema na estrada e me atrasei.
Quando passei na porta do Centro estava tudo fechado e
apareceu-me então um senhor de idade, de barba branca, e
perguntou-me: - O que você deseja, meu filho? Eu respondi-lhe
que estava procurando pelo senhor Chico Xavier. Ele então
orientou-me, dizendo: - Siga em frente, ande por essa estrada
até uma ponte caída, chegando lá, chame por Chico Xavier e
diga-lhe que fui eu quem o mandou. Então perguntei-lhe: - Quem é
o senhor? E ele respondeu: "Sou Bezerra de Menezes".
Chico, muito contente, exclamou, olhando para o povo: - Gente,
chegou!
Da Apostila com Histórias de Chico Xavier, do Grupo
de Estudos Allan Kardec.
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