Caminho
com Jesus
"Entretanto, sua mãe e
seus irmãos tendo vindo,
e ficando do lado de
fora, mandaram chamá-lo.
Ora, o povo estava
sentado ao seu redor, e
lhe disse: Vossa mãe e
vossos irmãos estão lá
fora vos chamando. Mas
ele lhes respondeu: Quem
é minha mãe, e quem são
meus irmãos? E olhando
aqueles que estavam
sentados ao seu redor,
disse: Eis minha mãe e
meus irmãos; porque todo
aquele que faz a vontade
de Deus, este é meu
irmão, minha irmã e
minha mãe. " - Marcos,
cap. III; Mateus, cap.
XII.
Quando pensamos na
preparação da encarnação
de Jesus na Terra, na
escolha cuidadosa da
espiritualidade superior
de quem seria, no mundo
espiritual, um espírito
de envergadura moral e
evolução intensa capaz
de receber na Terra
Jesus como mãe, tendo
sido Maria em meio a
tantos espíritos a
selecionada para isso, a
mãe do mestre na Terra,
poderíamos estranhar sua
afirmação, relatada por
Marcos e Mateus.
Jesus, no entanto, o
grande mestre, nos
chamava a todos para
fazer parte de sua
família real, a família
espiritual. Aquela que
faz a vontade do Pai.
Relacionou-nos como
fazendo parte de sua
família, quando fazemos
a vontade do Pai.
Ainda estamos longe de
compreender isso. Num
mundo de provas e
expiações estamos
aprendendo a conhecer a
nós mesmos.
A espiritualidade
superior nos convida ao
autoaprimoramento.
Sermos capazes de lidar
com nossas emoções mais
profundas, após
rebuscarmos a nós mesmos
no mundo interno. Não é
fácil. Qual seria a
vontade do Pai, a que
Jesus nos exorta? Por
certo, amar. Toda a
moral de Jesus se resume
na caridade e na
humildade.
Mostra-nos ele em seus
ensinamentos que essas
virtudes são o caminho
da felicidade eterna.
Disse ele ao doutor da
lei que se levantou e
lhe perguntou, para o
testar, que seria
preciso que ele fizesse
para possuir a vida
eterna? Ao que ele
respondeu: amareis o
senhor vosso Deus de
todo o vosso coração, de
toda a vossa alma e de
todo o vosso espírito e
vosso próximo como a vós
mesmos.
Ainda nos encontramos na
fase de aprendizado.
Aqueles que vieram a nos
dar o exemplo de como
agir para isso não foram
isentos de sofrimentos,
apesar de serem muito
mais elevados. Neste
nosso mundo todos
sofrem, mas é preciso
sofrer bem, com
resignação e amor a
Deus.
Como poderíamos entender
o amor ao nosso alcance?
Nas palavras de Sanson,
em O Evangelho
Segundo o Espiritismo,
capítulo XI, item 10,
amar no sentido profundo
da palavra é ser leal,
probo, consciencioso,
para fazer aos outros o
que se quereria para si
mesmo; é procurar ao
redor de si o sentido
íntimo de todas as dores
que oprimem nossos
irmãos, para
abrandá-las; é encarar a
grande família humana
como a sua, porque essa
família, nós a
encontraremos, em um
certo período, em mundos
mais avançados, e os
espíritos que a compõem
são como nós, filhos de
Deus, destinados a se
elevarem ao infinito.
Com essas palavras do
espírito de Sanson,
compreendemos a grande
família, a família que
Jesus mencionou, que
podemos ser todos nós. O
que nos impede? Nós
mesmos. É preciso muito
valor moral para nos
mantermos intimoratos
nesta nossa jornada
humana. Quantas vezes já
falimos? Nossos mentores
e amigos da
espiritualidade superior
o sabem. Em nossa longa
jornada, temos visto
pessoas com pobreza
muito grande e
escolaridade ínfima,
dando exemplos
extraordinários de amor
ao próximo.
Estes são dias difíceis
na Terra. Os testemunhos
que devemos dar
multiplicam-se. O que
temos de nós para dar?
Pensemos com carinho na
nossa grande
responsabilidade de
possuir o conhecimento
espírita e façamos os
esforços que nos
competem, amando um
pouco mais, pois o amor
se aprende.
Aprendamos com os
simples e pequeninos que
já sabem fazer a vontade
do Pai que está nos
céus. Vençamos a nós
mesmos. Nesta hora de
transição do planeta,
não temos ainda ideia do
tamanho dos nossos
testes e dos esforços
que devemos envidar para
superarmos a nós mesmos,
na grande batalha para
com nós mesmos. Que
tenhamos força. Que
tenhamos coragem. Jesus
nos exorta a prosseguir.
Estejamos com ele e
seremos capazes de
aprender.
O amor deve ser a nossa
busca. Que possamos
vivê-lo no cotidiano. É
imperioso. A jornada é
longa, disse-nos o
mestre. Difícil é o
caminho, estreita é a
porta.
Continuemos. Não sabemos
quando teremos novamente
a oportunidade do
conhecimento que hoje a
misericórdia divina nos
oferece. Saibamos pelo
menos tentar fazer o
melhor e, quem sabe um
dia, podermos ouvir a
doce voz de Jesus a nos
dizer que todo aquele
que faz a vontade do Pai
é seu irmão; sua
irmã e sua mãe...
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