Donativo do coração
Todos possuímos algo para dar, seja dinheiro que alivie
a penúria, instrução que desterre a ignorância, auxílio
que remova a dificuldade ou remédio que afaste a doença.
Existe, porém, uma dádiva que todos podemos
compartilhar, indistintamente, com absoluta vantagem
para quem recebe e sem a mínima perda para quem dá.
Referimo-nos à bênção da coragem.
Quantos terão caído de altos degraus do bem, no ápice da
resistência ao mal, por lhes faltar calor humano,
através de uma frase afetuosa e compreensiva?
Quantos terão desertado de suas tarefas enobrecedoras,
com evidente prejuízo para a comunidade, precisamente na
véspera de vitorioso remate, unicamente por lhes haver
faltado alguém que lhes suplementasse as forças morais
periclitantes com o socorro de um gesto amigo?
E quantos outros tombam diariamente na frustração ou na
enfermidade, tão só porque não encontram senão azedume e
pessimismo na palavra daqueles de quem estão intimados à
convivência?
Não te armes apenas de recursos materiais para combater
o infortúnio. Aprovisiona-te de fé viva e esperança,
compreensão e otimismo, para que teu verbo se faça lume
salvador, capaz de reacender a confiança de tantos
companheiros da Humanidade, que trazem o coração no
peito à feição de lâmpada morta.
Não deixes para amanhã o momento de encorajar os irmãos
do caminho no serviço do bem.
Faze isso hoje mesmo. Estende-lhes a alma no apelo ao
bem e fala-lhes da própria imortalidade, do tesouro
inexaurível do tempo e dos recursos ilimitados do
Universo.
Induze-os a reconhecer as energias infinitas de que são
portadores e auxilia-os a descobrir a divina herança de
vida eterna que lhes palpita no imo do espírito, ainda
mesmo quando estirados nas piores experiências.
Seja tua palavra clarão que ampare, chama que aqueça,
apoio que escore e bálsamo que restaure.
Sempre que te disponhas a sair de ti mesmo para o labor
da beneficência, não olvides o donativo da coragem!
Ajuda ao próximo por todos os meios corretos ao teu
alcance, mas, acima de tudo, ajuda ao companheiro de
qualquer condição ou de qualquer procedência a sentir-se
positivamente nosso irmão, tão necessitado quanto nós da
paciência e do socorro de Deus.
Do livro Alma e coração, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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