Natural de Caxias do Sul (RS), onde reside, Rosa
Maria Festugato (foto) é professora de
Biologia, aposentada. É presidente do Centro
Espírita Fora da Caridade Não Há Salvação,
instituição que alcançou seu centenário de
fundação em outubro de 2024, tema da entrevista
que ela gentilmente nos concedeu. Acompanhe.
Como se tornou espírita?
Conheci o Espiritismo em 1970 através do meu
namorado na época, hoje meu marido, que é
espírita de berço. Eu o acompanhava para
assistir às palestras e fui me apaixonando pelo
Espiritismo.
O que mais lhe chama a atenção no Espiritismo?
A certeza da vida futura, a reencarnação e a lei
de causa e efeito.
Fale-nos da instituição que você preside? Quando
foi fundada e por quem?
O Centro Espírita Fora da Caridade Não Há
Salvação foi fundado em 10 de outubro de 1924,
por um grupo de mulheres corajosas e
desprendidas de preconceitos, tendo à frente
Anna Saldanha, Hilda Valiera e Zelinda Brigidi.
Anna Saldanha foi uma mulher à frente do seu
tempo. Tinha pensamento diferente das pessoas da
época. Era intimista, não participava das festas
da sociedade da época. Era muito preocupada com
a educação e ensinava as crianças na sua casa. O
Centro Espírita, no início, oferecia: sessões
doutrinárias, estudos teóricos das obras
fundamentais, sessões experimentais para os
estudos dos fenômenos, sessões de caridade para
atendimento a obsidiados e para receituários.
Também, possuía uma farmácia com produtos
homeopáticos para serem distribuídos aos
enfermos atendidos pelo receituário espírita.
A história registra vários movimentos de
rejeição às instituições espíritas pioneiras.
Como foi em sua cidade?
Conta-se que muitos nem passavam na calçada onde
se situava o Centro Espírita, sempre
atravessando a rua e fazendo o sinal da cruz
para se livrar do "demônio”, mas nada que
prejudicasse o funcionamento da instituição.
Como e quando chegou à instituição?
Cheguei à instituição em 1970, com o objetivo de
conhecer o Espiritismo e a partir de 1984
comecei a trabalhar na casa como expositora
doutrinária, evangelizadora da infância e
juventude e em grupos mediúnicos.
Qual o perfil principal da casa, em termos de
programação e atividades em geral?
Penso que o perfil principal da casa é o Estudo
Sistematizado da Doutrina Espírita. Como
atividades em geral, temos exposições
doutrinárias, atendimento fraterno, passe,
reuniões mediúnicas, evangelização da infância e
juventude, evangelização das famílias,
assistência e promoção social espírita aos
necessitados. Todas as atividades são baseadas
nas orientações da FERGS e da FEB.
Olhando a história, como a instituição se situa
na atualidade?
Podemos dizer que a casa se mantém seguindo os
princípios da doutrina espírita ensinada por
Allan Kardec, esclarecendo, consolando e amando.
E o que mais se destaca nos dias atuais?
Podemos destacar uma boa aceitação da população,
sem preconceitos por parte da maioria. Dizemos
isso, pela quantidade de pessoas que buscam
ajuda, consolo e esclarecimento no centro
espírita.
Houve uma programação especial para o
centenário?
Organizamos uma programação especial por mês,
desde março: como palestras, chá, jantar
dançante e no dia 10 de outubro promovemos uma
palestra sobre a história do Centro. Todos esses
encontros festivos tiveram como objetivo o
aprendizado e a confraternização da família
espírita do Caridade, como é chamado o nosso
centro, de forma carinhosa. A programação foi
intensa!
Qual a lembrança mais marcante que lhe surge ao
pensar nessa história centenária?
A lembrança mais marcante que tenho foi a compra
do terreno ao lado do antigo centro, sua reforma
e posterior inauguração de um auditório com 300
lugares, oportunizando espaço para mais pessoas
poderem participar das nossas atividades
espíritas, sendo esclarecidas e consoladas por
essa maravilhosa Doutrina.
Algo mais que gostaria de acrescentar?
Considero o Centro Espírita Fora da Caridade Não
Há Salvação como a minha segunda casa. Então,
participar desses 100 anos de atividades foi uma
imensa alegria e emoção constantes. Todas os
momentos festivos dos 100 anos serviram, também,
para aumentar os vínculos de amor entre os
trabalhadores desta casa de luz.
Suas palavras finais.
Agradeço com muito carinho e alegria esta
conversa amorosa sobre a nossa casa centenária
que tem como lema: “100 anos esclarecendo,
consolando e amando”. Que Jesus nos abençoe,
agora e sempre!
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