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por Marcos Paulo de Oliveira Santos

 

Tabagismo, um suicídio indireto


O tabagismo é um problema de saúde pública de proporções globais, com impactos devastadores sobre a saúde física e mental dos indivíduos.

É um vício caracterizado pela dependência do consumo de produtos derivados do tabaco, como os cigarros, charutos e cachimbos. E, com o advento da tecnologia, também, os chamados “cigarros eletrônicos”.

A principal substância responsável pela dependência é a nicotina, um alcaloide que tem um efeito altamente viciante no sistema nervoso central. A prática de fumar não se restringe apenas ao ato de inalar a fumaça, mas também envolve comportamentos sociais e psicológicos que reforçam o vício.

Em termos de saúde pública, o tabagismo é uma das principais causas de doenças evitáveis e mortes prematuras no mundo. Ele está fortemente associado ao desenvolvimento de uma série de condições crônicas, como câncer, doenças cardiovasculares, doenças respiratórias e complicações graves durante a gestação.

Os efeitos deletérios do tabagismo são amplamente documentados e afetam praticamente todos os sistemas do corpo humano. Os fumantes (ativos e passivos, ou seja, os que estão expostos indiretamente a fumaça) estão expostos a uma ampla gama de substâncias tóxicas e cancerígenas presentes na fumaça do tabaco, como alcatrão, monóxido de carbono, amônia, cianeto, entre outras.

Esses compostos têm um impacto negativo tanto imediato quanto a longo prazo na saúde.

A longo prazo, o tabagismo pode levar ao desenvolvimento de doenças respiratórias crônicas, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e enfisema pulmonar. No sistema cardiovascular, o tabagismo aumenta o risco de infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e doenças arteriais periféricas.

A fumaça também pode causar danos irreversíveis aos pulmões, sendo uma das principais causas do câncer de pulmão, além de contribuir para o câncer em outros órgãos, como a garganta, boca, pâncreas e bexiga.

Cumpre considerar, outrossim, que efeitos adversos severos também são ocasionados pelos chamados “cigarros eletrônicos” e similares.

Em relação aos mecanismos mais eficazes para a eliminação do vício, o tratamento do tabagismo deve ser abordado de maneira multifacetada, uma vez que a dependência do tabaco envolve componentes fisiológicos, psicológicos e comportamentais. As opções mais eficazes para combater o tabagismo incluem:

Terapias comportamentais: Estas abordagens visam ajudar o fumante a identificar e modificar os padrões de comportamento associados ao ato de fumar, oferecendo apoio psicológico. Terapias como a terapia cognitivo-comportamental (TCC) são amplamente utilizadas para ajudar a pessoa a controlar os gatilhos emocionais e situacionais que levam ao desejo de fumar. A terapia de modificação de comportamento também pode ser útil, promovendo a substituição do ato de fumar por comportamentos mais saudáveis.

Tratamentos farmacológicos: Existem medicamentos que podem ajudar a reduzir a vontade de fumar, proporcionando suporte para a cessação do tabagismo. Além disso, outras terapias como chicletes, pastilhas, inaladores, adesivos, entre outros, que têm por escopo auxiliar o fumante a diminuir gradualmente a dependência.

Essa abordagem tem como objetivo reduzir os sintomas de abstinência e aliviar a ansiedade associada à cessação, enquanto permite que a pessoa se concentre em alterar o comportamento e a psicologia envolvida no vício.

Grupos de apoio também constituem recursos interessantes! Participar de grupos de apoio, como programas de cessação do tabagismo, pode aumentar significativamente as chances de sucesso na cessação. Grupos de apoio proporcionam um espaço onde os indivíduos podem compartilhar suas experiências, desafios e sucessos, além de receber encorajamento mútuo.

Além, claro, das intervenções com aconselhamento; consultas regulares com profissionais da saúde, como médicos ou psicólogos, podem ser fundamentais para o acompanhamento da jornada de cessação. O aconselhamento individualizado pode ajudar a pessoa a lidar com os fatores emocionais e psicológicos que dificultam o processo de parar de fumar, como o estresse ou a ansiedade.

Algumas pessoas recorrem a métodos alternativos, como a acupuntura, a hipnoterapia e outras terapias complementares. Embora os resultados desses métodos ainda sejam debatidos, algumas evidências sugerem que eles podem ser úteis como terapias complementares, especialmente em combinação com outras abordagens mais tradicionais.

Ademais, políticas públicas e iniciativas de prevenção, como proibição de fumar em ambientes fechados, restrições à publicidade de produtos de tabaco e aumento dos impostos sobre produtos de tabaco, têm se mostrado eficazes em reduzir a prevalência do tabagismo.

educação sobre os riscos do tabagismo também desempenha um papel importante na prevenção, especialmente em populações mais jovens, para evitar que novas gerações se tornem dependentes.

O tabagismo é um hábito extremamente prejudicial à saúde, com efeitos devastadores em múltiplos sistemas do corpo. Entretanto, com o tratamento adequado e um sistema de apoio eficaz, é possível superar o vício e melhorar significativamente a qualidade de vida. A combinação de intervenções comportamentais, farmacológicas e de suporte psicossocial representa a abordagem mais eficaz para a superação do vício.

No campo espiritual, o tabagismo constitui um enorme desafio ao Espírito imortal.

Se continuamos com as nossas qualidades e defeitos no mais Além, aqueles que são viciados sentirão profundo e agoniado tormento no mundo espiritual e terão desequilíbrios sérios; além de reverberações no corpo espiritual que se manifestarão em reencarnações futuras.

A Doutrina Espírita nos esclarece que todos os vícios prejudiciais às forças psicossomáticas, que arruínam a saúde e apressam a morte (e aí se incluem o alcoolismo, a glutonaria, o tabagismo, a toxicomania, etc.), representam formas de suicídio indireto, levando o Espírito, “post-mortem”, a um sentimento de culpa tanto mais penoso quanto maiores tenham sido os abusos cometidos.

Diz-nos, mais, que as lesões provocadas pela intemperança afetam, também, nossa estrutura perispiritual, dando margem a que, nas próximas reencarnações, venhamos a padecer desequilíbrios orgânicos mais ou menos dolorosos, conforme a natureza e a intensidade dos maus costumes a que nos entregamos. Tratemos, portanto, de trilhar o caminho reto da virtude, cultivando a sobriedade, pois tal é o preço de nossa felicidade, atual e futura. (Páginas de Espiritismo Cristão. Cap. 27. Rodolfo Calligaris).

Por fim, todos nos recordamos da interpretação incrível de Patrick Swayze, no papel de Sam Wheat, no filme Ghost - Do outro lado da vida, na cena em que o fantasma do trem se desespera ao ver os maços de cigarro... e não poder sorvê-los.

Sabemos, em doutrina espírita, que essas entidades desequilibradas acabam por influenciar outras pessoas para satisfazerem suas sensações, num processo de vampirização terrível e de difícil solução.

É mister que nos esforcemos para extirpar todos os nossos vícios, seja do tabagismo ou qualquer outro.

 

Referência:

Páginas de Espiritismo cristão. Cap. 27. Rodolfo Calligaris.


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita