Artigos

por Waldenir A. Cuin

 

Compreender e perdoar


“Se perdoardes aos homens as ofensas que vos fazem, também vosso Pai celestial vos perdoará os vossos pecados. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará os vossos pecados.”
 Jesus (Mateus, 5:7.)


Na acanhada condição evolutiva em que nos encontramos, vivendo num mundo de expiações e provas, precisamos compreender que somos falíveis, e, em inúmeras oportunidades, mesmo não desejando ainda fazemos o mal, prejudicamos criaturas e agimos de forma contrária ao que preceitua o Evangelho de Jesus.

Diante disso é imperioso que saibamos sobre as nossas limitações e em momento algum   nos iludamos pensando que podemos nos relacionar, no contexto social que nos abriga, de forma totalmente acertada e impoluta.

É necessário sim que tomemos cuidado visando agir corretamente, mas ainda não somos criaturas acabadas, estamos a caminho da perfeição, não somos perfeitos, por isso os enganos e os equívocos, por enquanto, caminham conosco. Portanto, não podemos exigir dos outros virtudes e qualidades que também não possuímos, assim o perdão e a compreensão devem estar sempre junto de nós.

Ensina Jesus que à medida que conseguimos perdoar as ofensas que recebemos, Deus também perdoa aquelas que cometemos. Como podemos perceber a Lei de Deus é de compensação, dentro dela somos tratados da mesma forma que tratamos os nossos irmãos do caminho.

Querendo, portanto, que o Pai Celestial seja compreensivo e tolerante para com as nossas faltas, que não são poucas, não nos resta outra alternativa, até por questão de justiça, que não seja a de ser também compreensivo e tolerante para com as falhas alheias.

Jesus Cristo reforça esse ensinamento no momento em que afirmou: “Não julgueis, pois, para não serdes julgados; porque, com o juízo que julgardes os outros, sereis julgados; e com a medida com que medirdes, vos medirão também a vós” (Jesus-Mateus, VII: 1-2).

Dessa forma devemos entender o perdão como uma valiosa e eficiente regra para o salutar convívio social. Sabemos que a vida em sociedade, num clima de entendimentos e compreensão não é nada fácil, mas tendo plena consciência de que ainda podemos errar teremos melhores condições de entender e aceitar os erros dos outros. Erramos e precisamos do perdão alheio, as pessoas erram e precisam do nosso perdão. Em suma é isso que o Mestre Divino deseja que saibamos convictamente.

Mas quando acreditamos ser detentores da verdade total, que sempre temos razão em tudo, que em todas as ocasiões deve prevalecer o nosso ponto de vista, instalamos ao nosso redor o prejudicial e deletério clima da intolerância. E essa situação implantada faz nascer terríveis desentendimentos, gerando conflitos nas famílias, no seio da sociedade e servindo de fomento para as grandes e catastróficas guerras que assolam as comunidades.

É obvio que não devemos nos acomodar na posição de criaturas falíveis, mas é preciso ter consciência de que ainda somos imperfeitos. Estamos a caminho de maior equilíbrio e devemos nos esforçar ao máximo para consegui-lo rapidamente. Mas, enquanto tal situação perdurar, para o nosso bem e para o bem de todos, jamais deixemos de fazer uso do perdão e da tolerância.

Sigamos pela vida perdoando quem nos ofende e pedindo perdão àqueles que ofendemos. Vivenciando, no quotidiano, essa imprescindível lição de Jesus, teremos dias mais tranqüilos e criaremos condições para que os outros tenham também.

Com o mesmo juízo que julgarmos aos outros, seremos julgados...

Pensemos nisso.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita