Recalque
Quantas vezes queremos justificar algum fato, alguma
decepção, frustração dizendo que é feita a “vontade de
Deus”! Será que estamos entendendo realmente o que é a
“vontade do Pai Criador?” Será que entendemos o
“sentido da Vida?”
Passamos largos anos saltando de experiências em
experiências, caindo, levantando, chorando, rindo,
distraídos dos reais Valores do “existir”. Quando
crianças queremos ser adultos: quando adultos fixamo-nos
na adolescência tentando fugir das responsabilidades do
ser adulto.
A ilusão de sermos o que ainda não somos e o
investimento impensado, imponderado, inconsequente que
fazemos guiados por ela nos dá a falsa ideia de que
podemos ser melhores do que os outros e possuirmos tudo
o que conquistamos.
Acontece que a realidade é outra. Ela está coberta de
várias camadas de véus sutis que obnubilam a razão
aguardando o impulso do progresso moral para se
dissiparem uma a uma, tornando-nos seres luz.
Por enquanto, a humanidade da Terra ainda é coberta por
essa bruma invisível a olho nu, mas visível por aqueles
que já despertaram a consciência. - Qual seria então, a
Vontade de Deus ao nosso respeito individual e coletivo?
Universal? – só consegui entender essa questão no
momento em que comecei a estudar e assimilar a Doutrina
dos Espíritos.
A partir das obras de Allan Kardec, posteriormente as de
Chico Xavier e Divaldo Franco, mergulhei na “Verdade
Libertadora” prometida por Jesus e descobri a Vontade de
Deus em suas Leis, tão bem explicadas em O Livro dos
Espíritos. Entre todas as Leis que elucidam a
criatura a uma mudança de comportamento e aprimoramento
do caráter através das escolhas que faz, me foquei na
“Lei de Causa e Efeito”. Essa Lei vem elucidar
gradativamente, a quem se interesse, que a Vontade de
Deus é Soberana e Misericordiosa pois atribui a cada um
segundo as suas obras. É a Justiça divina em ação.
Atrelada a Lei do Amor, ela funciona através do
mecanismo de outras Leis como a de “destruição” do homem
velho, afim de que renasça o homem novo. Isso se aplica
nas mudanças da Natureza, pelos fenômenos da destruição
e renascimento de tudo, de forma mais bela e aprimorada.
Então para o Homem, outra Lei magnânima é a
“Reencarnação” que lhe permite passar por experiências
novas ou repetidas, afim de com o auxílio da educação e
da dor, as almas ignorantes, endurecidas e materialistas
se transformem em espíritos lúcidos e felizes.
Esse Espírito imortal, pouco a pouco ganha luz própria e
leveza ao ponto de se aproximar por atração
inquestionável da Luz Maior que é Deus. Então, a vontade
de Deus não está condicionada à vontade dos homens. Ela,
como disse, é soberana e é maleável apenas no sentido da
Misericórdia, do Perdão e da nova chance que nos dá
sempre que rogamos com sinceridade a necessidade de
repararmos as ofensas que sempre fazemos ao próximo.
Um dos momentos em que sentimos com clareza a “Vontade
de Deus” é quando passamos a obedecer aos ensinamentos
do Mestre Jesus que nos alerta: – “ama o teu próximo
como amas a ti mesmo” – “faças aos outros aquilo que
queres que te façam”. Governados pela Vontade do Pai
passamos a entender que o que nos acontece de Bom e de
Mal é fruto das nossas próprias escolhas, nesta atual
existência ou em existências pregressas.
Se ao invés de nos rebelarmos contra Deus e suas Leis,
nos tornarmos mais dóceis, menos reclamões e indignados,
adoraremos a Deus e obedeceremos a suas ordens (Leis) em
nome do Amor e seremos felizes, apesar das decepções que
ainda nos atingirão. Seremos mais corajosos, mais fortes
e teremos aquela “Fé que remove montanhas”, não cega,
mas raciocinada.
Fonte:
FRANCO, Divaldo Pereira, Rumos
Libertadores, pelo Espírito Joanna de Ângelis, 4ª
ed. Ed. Espírita Alvorada,2002, Salvador-BA.
KARDEC, Allan, O Livro dos Espíritos,
91ª ed. FEB/Brasília,18/1/10.