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por Roque Roberto Pires de Carvalho

 

Recalque


Quantas vezes queremos justificar algum fato, alguma decepção, frustração dizendo que é feita a “vontade de Deus”! Será que estamos entendendo realmente o que é a “vontade do Pai Criador?”   Será que entendemos o “sentido da Vida?”

Passamos largos anos saltando de experiências em experiências, caindo, levantando, chorando, rindo, distraídos dos reais Valores do “existir”. Quando crianças queremos ser adultos: quando adultos fixamo-nos na adolescência tentando fugir das responsabilidades do ser adulto.

A ilusão de sermos o que ainda não somos e o investimento impensado, imponderado, inconsequente que fazemos guiados por ela nos dá a falsa ideia de que podemos ser melhores do que os outros e possuirmos tudo o que conquistamos.

Acontece que a realidade é outra. Ela está coberta de várias camadas de véus sutis que obnubilam a razão aguardando o impulso do progresso moral para se dissiparem uma a uma, tornando-nos seres luz.

Por enquanto, a humanidade da Terra ainda é coberta por essa bruma invisível a olho nu, mas visível por aqueles que já despertaram a consciência. - Qual seria então, a Vontade de Deus ao nosso respeito individual e coletivo? Universal? – só consegui entender essa questão no momento em que comecei a estudar e assimilar a Doutrina dos Espíritos.

A partir das obras de Allan Kardec, posteriormente as de Chico Xavier e Divaldo Franco, mergulhei na “Verdade Libertadora” prometida por Jesus e descobri a Vontade de Deus em suas Leis, tão bem explicadas em O Livro dos Espíritos. Entre todas as Leis que elucidam a criatura a uma mudança de comportamento e aprimoramento do caráter através das escolhas que faz, me foquei na “Lei de Causa e Efeito”. Essa Lei vem elucidar gradativamente, a quem se interesse, que a Vontade de Deus é Soberana e Misericordiosa pois atribui a cada um segundo as suas obras. É a Justiça divina em ação.

Atrelada a Lei do Amor, ela funciona através do mecanismo de outras Leis como a de “destruição” do homem velho, afim de que renasça o homem novo. Isso se aplica nas mudanças da Natureza, pelos fenômenos da destruição e renascimento de tudo, de forma mais bela e aprimorada. Então para o Homem, outra Lei magnânima é a “Reencarnação” que lhe permite passar por experiências novas ou repetidas, afim de com o auxílio da educação e da dor, as almas ignorantes, endurecidas e materialistas se transformem em espíritos lúcidos e felizes.

Esse Espírito imortal, pouco a pouco ganha luz própria e leveza ao ponto de se aproximar por atração inquestionável da Luz Maior que é Deus. Então, a vontade de Deus não está condicionada à vontade dos homens. Ela, como disse, é soberana e é maleável apenas no sentido da Misericórdia, do Perdão e da nova chance que nos dá sempre que rogamos com sinceridade a necessidade de repararmos as ofensas que sempre fazemos ao próximo.

Um dos momentos em que sentimos com clareza a “Vontade de Deus” é quando passamos a obedecer aos ensinamentos do Mestre Jesus que nos alerta: – “ama o teu próximo como amas a ti mesmo” – “faças aos outros aquilo que queres que te façam”.  Governados pela Vontade do Pai passamos a entender que o que nos acontece de Bom e de Mal é fruto das nossas próprias escolhas, nesta atual existência ou em existências pregressas.

Se ao invés de nos rebelarmos contra Deus e suas Leis, nos tornarmos mais dóceis, menos reclamões e indignados, adoraremos a Deus e obedeceremos a suas ordens (Leis) em nome do Amor e seremos felizes, apesar das decepções que ainda nos atingirão. Seremos mais corajosos, mais fortes e teremos aquela “Fé que remove montanhas”, não cega, mas raciocinada.  


Fonte
:

FRANCO, Divaldo Pereira, Rumos Libertadores, pelo Espírito Joanna de Ângelis, 4ª ed. Ed. Espírita Alvorada,2002, Salvador-BA.

KARDEC, Allan, O Livro dos Espíritos, 91ª ed. FEB/Brasília,18/1/10.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita