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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 68 - 10 de Agosto de 2008

EDUARDO AUGUSTO LOURENÇO
eduardoalourenco@hotmail.com
Americana, São Paulo (Brasil)
 

A religião e a ciência: lado a lado na evolução

 
Como vimos, os séculos 17 e 18 foram o período em que o Iluminismo nasceu e trouxe à humanidade “As luzes da razão” para clarear as mentes de alguns pensadores, intelectuais, aristocratas, principalmente, dos religiosos da época, que defendiam uma idéia de “Deus” tirano que não perdoava, e que dava privilégio para uns e para outros não. 

A fé racional veio negar a existência deste “Deus Carrasco”. Sabemos que “Deus” é imparcial, dotou o Espírito de muitas capacidades, a fé, o amor, a caridade dentre outros sentimentos, cada qual, com a sua devida importância. 

A inteligência é o que o difere entre outros animais, ela é a mola propulsora que o impulsiona a construir o seu bem-estar, seja ele material ou espiritual. Trilhando, assim, o progresso para a humanidade e cooperando com “Deus” na criação dos seres. 

O Espiritismo, por ser uma ciência e por aprofundar o conhecimento do desenvolvimento biopsicoespiritual do gênero humano, caminha lado a lado com o conhecimento científico de todas as áreas. Veio trazer a reflexão sobre os valores morais, ditos e vividos por Cristo, que até então, naquele período, idade média, estavam corrompidos pelos homens no comando da Igreja. Podemos dizer que a ciência veio para colocar, nas consciências fanáticas, a fé, pautada no solo da razão, que, até então, estava perdida nas trevas da escuridão por milênios. 

Sabemos que a religião e o conhecimento são duas asas que se completam, sendo a asa do conhecimento o pensamento – a luz da razão, e a asa da moral, o sentimento – o calor da caridade. Por isso, o conhecimento e a moral são bandeiras defendidas pela Doutrina Espírita.  

O codificador da Doutrina Espírita afirma que a ciência deve levar em conta a espiritualidade, e a religião deve considerar as leis orgânicas imutáveis da matéria. Mas, como ambas se repeliam mutuamente, seria preciso algo que preenchesse o vazio que ficou entre as duas, um traço de união que as ligassem novamente, e este traço de união está no Espiritismo, no conhecimento das leis que regem o mundo espiritual e as suas relações com o mundo corporal, leis tão imutáveis quanto as que regem os movimentos dos astros. Allan Kardec afirma que toda uma revolução moral está se desenvolvendo no mundo sob a ação dos Espíritos.    

O grande mestre, Allan Kardec, sempre preocupado com a veracidade dos fatos, não hesitou em estudar, questionar e pesquisar, pondo em prática a razão sobre os acontecimentos ocorridos, dizendo: “Que Ciência e Espiritismo se completam e necessitam um do outro”, “A ciência e a religião são duas alavancas da inteligência humana”. José Herculano Pires – considerado por Emmanuel: “o metro que melhor mediu Kardec” – disse que, “ao realizar semelhante fusão, preenchendo a velha lacuna entre a razão e fé, entre ciência e religião, deu ao Espiritismo o cunho de verdadeira síntese do conhecimento”.  

Entre muitos outros, podemos citar também o Espírito Emmanuel, dizendo que “os laboratórios são templos em que a inteligência é concedida ao serviço de Deus”.  

Iremos citar algumas frases de alguns cientistas de renome, que ao longo do tempo vieram confirmar que a religião e a ciência são caminhos que se cruzam e se entrelaçam na jornada terrena: 

– Karl Ernst von Baer (1792-1876), biólogo, pai da embriologia: “O bondoso Criador colocou quatro desejos no homem, pelos quais podemos dizer que este é segundo a imagem de Deus: a fé, a consciência, o desejo de saber, o sentido pela estética”.  

– Justus von Liebig (1803-1873), químico, patrono da Universidade de Giessen, Alemanha: "O conhecimento da natureza é o caminho para a admiração do Criador”. 

– Werner Heisenberg (1901-1976), ganhador do Prêmio Nobel de Física de 1932: “O primeiro gole do copo das ciências naturais torna ateu; mas no fundo do copo Deus aguarda”. 

– Thomas Edison afirma que desenvolveu a lâmpada e inventou o fonógrafo em 1877 movido pelo desejo de gravar a voz de sua falecida mãe, o que não conseguiu, principalmente, devido à precariedade do aparelho (ciência que é chamada de transcomunicação, através de aparelhos eletrônicos como: televisão, rádio e computador). 

– O cientista Albert Einstein, físico, criador da teoria da relatividade, dizia: "A ciência sem a religião é manca e a religião sem a ciência é cega". "Sustento que o sentimento religioso cósmico é o mais forte e o mais nobre incitamento à pesquisa científica". 

– Isaac Newton (1642-1727), físico, criador da teoria da gravidade, dizia: “Que o espírito nada mais é do que um corpo de luz e não material” e que “devemos crer em um Deus e não ter outros deuses além dele. Ele é eterno, onipresente, onisciente, onipotente, criador de todas as coisas, sábio, justo, bom e santo. Devemos amá-lo, temê-lo, honrá-lo e confiar nele, orar a ele, dar-lhe graças, louvá-lo e santificar seu nome, cumprir seus mandamentos e dispor de tempo para honrá-lo em culto”. 

– Louis Pasteur (1822-1895), cientista que desenvolveu o processo de pasteurização, a vacina anti-rábica, declarou: "A ciência nos aproxima mais de Deus" e "Um pouco de ciência nos afasta de Deus, muito nos aproxima", e vai além, dizendo: "Proclamo Jesus como filho de Deus em nome da ciência. Meu espírito científico, que dá grande valor à relação entre causa e efeito, compromete-me a reconhecer que, se ele não o fosse, eu não mais saberia quem ele é. Mas ele é o filho de Deus. Suas palavras são divinas, sua vida é divina, e foi dito com razão que existem equações morais assim como existem equações matemáticas”. 

– Wernher Von Breaun (1912-1977), conhecido como o pai do programa espacial americano, diretor da Nasa, e um dos maiores cientistas espaciais do mundo, disse: "Os evolucionistas desafiam a ciência a provar a existência de Deus". 

– Blaize Pascal (1623-1662), matemático, físico, filósofo e escritor francês, dizia: "Duvidar de Deus é crer em sua existência". 

– Karl Friedrich Gauss (1777-1855), matemático e físico, dizia: ”Existem questões a cuja resposta eu daria um valor infinitamente maior do que às matemáticas, por exemplo, questões sobre ética, sobre nosso relacionamento com Deus, sobre nosso destino e nosso futuro. Para a alma existe uma satisfação de espécie superior, para a qual dispenso o que é material”.        

Sendo assim, a ciência vai-se aliando com a religião, comprovando aos poucos o que os Espíritos trouxeram com a Doutrina Espírita. Através do codificador, Allan Kardec, que abordou os três temas que compõem o Espiritismo: ciência, filosofia e religião. Também, Francisco Cândido Xavier serviu de instrumento aos Espíritos para psicografar tantos livros, completando as obras Kardequianas. 

Vale recordarmos o que Emmanuel nos alertou: se os seus livros viessem a contradizer as obras de Jesus e Kardec, era para ficarmos com as obras de Jesus e Kardec.  

O codificador do Espiritismo lembrou-nos que, se a ciência com o tempo vier comprovar que suas obras são falhas, deveríamos ficar com a ciência, a mãe da lógica.    

“Deus” nos deu todas as ferramentas necessárias para sermos felizes, fomos preparados pelas mãos benditas do Criador para buscarmos dentro de nós toda a essência divina. Impulsionou-nos a conhecer o reino dos céus, sendo este o verdadeiro caminho. Assim, cada criatura tem sua função na Terra. Alguns dentro da religião, outros na ciência e muitos dentro dos seus próprios lares.

Não importa a posição, o credo ou cargo que ocupa, o importante é que cada ser possa desempenhar seu devido papel no planeta. “Deus” não dá privilégios a nenhum de nós.  

Todos, sem exceção, saímos do mesmo ponto de partida e teremos que conquistar nosso amadurecimento espiritual com nosso próprio esforço.  

Mudando as más tendências que ainda imperam em nosso comportamento, trabalhando em prol dos nossos irmãos necessitados. 

Todos nós somos importantes para o “Pai da Vida”, desde o pequenino grão de areia até o homem racional, só não devemos nos esquecer de que compromisso assumido e não cumprido é mais um débito adquirido. 
 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita