A Revue Spirite
de 1861
Allan Kardec
(3a
Parte)
Damos continuidade ao
estudo da Revue
Spirite
correspondente ao ano de
1861. O texto condensado
do volume citado será
aqui apresentado em 14
partes, com base na
tradução de Júlio Abreu
Filho publicada pela
EDICEL.
Questões preliminares
A. Como Kardec entendia
a questão da convicção?
Kardec dizia que a
convicção só é adquirida
por estudos sérios,
realizados sem
prevenção, sem idéias
preconcebidas e por
numerosas observações,
feitas com paciência e
perseverança. A
convicção, portanto, não
se transfere nem se
ensina: a convicção se
adquire. (Revue
Spirite de 1861, p. 80.)
B. Que missão está
confiada à moral
evangélica cristã?
De acordo com uma
mensagem transmitida em
Mulhouse, a moral
evangélica cristã deve
renovar o mundo,
reaproximar os homens e
os tornar a todos
irmãos, fazendo da Terra
morada para Espíritos
superiores. (Revue
Spirite de 1861, p. 96.)
C. No tocante à questão
social, qual o papel da
fé?
Em mensagem transmitida
em Varsóvia, um Espírito
disse que os sistemas
que repousam somente nos
interesses materiais são
instáveis. É preciso que
se baseiem no
desinteresse pessoal,
mas para isso é
necessário ter fé. Sem a
fé, que dá a certeza das
compensações da vida
futura, o desinteresse é
um logro. O papel da fé
é, portanto,
indispensável à
estabilidade dos
sistemas que se
proponham a resolver as
questões sociais. (Revue
Spirite de 1861, pp. 99
e 100.)
Texto para leitura
37. Assevera Kardec: “O
materialismo diz:
Nada há fora da matéria.
O espiritualismo diz:
Há alguma coisa, mas
não o prova. O
Espiritismo diz: Há
alguma coisa, e o
prova. E, auxiliado por
sua alavanca, explica o
que até agora era
inexplicável. É o que
faz com que o
Espiritismo reconduza
tantos incrédulos ao
espiritualismo”. (P. 76)
38. Na Sociedade
Espírita de Paris, a 30
de novembro de 1860,
Andrê Chénier (Espírito)
escreveu: “Não vos
inquieteis com o que o
mundo pode escrever
contra o Espiritismo.
Não é a vós que atacam
os incrédulos, é ao
próprio Deus. Mas Deus é
mais poderoso do que
eles”. São Luís já havia
dito, anteriormente, que
semelhantes artigos não
fazem mal senão aos que
os escrevem; não fazem
mal nenhum ao
Espiritismo, que ajudam
a espalhar. (PP. 78 e
79)
39. Em carta ao Sr.
Deschanel, Kardec lhe
diz que a convicção só é
adquirida por estudos
sérios, realizados sem
prevenção, sem idéias
preconcebidas e por
numerosas observações,
feitas com paciência e
perseverança. (P. 80)
40. Contestando a pecha
de ser o Espiritismo uma
doutrina materialista,
Kardec diz ao Sr.
Deschanel que o
Espiritismo tem por base
essencial a existência
de Deus, a da alma, sua
imortalidade, as penas e
as recompensas futuras.
(P. 81)
41. Kardec comenta carta
do Dr. Riboli, que
examinou a cabeça de
Garibaldi do ponto de
vista frenológico. (P.
81)
42. Em seu estudo,
Kardec diz que os
discípulos de Gall
formam duas escolas: a
dos materialistas e a
dos espiritualistas. Os
primeiros atribuem as
faculdades aos órgãos, o
que é contestado pelos
espiritualistas. (PP. 82
e 83)
43. Elucidando o caso do
assassinato do Sr.
Poinsot, São Luís diz
que os Espíritos têm por
missão nos instruir na
vida do bem e não
aplainar o caminho que
devemos trilhar.
Afastar-se daí é
expor-se a sérios
enganos. (PP. 84 e 85)
44. A
Revue traz mensagem da
Sra. Bertrand, falecida
em 1861 e evocada oito
dias depois. “Vi levarem
o meu corpo, mas logo
afastei-me”, disse seu
Espírito. “O Espiritismo
desmaterializa por
antecipação e torna mais
súbita a passagem do
mundo terrestre ao mundo
espiritual.” (PP. 87 e
88)
45. O Espírito da Srta.
Pauline M... disse que
sentiu uma perturbação
no instante da morte;
ela julgava não estar
morta, e tal fato durou
seis semanas. (P. 91)
46. Em Mulhouse, um
Espírito escreveu: “O
Cristo foi o iniciador
da moral mais pura, a
mais sublime: a moral
evangélica cristã, que
deve renovar o mundo,
reaproximar os homens e
os tornar a todos
irmãos; a moral que deve
fazer jorrar de todos os
corações humanos a
caridade, o amor do
próximo; que deve criar
entre todos os homens
uma solidariedade comum;
a moral, enfim, que deve
transfigurar a Terra e
dela fazer uma morada
para Espíritos
superiores...” (P. 96)
47. Na seqüência,
explicou o Espírito:
“Deus é só e único, e
Moisés é o Espírito que
Deus enviou em missão
para se fazer conhecer,
não só aos hebreus, mas
ainda aos povos pagãos”.
(P. 97)
48. Afirmando que os
mandamentos dados por
Moisés trazem o germe da
mais pura moral cristã,
concluiu o Espírito:
“Foi Moisés quem abriu a
estrada; Jesus continuou
a obra; o Espiritismo a
acabará”. (P. 97)
49. Aludindo à questão
social, um Espírito
disse, em Varsóvia, que
os sistemas que não
repousam senão nos
interesses materiais são
instáveis. É preciso que
se baseiem no
desinteresse pessoal,
mas para isso é
necessário ter fé. “Sem
a fé, que dá a certeza
das compensações da vida
futura, o desinteresse é
um logro aos olhos do
egoísta.”(P. 99)
50. O mesmo Espírito
disse, ainda: “A
harmonia do mundo
material é o belo”. E
ressalvou: “A harmonia
do mundo espiritual é o
amor, emanação divina
que enche os espaços e
conduz a criatura ao seu
Criador”. (P. 100)
51. A
Revue transcreve
mensagem de Adolphe,
bispo de Alger, que fala
sobre a missão dos que
deixam pátria e família
para ir evangelizar
tribos ignorantes e
ferozes. A isso ele
chama de Espiritismo e
aduz. “Não vos arreceeis
desta palavra.
Sobretudo, não riais,
porque é o símbolo da
lei universal, que rege
os seres vivos da
Criação”. (PP. 100 e
101)
52. Dissertando sobre a
ingratidão, ensina
Sócrates: “Sabei que, se
aquele a quem prestais
serviço esquece o
benefício, Deus vo-lo
terá mais em conta do
que se já tivésseis sido
recompensado pela
gratidão do vosso
favorecido”. (P. 103)
53. A
Revue publica opinião do
Sr. Louis Jourdan sobre
“O Livro dos Espíritos”,
em que o escritor diz
que, consideradas em
conjunto, as respostas
do L.E. constituem uma
doutrina, uma moral,
talvez uma religião. (P.
109)
54. Na seqüência, Kardec
comenta a opinião do
escritor francês. (PP.
113 a 116)
(Continua no próximo
número.)