WEB

BUSCA NO SITE

Página Inicial
Capa desta edição
Edições Anteriores
Quem somos
Estudos Espíritas
Biblioteca Virtual
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français  
Jornal O Imortal
Vocabulário Espírita
Biografias
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français Spiritisma Libroj en Esperanto 
Mensagens de Voz
Filmes Espiritualistas
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Efemérides
Esperanto sem mestre
Links
Fale Conosco
Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 68 - 10 de Agosto de 2008

WILSON CZERSKI
wilsonczerski@brturbo.com.br
Curitiba, Paraná (Brasil)  

Doenças:
crise de energia vital

 A escassez de energia elétrica, o racionamento e o risco de “apagões”: podemos estabelecer alguma analogia desta situação com a saúde do corpo e a espiritualidade do homem? 

 
Sem adentrarmos qualquer pretensiosa abordagem política, econômica ou social do racionamento de energia elétrica que atingiu o país há alguns poucos anos, fiquemos, de início, com a seguinte observação: passados os primeiros dez dias em que ele esteve em vigor (exceto para as Regiões Norte e Sul), a economia em média foi de 17%. Boa parte disso por conta de programas específicos no serviço público, cortes de produção industrial, no comércio e mesmo sacrifícios do cidadão comum em seu lar. Porém, com certeza, significativo percentual daquele total deveu-se à eliminação do desperdício. E olha que desperdiçamos de tudo: energia, água, alimentos (de 10 a 20% do total da safra brasileira e com tanta gente passando fome!), lixo que não reciclamos, etc. 

Podemos aí estabelecer um paralelo quanto ao uso de um outro tipo de energia, a vital ou fluido vital. Ao reencarnar, o ser humano vem programado para viver “x” anos, diretrizes espirituais fixadas em sua bagagem genética previamente escolhida e elaborada. Todavia, devido aos excessos que habitualmente comete, acaba vivendo bem menos. O fumante, por exemplo, a cada cigarro encurta a vida em 11 minutos. Se fumar um maço por dia e tornar-se viciado aos 20 anos, se fosse viver 80, viverá somente pouco menos que 72. Dez por cento da vida, precioso patrimônio ofertado por Deus para seu progresso, simplesmente jogou no lixo. Pior: perante as leis divinas tornou-se um suicida indireto e terá que prestar contas por este ato leviano e irresponsável além de arcar com as conseqüências nefastas das lesões físicas transferidas para o seu corpo energético ou perispírito. Retornará ao mundo material em futura encarnação com sérios problemas instalados nos pulmões, garganta ou cérebro, se vítima de derrame e outras predisposições mórbidas anexadas aos genes. 

A regra vale para o alcoólatra em relação à cirrose hepática, aos sexólatras de todo tipo: sadomasoquistas, ninfomaníacas, prostitutas, estupradores, cafetões, abortadeiras, pedófilos, homossexuais ativos e promíscuos e todos que comercializam com o corpo próprio ou de outrem. Não seria diferente para os viciados em drogas. Some-se a este quadro de efeitos perispirituais drenados ao futuro corpo físico os efeitos dos delitos morais ali embutidos. Todos os pensamentos desequilibrados, todas as emoções destrambelhadas, palavras nocivas e imorais repercutem na intimidade do ser, registram-se e provocam conseqüências que deverão ser reparadas. Qualquer tipo de exploração do semelhante e malversação dos recursos próprios atinge os mecanismos de equilíbrio e justiça, comprometendo-os e exigindo de seu agente uma ação de efeito contrário para que retorne à posição inicial porque fazem parte das leis naturais da vida superior e o homem não pode infringi-las impunemente. 

Ficamos a nos perguntar quanto de energia desperdiçamos. Quantas horas envolvidos com coisas absolutamente fúteis, conversas maledicentes, as fofocas, as críticas, os comentários cruéis, distorcidos, invejosos, caluniosos, as piadas imorais. Quanto tempo perdido na frente da televisão com programas de conteúdo de violência, sexo gratuito, sensacionalismo, especulações da vida alheia, filmes e novelas que introduzem dentro dos lares idéias, hábitos e valores que provocam a desagregação individual e familiar. 

Não que o Espiritismo seja contrário à televisão como veículo de informação e entretenimento, mas num momento em que essas informações chegam-nos com cada vez mais velocidade e quantidade, não será hora de selecionarmos melhor o que vamos ver, ouvir, ler e acessar pela internet? Se gastarmos muito tempo com frivolidades, quando dedicar atenção às coisas realmente importantes? E quanto à corrida para ganhar mais e mais dinheiro, perfeição estética e poder, insaciáveis, a idolatria?  

E, de repente, vem o “apagão”. Primeiro enfermidades: acidentes cardiovasculares, derrames cerebrais, um câncer. Quanto delas poderia ser evitado se usássemos do corpo por aquilo que ele é, instrumento de manifestação do espírito e não uma máquina de uso indefinido e que dispensa manutenção. E aí a correria, o esforço insano, o estresse para vencer a qualquer custo, ser o melhor, o mais bem remunerado, o mais rico do bairro, o mais importante, tudo fica à mercê do destino para alguns, da sorte para outros e, por incrível que pareça, até de Deus, segundo alguns, que só então se lembram que ele existe. Ocorre que os “apagões” biológicos são alertas do pior que pode estar por vir, mas nem todos recebem esse aviso. Muitas vezes, quando acordam, literalmente, já não pertencem mais ao mundo dos vivos. Aí é tarde demais. O que ganharam? O que levaram? O que sobrou? 

Na condição de Espíritos encarnados num mundo como o nosso, o Espiritismo está longe de propor vida ascética, cercada de proibições exageradas como os irmãos muçulmanos e muitos dos segmentos evangélicos e Testemunhas de Jeová. Temos que estar no mundo sem sermos do mundo. Essa conduta forçada que fere o direito individual de escolha deve ser condenada, até porque em geral não conduz a transformações verdadeiras, profundas, conscientes e duradouras por carecer de base racional. Os indivíduos devem ser incentivados a amadurecer o seu senso crítico, sua capacidade de julgamento para distinguir entre o certo e o errado, mas a religião não deveria ter a autoridade de impor métodos ou regras de comportamento. A adesão deve ser espontânea, pessoal e racional. 

De qualquer forma fica a analogia da falta de energia elétrica – que pode voltar se os investimentos no setor não forem suficientes – no país com aquela da energia vital que um dia sobrevirá a todos nós. Se a utilizarmos com parcimônia, de modo sempre construtivo para si e para os outros, no momento que sua reserva chegar ao fim, devolveremos à natureza os despojos carnais de consciência tranqüila, convictos de que agimos conforme o esperado e, muitas vezes, prometido por nós. Se abusarmos e abreviarmos o fim, por termos nos entregado ao excesso dos gozos materiais, isto nos custará muitas lágrimas e muito tempo de retardo na marcha do progresso pessoal. 

É justo ao homem procurar viver bem, trabalhar, repousar, divertir-se, tudo, porém, com equilíbrio, porque da realidade espiritual ninguém escapa. Ela nos aguarda na alfândega da morte onde receberemos a fiscalização de todos os nossos atos e só depois o passaporte para as diferentes regiões conforme determinado pelo peso e qualidade do material inventariado. Retornar para corrigir? Acontecerá um dia, só não sabemos quando. Pode demorar séculos. Vamos nos sujeitar à tão aflitiva espera ou vale a pena desde agora fazer por onde garantir o direito de um destino mais feliz na nova dimensão? 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita