ANGÉLICA
REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Memórias
do Padre Germano
Amália Domingo Sóler
(Parte
3)
Damos continuidade nesta edição
ao
estudo do clássico
Memórias do Padre
Germano,
que será aqui estudado
em 20 partes.
A fonte do estudo é a
21ª edição do livro,
publicada pela Federação
Espírita Brasileira.
Questões preliminares
A. Como o Padre Germano
conceituava os ateus?
Ele dizia que as
religiões devem servir
para aproximar o homem
de Deus, porque
constituem um freio ao
galope das paixões;
contudo, tão ateu é o
que diz não crer em Deus
como o que levanta uma
capela para encobrir um
crime, o que costumava
ocorrer em seu tempo.
(Memórias do Padre
Germano, pp. 51 e 52.)
B. Tem valor a oração
que se faz como mera
rotina, mecanicamente?
Segundo Germano, a
oração a horas fixas é
penosa tarefa, é mera
rotina, é qual pássaro
sem asas que, ao invés
de alçar-se às alturas,
rasteja e cai ao solo.
“As preces elevadas ao
som do campanário –
disse ele – não
transpõem as grades do
coro; são como
mananciais que rolam
entre barrancos
pedregosos, sem deixar
vestígios de sua
passagem.”
(Obra citada, pág. 61.)
C. Que significado teve,
para o Padre Germano, o
caso Madalena?
Esse caso apenas
reforçou sua aversão aos
conventos, para ele um
lugar de estacionamento
para os espíritos e um
inferno para as
mulheres, como pôde
comprovar ao ouvir em
confissão muitas monjas.
Madalena era o consolo,
o arrimo e a alegria de
um velho homem, pai de
prole numerosa que
perdera a esposa, a
maior parte de sua
fortuna e, por cúmulo,
quase cego ficara. Dos
sete filhos a sustentar,
apenas ela, a filha mais
velha, o ajudava no
sustento do lar;
contudo, convencida
pelos conselhos de um
missionário, a jovem
estivera a ponto de
entrar para um convento,
deixando para trás seus
deveres de filha.
(Obra citada, pp. 62 a
66.)
Texto para leitura
17. A
Fonte da Saúde é
o assunto principal do
cap. 5, onde Padre
Germano, reconhecendo
que a Religião só admite
a verdade, afirma que
“as religiões... são o
manto das misérias
humanas”. (P. 51)
18. Para o Padre
Germano, as religiões
devem servir para
aproximar o homem de
Deus, porque constituem
um freio ao galope das
paixões; contudo, tão
ateu é o que diz não
crer em Deus como o que
levanta uma capela para
encobrir um crime. (P.
52)
19. Foi exatamente isso
que uma rica mulher
propôs a Germano. Sua
filha Clarisse seria
mãe, mas a criança era
fruto de um amor
incestuoso: ela e um
irmão (filho bastardo de
seu pai) haviam sido
vítimas de satânica
tentação (pelo menos foi
assim que a mulher
classificou o caso). Na
presença do Padre
Germano, a rica mulher
propôs: “Quando o filho
do crime, quando o fruto
do incesto vier ao
mundo, é necessário
sufocar-lhe o choro; e,
para desagravo do
Eterno, levantaremos
sobre a sua ignota
sepultura uma ermida,
que tomará o lugar da
fonte próxima e se
denominará a Capela
da Saúde”. (PP. 56 e
57)
20. Padre Germano
cortou-lhe a palavra,
censurando-a
amargamente: “Quereis
levantar um templo sobre
um túmulo! Quereis que o
sangue de uma criança
sirva de argamassa às
pedras de uma nova
igreja, levantada para
encobrir um crime!” “Não
blasfemeis mais,
senhora, porque ai dos
blasfemos... Acreditais
que os incestuosos serão
menos culpados, se
depois de cometerem um
assassínio dispuserem as
primeiras pedras de uma
catedral? Ah! senhora,
Deus não quer templos de
pedra, porque Ele os
formou, múltiplos, na
consciência de cada
homem”. (P. 57)
21. Assustada com as
palavras do Padre, que
não descansou enquanto
não achou uma família
que adotasse a criança,
a mulher concordou com o
nascimento e a
sobrevivência do menino.
Ao regressar à Corte,
depois do parto,
Clarisse apertou a mão
do Padre Germano e lhe
disse: “Obrigada, Padre;
quando para aqui vim,
estava desesperada, e,
graças a vós, hoje me
encontro tranquila.
Velai por ele, meu
Padre, e, quando possa
rezar, ensinai-o a rezar
por sua mãe”. (P. 58 e
59)
22. “O Melhor Voto” é o
título do cap. 6, em que
o Padre Germano,
deplorando o vazio das
comunidades religiosas,
assevera que o trabalho
a que mais se dedicam os
religiosos é
absolutamente estéril,
uma vez que a oração a
horas fixas é penosa
tarefa, é mera rotina,
é qual pássaro sem asas
que, ao invés de
alçar-se às alturas,
rasteja e cai ao solo.
“As preces elevadas ao
som do campanário -- diz
Germano -- não transpõem
as grades do coro; são
como mananciais que
rolam entre barrancos
pedregosos, sem deixar
vestígios de sua
passagem.” (P. 61)
23. Neste capítulo, em
que nos relata o caso
Madalena, Padre Germano
reitera sua opinião a
respeito dos conventos,
para ele um verdadeiro
contrassenso, lugar de
estacionamento para os
espíritos e, finalmente,
um inferno para as
mulheres, como ele pôde
comprovar ao ouvir em
confissão muitas monjas.
(P. 62)
24. Madalena era o
consolo, o arrimo e a
alegria de um velho
homem, pai de prole
numerosa que perdera a
esposa, a maior parte de
sua fortuna e, por
cúmulo, quase cego
ficara. Dos sete filhos
a sustentar, apenas ela,
a filha mais velha, o
ajudava no sustento do
lar; contudo, convencida
pelos conselhos de um
missionário, a jovem
decidira entrar para um
convento. (PP. 63 e 64)
25. Desesperado com essa
notícia, o pai -- que
era adepto da Reforma
protestante -- pediu
ajuda ao Padre Germano.
Perdê-la para sempre,
saber que ela vivia, mas
não vivia para os seus,
seria para ele como a
morte... O Padre Germano
prometeu ajudá-lo e
assim o fez, mostrando a
Madalena que a vida de
clausura é contrária à
lei natural, que a
mulher não veio à Terra
para encerrar-se num
convento e que o bom
caminho, a ela
destinado, não era
abandonar seu pai nos
derradeiros momentos de
sua vida, quando havia
perdido esposa, fortuna
e a preciosa luz dos
olhos, mas servir à sua
velhice, alegrar a noite
de sua existência,
aceitar o afeto de um
homem de bem,
proporcionando assim a
seu pai um novo arrimo.
(PP. 64 a 66)
(Continua na próxima
edição.)