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Estudo Metódico do Pentateuco Kardequiano  Inglês  Espanhol

Ano 5 - N° 210 - 22 de Maio de 2011

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com

Londrina,
Paraná (Brasil)
 

O Livro dos Espíritos

Allan Kardec

(Parte 2)
 

Damos continuidade ao Estudo Metódico do Pentateuco Kardequiano, que focalizará as cinco principais obras da doutrina espírita, na ordem em que foram inicialmente publicadas por Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo.

As respostas às questões apresentadas, fundamentadas na 76ª edição publicada pela FEB, com base em tradução de Guillon Ribeiro, encontram-se no final do texto abaixo.

Questões para debate

A. Que é mais importante: o mundo material ou o mundo espírita?

B. Como pode ser resumida a moral ensinada pelos Espíritos superiores?

C. Que conselho dá Kardec aos que desejem conhecer a doutrina espírita?

D. Por que o Espiritismo é considerado um preservativo da loucura e do suicídio?

Texto para leitura

14. Se quereis respostas sérias dos Espíritos, sede sérios vós mesmos. Sede, além disso, laboriosos e perseverantes em vossos estudos, sem o que os Espíritos superiores vos abandonarão, como faz um professor com os alunos negligentes. (Introd., VIII)

15. No mundo dos Espíritos há também uma sociedade má e uma boa. A ci­dade celeste não contém apenas a escória popular. (Introd., X) 

16. Os Espíritos confirmam as palavras do Evangelho: "Os grandes serão humilhados e os pequenos serão exaltados". É assim que aquele que foi o primeiro na Terra pode no mundo dos Espíritos encontrar-se entre os últimos, e aquele perante o qual curvamos a cabeça nesta vida pode voltar entre nós como o mais humilde artesão. (Introd., XI) 

17. Os Espíritos que atingiram certo grau de evolução são os únicos libertos de toda a influência corporal. Mas, quando não estão comple­tamente desmaterializados, conservam a maior parte das ideias, dos pendores e até mesmo das manias que tinham na Terra. (Introd., XII) 

18. Os Espíritos do mesmo grau, do mesmo caráter e animados dos mesmos sentimentos reúnem-se em grupos e em famílias. Um Espírito da catego­ria de Fénelon pode, portanto, vir em seu lugar, às vezes mesmo com o seu nome, porque é idêntico a ele e pode substituí-lo e porque neces­sitamos de um nome para fixar nossas ideias. (Introd., XII) 

19. Evidentemente, a substituição dos Espíritos pode ocasionar uma porção de enganos, resultar em erros e muitas vezes em mistificações. Esta é uma das dificuldades do Espiritismo prático. Mas jamais disse­mos que esta ciência fosse fácil, nem que se pudesse aprendê-la brin­cando. Nunca será demais repetir que ela exige estudo constante e quase sempre bastante prolongado. (Introd., XII) 

20. Os Espíritos superiores não se preocupam absolutamente com a forma; para eles, a essência do pensamento é tudo. (Introd., XIII) 

21. Livres da matéria, sua linguagem é rápida como o pensamento, pois é o próprio pensamento que entre eles se comunica sem intermediários. Compreende-se, portanto, que os Espíritos liguem pouca importância às puerilidades ortográficas, principalmente quando se trata de um ensi­namento profundo e sério. Não é, aliás, maravilhoso que eles se expri­mam indiferentemente em todas as línguas, a todas compreendendo?  Não se deve concluir, porém, que a correção convencional da linguagem lhes seja desconhecida, pois eles a observam quando necessário. (Introd., XIV) 

22. A loucura tem por causa primária uma predisposição orgânica do cé­rebro, que o torna mais ou menos acessível a determinadas impressões. Havendo essa predisposição, ela se manifestará com o caráter da preo­cupação principal do indivíduo, que se tornará uma ideia fixa. (Introd., XV) 

23. O medo do diabo já desequilibrou mais de um cérebro. Não se têm levado em conta as epilepsias causadas pelo abalo que o temor do diabo provoca em cérebros delicados, sobretudo na infância. (Introd., XV) 

24. A teoria sonambúlica e a teoria do reflexo foram imaginadas por alguns homens; são opiniões individuais, formuladas para explicar um fato, enquanto que a doutrina dos Espíritos não é uma concepção hu­mana: foi ditada pelas próprias inteligências que se manifestam, quando ninguém a imaginava e a opinião geral até mesmo a repelia. (Introd., XVI) 

25. O ceticismo, no tocante à doutrina espírita, quando não resulta de uma oposição sistemática, interesseira, provém quase sempre de um co­nhecimento incompleto dos fatos. (Introd., XVII) 

26. A verdadeira doutrina espírita está no ensinamento dado pelos Es­píritos, e os conhecimentos que esse ensinamento encerra são muito sé­rios para serem adquiridos por outro modo senão por um estudo pro­fundo e continuado, feito no silêncio e no recolhimento. (Introd., XVII) 

Respostas às questões propostas 

A. Que é mais importante: o mundo material ou o mundo espírita?  

O mundo espírita, que é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo, é o mais importante. O mundo material é secundário; poderia deixar de existir, ou não ter jamais existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundo espírita. (Introdução, item VI, pág. 23.) 

B. Como pode ser resumida a moral ensinada pelos Espíritos superiores?  

A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e não o mal. (Introdução, item VI, pág. 27.) 

C. Que conselho dá Kardec aos que desejem conhecer a doutrina espírita?  

Quem deseje tornar-se versado numa ciência tem que a estudar metodicamente, começando pelo princípio e acompanhando o encadeamento e o desenvolvimento das ideias. Que adiantará dirigir a um sábio perguntas acerca de uma ciência cujas primeiras palavras ignoramos? Poderá o próprio sábio, por maior que seja a sua boa-vontade, dar-lhe resposta satisfatória? A resposta isolada, que der, será forçosamente incompleta e quase sempre, por isso mesmo, ininteligível, ou parecerá absurda e contraditória. O mesmo ocorre em nossas relações com os Espíritos. Quem quiser com eles instruir-se tem que com eles fazer um curso; mas, exatamente como se procede entre nós, deverá escolher seus professores e trabalhar com assiduidade. (Introdução, item VIII, dois primeiros parágrafos, pág. 31; e item XVII, 2o parágrafo, pág. 46.) 

D. Por que o Espiritismo é considerado um preservativo da loucura e do suicídio?  

A loucura tem como causa primária uma predisposição orgânica do cérebro, que o torna mais ou menos acessível a certas impressões. Entre as causas mais comuns de sobreexcitação cerebral, devem contar-se as decepções, os infortúnios, as afeições contrariadas, que, ao mesmo tempo, são as causas mais frequentes de suicídio. Ora, o verdadeiro espírita vê as coisas deste mundo de um ponto de vista tão elevado; elas lhe parecem tão pequenas, tão mesquinhas, a par do futuro que o aguarda; a vida se lhe mostra tão curta, tão fugaz, que, aos seus olhos, as tribulações não passam de incidentes desagradáveis, no curso de uma viagem. O que, em outro, produziria violenta emoção, mediocremente o afeta. Demais, ele sabe que as amarguras da vida são provas úteis ao seu adiantamento, se as sofrer sem murmurar. É por isso que, bem compreendido, o Espiritismo é um preservativo, não um estimulante, da loucura e do suicídio. (Introdução, item XV, 3o e 4o parágrafos, pág. 41.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita