A. Que é mais importante: o mundo material ou o mundo espírita?
B. Como pode ser resumida a moral ensinada pelos Espíritos superiores?
C. Que conselho dá Kardec aos que desejem conhecer a doutrina espírita?
D. Por que o Espiritismo é considerado um preservativo da loucura e do suicídio?
Texto para leitura
14. Se quereis respostas sérias dos Espíritos, sede sérios vós mesmos. Sede, além disso, laboriosos e perseverantes em vossos estudos, sem o que os Espíritos superiores vos abandonarão, como faz um professor com os alunos negligentes. (Introd., VIII)
15. No mundo dos Espíritos há também uma sociedade má e uma boa. A cidade celeste não contém apenas a escória popular. (Introd., X)
16. Os Espíritos confirmam as palavras do Evangelho: "Os grandes serão humilhados e os pequenos serão exaltados". É assim que aquele que foi o primeiro na Terra pode no mundo dos Espíritos encontrar-se entre os últimos, e aquele perante o qual curvamos a cabeça nesta vida pode voltar entre nós como o mais humilde artesão. (Introd., XI)
17. Os Espíritos que atingiram certo grau de evolução são os únicos libertos de toda a influência corporal. Mas, quando não estão completamente desmaterializados, conservam a maior parte das ideias, dos pendores e até mesmo das manias que tinham na Terra. (Introd., XII)
18. Os Espíritos do mesmo grau, do mesmo caráter e animados dos mesmos sentimentos reúnem-se em grupos e em famílias. Um Espírito da categoria de Fénelon pode, portanto, vir em seu lugar, às vezes mesmo com o seu nome, porque é idêntico a ele e pode substituí-lo e porque necessitamos de um nome para fixar nossas ideias. (Introd., XII)
19. Evidentemente, a substituição dos Espíritos pode ocasionar uma porção de enganos, resultar em erros e muitas vezes em mistificações. Esta é uma das dificuldades do Espiritismo prático. Mas jamais dissemos que esta ciência fosse fácil, nem que se pudesse aprendê-la brincando. Nunca será demais repetir que ela exige estudo constante e quase sempre bastante prolongado. (Introd., XII)
20. Os Espíritos superiores não se preocupam absolutamente com a forma; para eles, a essência do pensamento é tudo. (Introd., XIII)
21. Livres da matéria, sua linguagem é rápida como o pensamento, pois é o próprio pensamento que entre eles se comunica sem intermediários. Compreende-se, portanto, que os Espíritos liguem pouca importância às puerilidades ortográficas, principalmente quando se trata de um ensinamento profundo e sério. Não é, aliás, maravilhoso que eles se exprimam indiferentemente em todas as línguas, a todas compreendendo? Não se deve concluir, porém, que a correção convencional da linguagem lhes seja desconhecida, pois eles a observam quando necessário. (Introd., XIV)
22. A loucura tem por causa primária uma predisposição orgânica do cérebro, que o torna mais ou menos acessível a determinadas impressões. Havendo essa predisposição, ela se manifestará com o caráter da preocupação principal do indivíduo, que se tornará uma ideia fixa. (Introd., XV)
23. O medo do diabo já desequilibrou mais de um cérebro. Não se têm levado em conta as epilepsias causadas pelo abalo que o temor do diabo provoca em cérebros delicados, sobretudo na infância. (Introd., XV)
24. A teoria sonambúlica e a teoria do reflexo foram imaginadas por alguns homens; são opiniões individuais, formuladas para explicar um fato, enquanto que a doutrina dos Espíritos não é uma concepção humana: foi ditada pelas próprias inteligências que se manifestam, quando ninguém a imaginava e a opinião geral até mesmo a repelia. (Introd., XVI)
25. O ceticismo, no tocante à doutrina espírita, quando não resulta de uma oposição sistemática, interesseira, provém quase sempre de um conhecimento incompleto dos fatos. (Introd., XVII)
26. A verdadeira doutrina espírita está no ensinamento dado pelos Espíritos, e os conhecimentos que esse ensinamento encerra são muito sérios para serem adquiridos por outro modo senão por um estudo profundo e continuado, feito no silêncio e no recolhimento. (Introd., XVII)
Respostas às questões propostas
A. Que é mais importante: o mundo material ou o mundo espírita?
O mundo espírita, que é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo, é o mais importante. O mundo material é secundário; poderia deixar de existir, ou não ter jamais existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundo espírita. (Introdução, item VI, pág. 23.)
B. Como pode ser resumida a moral ensinada pelos Espíritos superiores?
A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e não o mal. (Introdução, item VI, pág. 27.)
C. Que conselho dá Kardec aos que desejem conhecer a doutrina espírita?
Quem deseje tornar-se versado numa ciência tem que a estudar metodicamente, começando pelo princípio e acompanhando o encadeamento e o desenvolvimento das ideias. Que adiantará dirigir a um sábio perguntas acerca de uma ciência cujas primeiras palavras ignoramos? Poderá o próprio sábio, por maior que seja a sua boa-vontade, dar-lhe resposta satisfatória? A resposta isolada, que der, será forçosamente incompleta e quase sempre, por isso mesmo, ininteligível, ou parecerá absurda e contraditória. O mesmo ocorre em nossas relações com os Espíritos. Quem quiser com eles instruir-se tem que com eles fazer um curso; mas, exatamente como se procede entre nós, deverá escolher seus professores e trabalhar com assiduidade. (Introdução, item VIII, dois primeiros parágrafos, pág. 31; e item XVII, 2o parágrafo, pág. 46.)
D. Por que o Espiritismo é considerado um preservativo da loucura e do suicídio?
A loucura tem como causa primária uma predisposição orgânica do cérebro, que o torna mais ou menos acessível a certas impressões. Entre as causas mais comuns de sobreexcitação cerebral, devem contar-se as decepções, os infortúnios, as afeições contrariadas, que, ao mesmo tempo, são as causas mais frequentes de suicídio. Ora, o verdadeiro espírita vê as coisas deste mundo de um ponto de vista tão elevado; elas lhe parecem tão pequenas, tão mesquinhas, a par do futuro que o aguarda; a vida se lhe mostra tão curta, tão fugaz, que, aos seus olhos, as tribulações não passam de incidentes desagradáveis, no curso de uma viagem. O que, em outro, produziria violenta emoção, mediocremente o afeta. Demais, ele sabe que as amarguras da vida são provas úteis ao seu adiantamento, se as sofrer sem murmurar. É por isso que, bem compreendido, o Espiritismo é um preservativo, não um estimulante, da loucura e do suicídio. (Introdução, item XV, 3o e 4o parágrafos, pág. 41.)