ANGÉLICA DOS
SANTOS SIMONE
angelssimone@gmail.com
São Paulo, SP
(Brasil)
A nossa tarefa
regada com as
luzes da
Parábola do
Semeador
Após limparmos o
nosso terreno,
ou seja, o nosso
Espírito, que se
encontra cheio
de espaços vagos
pela retirada
dos miasmas e
mesmo muito
sensível, as
etapas seguintes
visam à
observação
cuidadosa dos
elementos que
escolheremos
para completar
tais espaços e
beneficiar o
nosso solo, bem
como a busca de
auxílio de
outros
lavradores, pois
sozinho não se
consegue uma
colheita
saudável.
Os buracos
resultantes da
retirada das
ervas daninhas,
pedras, sujeiras
etc. serão
completados e
compensados com
os elementos que
agregarão mais
saúde ao solo e
eles terão a
função de manter
a sua
fertilidade.
O adubo
representa a Fé.
A função do
adubo é agregar
compostos que
são necessários
à complementação
de nosso solo. A
Fé é a
capacidade de
concentrar a
vontade que o
indivíduo possui
em si, pois,
assim como o
adubo, ela
manterá unidas
as partículas
dos elementos
constituintes
deste terreno e
os ativará para
que cada um
exerça o seu
trabalho no
cultivo; tal
ação visa à
preservação do
campo
psicoemocional
do Espírito,
pois a união, a
concentração e o
foco são estados
para onde
precisamos
caminhar para
que não sejamos
influenciados
pelas ervas
daninhas que
procurarão um
vão, uma falha
em nosso terreno
para novamente
enraizarem-se.
Assim, a Fé
preserva o nosso
foco no caminho
que devemos
trilhar. Ela
tranquilizar-nos-á
quando nos
depararmos com
um eu que
não conhecíamos,
pois, de acordo
com cada
situação, somos
levados a nos
observarmos a
partir de outros
pontos de vista
que não somente
o do
egocentrismo.
Portanto, tal
como existe a
constante
necessidade do
lavrador sempre
observar o
desenvolvimento
de seu solo e
posteriormente
de suas plantas,
devemos sempre
nos atentar para
o conhecimento
que precisamos
adquirir e,
acima de tudo,
analisar cada
atitude tomada
em cada situação
e, a partir daí,
lapidarmos o
diamante.
Apesar dos
abalos
ocasionados pelo
contato com
nosso eu
que acabam
gerando dúvidas
e inseguranças e
muitas vezes
sensação de
incapacidade em
continuar na
tarefa de
lavradores de
nós mesmos, a
Fé, como aquela
que une, nos
erguerá para
retornar ao
nosso objetivo
de luz.
A Fé transporta
montanhas. A
nossa categoria
na estrutura de
homo sapiens
justifica-se
na necessidade
de sermos
constantemente
lembrados de
nossa condição
de pequenos, mas
belos
aprendizes,
apesar de ainda
confundirmos
humildade com
rebaixamento de
nossas
capacidades
divinas. É por
isso que
transformamos as
ervas daninhas
em uma Floresta
Amazônica
impenetrável.
Qual farol em
meio ao mar
bravio a
orientar a
pequena
embarcação para
a praia mais
próxima e
segura, a Fé,
quando confiada
na tarefa de
nossa guardiã,
sempre nos
apontará o lugar
em que
repousaremos o
nosso corpo
cansado e que
oferecerá o
alimento e a
água para
reposição de
nossas forças e
finalmente
retornarmos à
navegação.
Carecemos em
acreditar que a
movimentação de
nossas
lembranças, a
partir da
vontade de
mudança, o
perdão e o
autoperdão,
auxilia-nos a
nos tornarmos
seres mais leves
e com a bagagem
mais espaçosa
para novas
experiências.
Quando entupimos
nossas malas com
objetos
desnecessários à
viagem, não
resta lugar para
dispormos novos
utensílios e, se
para a próxima
parada é
necessário que
tenhamos
instrumentos
específicos os
quais não
possuímos por
conta da
ausência de
espaço, os
choferes não
permitirão que
desembarquemos e
teremos que
retornar para o
ponto onde
embarcamos. Ou
seja, se eu não
faço a minha
parte de
autolimpeza, se
eu me coloco na
situação de
depósito de
tralhas (emoções
e memórias
negativas),
quando eu for
passar por uma
experiência
nova, eu não
terei a
capacidade de
compreender o
que ela me trará
de conhecimento,
interpretando-a
de maneira
equivocada em um
processo cíclico
de estagnação
ocasionado por
mim mesmo.
Compreende-se,
então, que a
limpeza do solo,
mesmo quando já
foram semeadas
as sementes, é
tarefa de suma
importância,
pois, se
relegarmos o
terreno à sua
própria sorte,
as ervas
daninhas
retornarão e
abafarão os
brotos e eles
morrerão.
A nossa tarefa,
regada com as
luzes da
Parábola do
Semeador, é
conduta eficaz
do lavrador:
-
Proteger as
sementes das
aves e das
intempéries.
-
Não
plantar em
terreno
pedregoso.
Os terrenos
mais
profundos
possuem
maior
capacidade e
durabilidade
de produção.
-
A
necessidade
de constante
limpeza
protege a
produção que
cresce com
vitalidade.
A vida social,
aqui simbolizada
pela correção do
terreno,
normalmente
utiliza-se cal
para neutralizar
o Ph do solo.
Neutralizamos as
nossas emoções
através da
convivência
constante com
outras pessoas,
em diferentes
ambientes, pois
a sociedade
possui uma série
de regras que
limitam as
nossas
manifestações
instintivas,
compreendidas no
processo
evolutivo em que
trazemos conosco
características
de quando
habitávamos os
primeiros
hominídeos. O
determinismo não
existe para o
indivíduo e o
estado de
condição é
imposto pelo
próprio sujeito
que não é senhor
de si mesmo.
Deus nos
ofereceu as
Ciências, as
Artes e as
Filosofias para
que pudéssemos
atuar nestes
caminhos que,
apesar de sua
aparente
diferença em
níveis
epistemológicos,
são
complementares
como partes de
um todo. Na
natureza, a
única
manifestação una
é Deus. Toda a
sua criação é
plural, assim
como nós,
Espíritos,
possuímos
inúmeras
maneiras de nos
manifestarmos na
natureza. As
aptidões são
capacidades
latentes em todo
e qualquer
indivíduo,
independente de
sua roupagem
física,
cultural, étnica
ou social. É da
necessidade que
surge a
ferramenta.
Corrigir o solo
é permitir se
envolver com os
meios que Deus
nos oferece para
evoluirmos, do
contrário, nós
seríamos e
viveríamos
solitários, cada
um em um planeta
próprio. A vida
social é
intrínseca ao
desenvolvimento
do Espírito, a
sua existência
mostra que todo
tempo deve ser
utilizado em
consciência e
não ser
desperdiçado em
atividades
(tem-se o
pensamento como
atividade) que
atravanquem o
seu progresso.
Para tanto, a
vida em
comunidade
permite que
estejamos sempre
ligados uns aos
outros, que
dependamos uns
dos outros em
todos os
sentidos. Desta
maneira,
descobriremos
que é amando uns
aos outros, ou
seja, que é
valorizando a
existência de
cada indivíduo
em nossa
sociedade,
cuidando uns dos
outros, doando o
nosso tempo em
favor da
evolução do
outro, que
garantiremos o
nosso
aprendizado,
pois ele depende
da conduta do
outro. Mesmo que
não tenhamos a
consciência de
que tal postura
agregue insumos
ao nosso
terreno, Deus
permite que
assim o seja
para que a
ocorrência dos
fatos
transcorra.
É uma questão de
permissão. Ora,
como donos de
nós mesmos, a
única coisa que
possuímos é o
nosso Espírito,
que somos nós, a
única coisa que
eu possuo é uma
força da
natureza
mutável, que é
eterno no
universo e está
sob meus
cuidados: o
eu. Nada
mais. Portanto,
eu tenho todo o
direito de
permitir ou não
que eu realize
certas tarefas e
adote certas
posturas.
Permitir-me
conhecer
pessoas, estar
em contato com
pessoas,
trabalhar com
pessoas, viajar
com pessoas,
pensar as
pessoas, enfim,
viver as
pessoas. Há quem
acredite que o
contrário é a
alternativa, é
se isolando que
eu alcanço o
nirvana. Ledo
engano.
A contenção de
algumas
manifestações ou
expressões
mentais é
necessária em
nossa sociedade,
é nítido que já
atravessamos
algumas eras em
que nos
assemelhávamos
aos grandes
símios.
Considera-se que
o convívio com o
outro tem como
objetivo o de
auxiliar em
minha lavoura,
pois é inviável
que somente uma
pessoa dê conta
de uma plantação
inteira. Em
tamanho e em
capacidades
limitadas,
precisamos de
ajuda, pois é o
outro quem
possuirá o
composto para
equilibrar o
nosso Ph.