O meu pai é o piloto…
A viagem decorria
normalmente, o avião era
considerado seguro,
quadrimotor, um Airbus
A340, fazendo a rota
Portugal-Brasil. Avião
cheio de gente, que ia
para o famoso carnaval
brasileiro.
Repentinamente, entra em
forte turbulência, abana
fortemente, perde 3 ou 4
mil pés de altitude, o
que provoca ferimentos
graves em alguns
passageiros. Gritos,
pânico, faces brancas de
medo, medo de morrer. Na
classe executiva
rezava-se em voz alta,
enquanto um miúdo de
cerca de 12 anos, jogava
calmamente, a sua
consola de jogos. O seu
vizinho de viagem, um
executivo de grande
empresa, pergunta-lhe
atônito: «Não tens
medo de morrer? Vamos
morrer todos…», ao
que a criança responde:
“Não se preocupe, o
meu pai é o piloto, ele
vai aterrar o avião em
segurança”, e
continuou a jogar como
se nada fosse…
Façamos um paralelismo
entre o Airbus A340 com
cerca de 300 passageiros
a bordo, com o planeta
Terra com cerca de 7
bilhões de passageiros a
bordo. Tanto um como o
outro são naves que voam
no espaço, apenas varia
o número de passageiros
que cada um comporta.
Na nave Terra, os 7
bilhões de passageiros
teimam em matar, deixar
morrer à fome uns
enquanto outros amealham
o que nunca conseguirão
gastar; teimam em ser
egoístas, orgulhosos.
O que se diria de alguém
que fizesse o mesmo
dentro do A340,
colocando em perigo a
viagem? Certamente seria
apelidado de louco, e
seria preso para não
colocar em causa a
segurança alheia.
Na nave Terra fazemos as
maiores barbaridades,
destruímos ecossistemas
essenciais à vida no
planeta, poluímos a
Natureza, guerreamo-nos
de mil e uma maneiras e
teimamos em, vítimas do
nosso orgulho e egoísmo,
não querer ver a
realidade.
A causa parece ser o
desconhecimento da
imortalidade do
Espírito, da
reencarnação, bem como
da lei de causa e efeito
(“a semeadura é
livre, mas a colheita
obrigatória” - Jesus
de Nazaré).
“O Espiritismo bem
compreendido explica ao
homem
o caminho para a
felicidade: o amor ao
próximo,
a fraternidade, a
caridade, o fazer ao
outro
o que desejamos para nós
próprios.”
O homem, pensando viver
apenas uma vez, tenta
ter cada vez mais, para
ser mais feliz, e quanto
mais tem mais quer ter,
e mesmo assim não
consegue a felicidade,
apenas a comodidade.
Em “O Evangelho
segundo o Espiritismo”,
de Allan Kardec, no
notável capítulo sobre o
“Homem de Bem”,
os Espíritos apontam o
caminho para a
felicidade: vencer o
orgulho e o egoísmo,
causas de todas as
chagas morais da
humanidade.
A Doutrina Espírita (ou
Espiritismo, ou Doutrina
dos Espíritos) vem
trazer ao homem um novo
entendimento sobre a
vida, de onde vem, para
onde vai, o que está a
fazer no planeta Terra,
e o porquê da
dissemelhança de
oportunidades, cujas
causas remontam a vidas
passadas (leia-se “O
Livro dos Espíritos”,
de Allan Kardec).
Perante este desnorte
social em que a
humanidade enlouquecida
pelo materialismo, pelo
consumismo desenfreado,
em que tudo parece
perdido e sem saída, em
que parece não haver
valores ético-morais, a
espiritualidade superior
continua a
aconselhar-nos que cada
um de nós faça a sua
parte, procure ser
melhor cada dia que
passa, procure ser menos
egoísta, menos
orgulhoso, mais
fraterno, mais
compreensivo, tolerante,
procure fazer ao próximo
o que desejaria para si
próprio, procure viver
apenas com o necessário,
na certeza, porém, de
que Jesus de Nazaré é o
piloto desta grande nave
espacial chamada Terra,
e a seu tempo saberá
“aterrá-la” em local
seguro sem a colocar em
perigo.