Mastectomia preventiva
e
o carma
Certas pessoas não
escapam de um perigo
mortal senão para cair
num outro; parece que
elas não poderiam
escapar à morte. Não há
nisso fatalidade?
R. – Não há de fatal, no
verdadeiro sentido da
palavra, senão o
instante da morte.
Quando esse momento
chega, seja por um meio
ou por outro, não podeis
dele vos livrar.
(O Livro dos Espíritos,
questão 853.)
Antecipamos para que não
haja nenhuma
interpretação errada,
que o homem tudo deve
fazer em favor do corpo
físico que possui
transitoriamente como
instrumento
importantíssimo de
trabalho enquanto
encarnado. Que dizer do
lavrador que abandonasse
a sua enxada à ferrugem?
Ou, mais modernamente
falando, que pensar
sobre o agricultor que
danificasse o trator que
trabalha a terra onde
planta?
Da mesma forma, temos a
responsabilidade enorme
de cuidarmos de nosso
corpo físico através de
todos os recursos que a
medicina moderna
disponha para
preservá-lo pelo maior
tempo possível, mesmo
que o instante da morte
seja fatal, simplesmente
porque desconhecemos
quando será esse
instante.
Foi divulgada pelo mundo
todo a mastectomia de
consagrada atriz para
diminuir a chance de ter
câncer de mama, doença
que levou à morte a sua
mãe. Nesse processo, a
maior parte possível da
glândula mamária é
retirada para que o
câncer nela não se
desenvolva. Contudo, é
impossível a retirada
total da glândula
mamária sempre restando
um risco a ser corrido,
embora muito menor,
evidentemente. Também
essa conduta de remover
as mamas preventivamente
não é consenso em
medicina porque a
ciência se desenvolve
assim mesmo, através de
prós e contras que serão
resolvidos com os
resultados obtidos
através de anos de
observação dos mesmos. É
a prudência em ação.
Como surge o câncer em
um organismo? Vejam bem
que não perguntei por
que surge e sim como
surge. Sabemos que as
células de nosso
organismo se renovam
para recompor a
estrutura física e
permitir a vida do
corpo. Em um determinado
instante, uma célula,
nesse processo de
reposição natural começa
a se reproduzir de
maneira rebelde, fugindo
a um comando que
determina que uma célula
sadia dê origem a uma
outra célula sadia. A
célula “rebelde” foge a
essa determinação e dá
início a um processo
semelhante a um motim
dentro daquele
organismo. Reproduz-se
anarquicamente e
rapidamente, quando
então surge a patologia
denominada de câncer com
nomes específicos
dependendo do órgão
atingido. Assim que
essas primeiras células
começam a sua
“rebelião”, o organismo
tenta detê-las através
de genes encarregados de
freá-las. Quando isso
falha, a imunidade desse
corpo entra na briga
tentando matar as
células nocivas.
Falhando também essa
tentativa, a doença
prossegue e, dependendo
do estágio em que for
detectada, leva à morte
o corpo atingido. A
falha do mecanismo
imunológico é constatada
com exemplos encontrados
na vida. Quando uma
determinada pessoa passa
por um desgosto muito
grande como, por
exemplo, a perda de uma
pessoa querida, uma
separação, um desastre
financeiro muito grande,
sua imunidade sofre um
abalo significativo,
ocasião em que o câncer
poderá surgir.
Isso, grosseiramente
colocando, é o que
sabemos hoje em dia.
Haveria outros
mecanismos envolvidos na
intimidade desse
mecanismo? Honestamente,
como negar? Por outro
lado poderíamos
perguntar: só fatores
materiais estariam
envolvidos no surgimento
do câncer? Honestamente,
como afirmar? Não
existem pessoas que
fumam por décadas e
morrem de outra causa
que não um câncer de
pulmão? Tinham tudo para
desenvolver a
enfermidade e não são
vítimas dela. Por quê?
Baseados apenas em
causas materiais, como
explicar?
Como bem coloca Dr.
Paulo Cesar Fructuoso em
seu excelente livro A
Face Oculta da Medicina,
edição Lar de Frei
Luiz, cuja leitura
recomendamos, na
Austrália, país de
população muito clara e
com exposição aos raios
solares, apenas uma
pessoa em cada trinta
desenvolverá um câncer
de pele gravíssimo
denominado de melanoma.
Por que só uma entre
trinta? Por que não nas
outras? Que fator ou
fatores protegeriam as
outras vinte e nove
pessoas desse câncer? Ou
alguma coisa além da
matéria estaria
envolvida no mecanismo
que dá início ao
desenvolvimento de
reprodução anárquica do
câncer? Da mesma forma
nos pergunta o médico
citado anteriormente:
por que homens e
mulheres com vida
regrada, cuidadosos com
o que comem, sem vícios,
praticantes regulares de
atividades físicas
saudáveis e vivendo em
áreas sem poluição
atmosférica também
contraem a doença? Como
excluir um fator não
físico nesse mecanismo a
não ser pelo preconceito
e pelo dogmatismo?
Joanna de Ângelis,
falando sobre o carma,
esclarece que a soma das
experiências e ações
positivas anula aquelas
que lhe constituem
débito propiciador de
sofrimento. Não poderia
estar nessa falta de
experiências e ações
positivas anulando os
débitos existentes, o
início do
desencadeamento do fator
de rebelião das
primeiras células do
câncer? Por acaso o
Espírito endividado não
se relaciona com o corpo
em que habita? Por que
então, Jesus, quando
curava os males do
corpo, recomendava que
não se pecasse mais?
É tempo, como afirma Dr.
Paulo Cesar Fructuoso no
livro citado, que a
medicina saia de suas
limitações atuais e
explore o universo dos
seres imateriais, o
Mundo dos Espíritos,
reconhecendo a sua
existência e,
acrescentamos nós, as
suas consequências sobre
nosso corpo carnal.
Todas as medidas
preventivas são
altamente válidas e
devemos utilizá-las
sempre, sem esquecer,
entretanto, que não
devemos reincidir no
erro que desequilibra o
Espírito e faz do corpo
material o local de
drenagem de nossas
mazelas morais.