E a Vida Continua...
André Luiz
(Parte
8)
Continuamos nesta edição
o
estudo da obra
E a Vida Continua,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1968 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. É correto dizer que a
matéria densa não é
senão a energia radiante
condensada?
Sim. Essas foram as
palavras usadas pelo
instrutor Cláudio. Disse
ele a Evelina que
qualquer aprendiz de
ciência elementar, no
Planeta, sabe disso. E
acrescentou: “Em última
análise, chegaremos a
saber que a matéria é
luz coagulada,
substância divina, que
nos sugere a onipresença
de Deus”.
(E a Vida Continua, cap.
9, pp. 66 e 67.)
B. Que denominações o
instrutor Cláudio
utilizou para referir-se
ao mundo espiritual em
que ele, Fantini e
Evelina se encontravam?
Eis as palavras usadas
por Cláudio, em resposta
a uma pergunta feita por
Fantini: "Chame-se a
este mundo em que
existimos, neste
momento, `outra vida',
`outro lado', ‘região
extrafísica' ou
`esfera do Espírito',
estamos num centro de
atividade tão material
quanto aquele em que se
movimentam os homens,
nossos irmãos ainda
encarnados,
condicionados ao tipo de
impressões que ainda
lhes governam, quase que
de todo, os recursos
sensoriais. O mundo
terrestre é aquilo que o
pensamento do homem faz
dele. Aqui, é a mesma
coisa. A matéria se
resume a energia. Cá e
lá, o que se vê é a
projeção temporária de
nossas criações
mentais...".
(Obra citada, cap. 9,
pp. 66 e 67.)
C. Existem no mundo
espiritual as chamadas
regiões inferiores?
A essa pergunta, feita
também por Fantini, o
instrutor Cláudio
esclareceu: "Fantini,
precisamos
certificar-nos de que
esses lugares não são
infelizes, de vez que
infortunados são os
irmãos que os povoam...
Os jardins e pomares que
enriquecem um manicômio
deixarão de ser jardins
e pomares porque existam
enfermos a
desfrutar-lhes as
emanações nutrientes?
Pois é, meu caro, as
áreas do espaço, às
vezes enormes, ocupadas
por legiões de criaturas
padecentes ou
desequilibradas, estão
circunscritas e
policiadas, por maiores
que sejam, funcionando à
maneira dos sítios
terrestres, utilizados
por grandes
instituições para a
recuperação dos enfermos
da mente. Você não
ignora que existem
doentes da alma,
consumindo larga faixa
da existência nos
hospícios acolhedores
da Terra. Isso acontece
aqui também. Ladeando o
nosso vilarejo, temos
vasto território,
empregado no asilo a
irmãos desajustados,
aos milhares, mantidos e
vigiados por muitas
organizações de
beneficência, que
trabalham no socorro
fraternal".
(Obra citada, cap. 9,
pp. 68 a 70.)
Texto para leitura
29. A
matéria é luz coagulada
- O professor confirmou,
então, a notícia que
Evelina tanto temia,
assegurando-lhes que
eles não mais pisavam a
Terra que lhes era comum
e sim um departamento da
Vida Espiritual.
Evelina exclamou: "Meu
Deus, como pode ser
isso?" "Irmã Evelina –
disse-lhe o instrutor –,
trabalhe com a própria
mente. Se não
abordássemos a Crosta
Planetária pelo regaço
materno, com o período
da infância, logo após,
constrangendo-nos a
longos serviços de
readaptação, não seria a
mesma coisa?" "Mas, a
Terra... eu conheço",
retrucou a senhora
Serpa. "Puro engano",
disse-lhe com franqueza
Irmão Cláudio.
"Classificamos a
paisagem terrestre e os
pertences que lhe dizem
respeito, submetidos aos
conceitos de quantos
estiveram nela antes de
nós, ocorrendo análogas
circunstâncias no
ambiente a que nos
acolhemos agora, onde
contamos com geólogos e
geógrafos eméritos... Na
realidade, porém, tanto
lá quanto aqui,
conhecemos, na essência,
muito pouco acerca do
meio em que vivemos. Em
suma, analisamos e
reanalisamos coisas e
princípios que já
encontramos feitos..."
Evelina replicou dizendo
que no mundo, como
entendemos o mundo,
guardamos a certeza de
permanecer sobre bases
de matéria sólida, ao
que o instrutor
respondeu: "Irmã
Evelina, quem lhe disse
que não moramos lá, na
arena terrestre, detidos
igualmente num certo
grau da escala de
impressão do nosso
Espírito eterno?"
"Qualquer aprendiz de
ciência elementar, no
Planeta, não desconhece
que a chamada matéria
densa não é senão a
energia radiante
condensada. Em última
análise, chegaremos a
saber que a matéria é
luz coagulada,
substância divina, que
nos sugere a onipresença
de Deus." E, respondendo
a uma pergunta de
Fantini, asseverou:
"Chame-se a este mundo
em que existimos, neste
momento, `outra vida',
`outro lado',
`região extrafísica'
ou `esfera do
Espírito', estamos
num centro de atividade
tão material quanto
aquele em que se
movimentam os homens,
nossos irmãos ainda
encarnados,
condicionados ao tipo de
impressões que ainda
lhes governam, quase que
de todo, os recursos
sensoriais. O mundo
terrestre é aquilo que o
pensamento do homem faz
dele. Aqui, é a mesma
coisa. A matéria se
resume a energia. Cá e
lá, o que se vê é a
projeção temporária de
nossas criações
mentais..." Dito isto,
Irmão Cláudio examinou
as condições de vida
post mortem, explicando
que as "incógnitas da
vida exterior, com os
desafios que lhe são
resultantes, são as
mesmas; entretanto, se a
criatura aspira
efetivamente a realizar
uma tomada de contas
encontra neste novo
mundo surpresas, muito
fascinantes, no estudo
e redescoberta de si
mesma". "Somos, cada um
de nós, um astro de
inteligência a
perquirir... e a
aperfeiçoar por nós
próprios."
Evidentemente, as
condições no plano
espiritual diferem de
pessoa a pessoa, dadas
a diversidade existente
entre os moradores do
planeta. (Cap. 9, pp. 66
e 67)
30. Os homens
chegam ao Mundo
Espiritual como são
- Irmão Cláudio afirmou
que não é nada fácil
padronizar as situações
dos Espíritos
desencarnados. Basta
recordar que 150.000
pessoas saem,
aproximadamente, por
dia, da circulação do
ambiente físico, na
média flutuante de 100
por minuto, largando
afetos, realizações,
compromissos,
problemas... Ora, todos
são filhos de Deus e
recebem de Deus atenções
e providências, análogas
do ponto de vista do
amor com que somos
envolvidos na Criação,
embora diversas nos
modos múltiplos em que
se exprimem. É preciso,
porém, reconhecer que,
por muito que se
enfeitem com as honras
que lhes são prestadas
pelos entes queridos,
quando se despedem do
mundo, os homens,
quaisquer que sejam,
chegam ao Mundo
Espiritual como são... O
louco não adquire o
juízo, de um dia para
outro, nem o ignorante
obtém a sabedoria, só
porque hajam
desencarnado. "Depois da
morte – asseverou o
professor –, somos o que
fizemos de nós, na
realidade interna, e
colocamo-nos em lugar
compatível com as
possibilidades de
recuperação ou com as
oportunidades de serviço
que venhamos a
demonstrar." Fantini
reportou-se a leituras
feitas na Terra, em que
entidades desencarnadas
se referem a sofrimentos
e conflitos
experimentados em
regiões inferiores
situadas no Mundo
Espiritual. Tais lugares
existem? Irmão Cláudio
esclareceu: "Fantini,
precisamos
certificar-nos de que
esses lugares não são
infelizes, de vez que
infortunados são os
irmãos que os povoam...
Os jardins e pomares que
enriquecem um manicômio
deixarão de ser jardins
e pomares porque existam
enfermos a
desfrutar-lhes as
emanações nutrientes?
Pois é, meu caro, as
áreas do espaço, às
vezes enormes, ocupadas
por legiões de criaturas
padecentes ou
desequilibradas, estão
circunscritas e
policiadas, por maiores
que sejam, funcionando à
maneira dos sítios
terrestres, utilizados
por grandes
instituições para a
recuperação dos enfermos
da mente. Você não
ignora que existem
doentes da alma,
consumindo larga faixa
da existência nos
hospícios acolhedores
da Terra. Isso acontece
aqui também. Ladeando o
nosso vilarejo, temos
vasto território,
empregado no asilo a
irmãos desajustados,
aos milhares, mantidos e
vigiados por muitas
organizações de
beneficência, que
trabalham no socorro
fraternal". Evelina, que
não acreditava no que
ouvia, objurgou,
insatisfeita: "Mas... se
nos achamos num plano
espiritual, que dizer
das construções sólidas,
vinculadas à arquitetura
terrestre, com que somos
defrontados?" Cláudio
respondeu: "Nenhum
espanto, quando
ponderarmos que os
edifícios no mundo dos
homens nascem do
pensamento que os
esculpe e da matéria que
obedece aos projetos
elaborados. Aqui
verificamos o mesmo
processo, diferindo
apenas as condições da
matéria, que se
evidencia mais
intensivamente maleável
à influência da ideia
dominante. Reflitamos no
progresso da indústria
de plásticos, na
atualidade do plano
físico de onde viemos e
perceberemos, com mais
segurança, as
possibilidades imensas
para as edificações
delicadas e complexas
em nosso domicílio de
agora". (Cap. 9, pp. 68
a 70)
31. A
verdade parece
inverossímil
- O instrutor explicou
que no Mundo Espiritual
estamos subordinados
ainda às técnicas, às
vocações, às
competências pessoais e
às criações
estilísticas, no círculo
das conquistas
espirituais de cada um.
O arquiteto que planeja
uma casa não servirá, de
imediato, em lugar do
diretor da manufatura de
tecidos, assim como o
escritor não faz a obra
do músico. "Somos
criaturas em evolução –
explicou Irmão Cláudio
–, sem havermos atingido
ainda a posição dos
gênios polimorfos,
apesar de esses gênios
existirem igualmente
aqui." Evelina não
ocultava a
incredulidade. "Tudo
parece inverossímil",
asseverou. "Nada se nos
afigura mais
inverossímil que a
verdade – objetou Irmão
Cláudio –; no entanto,
porque prefiramos, por
muito tempo, a ilusão em
lugar dela, a realidade
nunca deixa de ser o que
é." O professor
discorreu, ainda, por
dilatados minutos, sobre
a vida e as condições da
estância em que se
demoravam, mas Evelina,
vendo-se entontecida e
fatigada, valeu-se de um
intervalo na conversação
para perguntar se
existiria ali algum
sacerdote católico com
quem pudesse conversar.
O mentor esclareceu: "A
Igreja aqui está
positivamente renovada,
posto que possamos
encontrar representantes
de todas as religiões
terrestres, aferrados a
dogmas, concepções
estreitas, preconceitos
e tiranias diversas do
fanatismo, nas áreas
vizinhas em que se
congregam milhares e
milhares de
inteligências rebeldes e
perturbadas". Como
Evelina desejasse
confessar-se, Cláudio
informou que ali os
sacerdotes não a
ouviriam em confissão de
natureza religiosa, mas
a enviariam a um dos
institutos de
psiquiatria protetora,
em que ela poderia
receber a assistência
necessária. (Cap. 9, pp.
70 e 71)
32. No Instituto
de Proteção Espiritual
- Devidamente
credenciados, Evelina e
Ernesto, após ligeiro
trajeto pelas ruas da
cidade, que se lhes
afigurou encantadora,
alcançaram o Instituto
de Proteção Espiritual.
Acolhidos carinhosamente
pelo Instrutor Ribas,
dedicado à clínica
psiquiátrica,
sentiam-se tão à vontade
como se estivessem
visitando moderno
consultório terrestre.
Em tudo, simplicidade,
conforto, segurança.
Atendentes à vista.
Fichários. Aparelhos
diversos para registro
do pensamento. O
Instrutor ouviu Evelina
primeiro, explicando
antes a Fantini: "Nada
tema. Toda conversação
em nosso Instituto está
subordinada ao
encorajamento e à
saúde. Nada de
pensamentos negativos.
Tão logo termine o
entendimento inicial com
a nossa amiga, teremos
nosso encontro". Evelina
acompanhou o médico e,
chegados a uma sala,
mobilada com distinção e
singeleza, assentou-se
na poltrona que ele lhe
indicou, informando,
atencioso: "Esteja
tranquila. Nosso
Instituto se consagra à
proteção e ao tratamento
de seus tutelados.
Primeiro, a cobertura
socorrista, depois, o
reajustamento, se
necessário. Em razão
disso, teremos tão-só um
entendimento fraternal.
Nada de cerimônias.
Conversaremos
simplesmente e todos os
seus informes serão
gravados para estudos
posteriores. A bem
dizer, funciono aqui
quase que apenas na
condição de introdutor
de clientes, de vez que
os nossos analisados
possuem vasta coleção de
amigos na retaguarda,
amigos que lhes
examinarão as palavras e
reações, de modo a saber
em que sentido e até que
ponto lhes prestarão o
auxílio de que se
mostrem carecedores".
Ato contínuo, a um gesto
do mentor, grande
espelho se fez visível,
junto à poltrona, dando
a ideia de que a peça
fora ligada ao sistema
elétrico, por
disposições especiais.
"Nossa palestra será
filmada", explicou o
médico. "Simples recurso
para que os seus
contactos com a nossa
casa sejam seguidos com
segurança, no capítulo
da assistência de que
não prescindirá em seus
primeiros tempos de vida
espiritual.
Tranquilize-se,
compreendendo, porém,
que todas as suas
perguntas e respostas se
revestem da maior
importância para seu
benefício. Por suas
indagações, a autoridade
do Instituto
identificará a sua
posição no conhecimento
e, por suas respostas,
saberá o montante de
suas necessidades.
Conversemos." (Cap. 10,
pp. 72 a 74)
(Continua na próxima
semana.)