Nas
fronteiras entre o
Esperanto e o mundo
É
estranho como o
Esperanto faz surtir as
mais diferentes reações
nas pessoas que dele
ouvem falar. Contudo,
entre tantas, duas delas
chamam destacada atenção
- certamente pela força
do antagonismo que têm
entre si.
Na mesma semana
experimentamos ambas,
trazidas inesperadamente
pelos ventos da
surpresa. Tratemo-las em
ordem crescente e, por
que não, transcendente.
A primeira foi uma
rejeição imediata de
terceiros em conversação
que de fato não lhes
pertencia. Rejeitou-se
não só o idioma como a
ideia que ele propõe, -
e o estranho a constatar
é que geralmente assim o
é entre professores de
línguas. Porém, aqui não
nos interessam os
pormenores da ação e
seus desdobramentos no
campo íntimo das
tergiversações do ser,
mas, sobretudo, o
fenômeno em si, a
rejeição de inopino, o
desdém espontâneo, sem
cálculo e com certa dose
de ferocidade, assim
como o experimentam vez
ou outra os vendedores e
os idealistas – e sem
dúvida os esperantistas
costumam ter algo dos
dois. Em casos como
esses, é uma reação que
costuma se manifestar
como uma careta
mal-disfarçada, um
comentário irônico que
quer pôr termo à
conversa, desferido de
cima para baixo, com
esgar em imagem e som. O
célebre esperantista e
psicólogo Claude Piron
desse fenômeno já tratou
em seu Reações
Psicológicas ao
Esperanto.
Tal ato não é agradável
de presenciar, contudo é
uma lição a se aprender,
de modo a não agirmos da
mesma maneira com nossos
semelhantes em assuntos
de outra ordem.
“Apresente os
argumentos, estampe-lhes
nas faces umas verdades”
– indignam-se uns,
entretanto, em vista das
circunstâncias, que
proveito disso se
tiraria, senão raivas
momentaneamente
expressas como em um
duelo e mais tarde
revividas como em
ferimento aberto. Será
que o Esperanto tem
honra a ser lavada ou já
se elevou acima da
gritaria e dos gemidos
das contendas ruidosas?
Preferimos acreditar no
convencimento que se
opera, ou pelo
arrastamento da força do
exemplo e das proporções
que este possa ganhar,
ou pelos argumentos
acolhidos pela
generosidade daquele que
sinceramente os procura.
Afinal, o Esperanto
conta com 126 anos de
progresso e processo,
sem pressa, mas firme e
constante, fazendo
tremular no vento das
adversidades, desde
1887, seu ideal
primeiro, almejado para
o mundo e vivido entre
os que, pacífica e
conscientemente, já lhe
aderiram à forma e à
causa. Verdade seja
escrita: que ninguém é
obrigado a pensar e
viver de igual maneira,
fosse desse modo, o
Esperanto nem
existiria...
No entanto,
transcendamos para a
segunda experiência que
ilustra uma outra
reação, mais aberta,
livre das amarras do
ceticismo intransigente
e da falta de crença
tanto na humanidade,
como no futuro e na
iniciativa de
idealistas, que a
exemplo de Zamenhof e de
tantos outros,
contribuíram para
alterar a paisagem de
incontáveis corações e
mentes. Tratamos aqui da
empolgação espontânea
daqueles que se
apaixonam pelo ideal da
comunicação neutra e
fraterna, vencendo as
dificuldades iniciais
que envolvem o
aprendizado de qualquer
idioma, dispostos a
constatar que, sim, um
mundo novo, mais humano
e democrático é
possível.
Em sintonia com essa
perspectiva, como que a
fazer lembrar que a
humanidade é plural em
pontos de vista e
fragmentada em
idiossincrasias,
recebemos, no mesmo dia
da primeira experiência,
um e-mail da leitora
Marilene Saenz,
residente em Westport –
CT, EUA, solicitando-nos
material para o
aprendizado do idioma.
Junto à solicitação,
liam-se palavras de
manifesto carinho ao
idioma internacional. Um
suspiro aliviado... Que
bom! -, pois,
contrariamente ao que
costuma parecer tantas
vezes, a opinião de um
não traduz o sentimento
de todos.
Entre ambos os
pareceres, elegemos não
simplesmente o que nos
reforça as convicções,
mas o que vem de mãos
dadas a bailar com a
esperança, aquela mesma
que tingiu de verde uma
estrela e se pregou bem
firme no nome de um
idioma, o qual desde
sempre olhou para
humanidade naquilo que
ela poderia demonstrar
de melhor: o gesto
gentil da boa vontade e
do respeito entre os
povos.
À
Marilene e aos demais
leitores interessados em
aprender esperanto:
Curso de esperanto para
baixar no computador
(com áudio):
http://www.kurso.com.br/elshuto.php?pt
Outros cursos de
esperanto on-line:
http://pt.lernu.net/kursoj/index.php
Programa Mia Amiko:
http://esperanto.brazilo.org/wp2/aprenda/mia-amiko/
Marchinha de Carnaval em
homenagem a Zamenhof
Como o esperanto é voz e
dá voz a artistas de
todos os gêneros,
navegando pelo
esperantismo,
encontramos uma canção
em ritmo de charmosa
marchinha de carnaval,
na qual se canta no
idioma da paz “obrigado,
Zamenhof”. Trata-se de
composição de Nazaré
Laroca, interpretada por
Dirce Sales.
Vale a pena conferir:
Dankon, Zamenhof! Nazaré
Laroca/kantas Dirce
Sales:
http://www.ipernity.com/doc/48913/11318798
No
último encontro
internacional...
No último encontro
internacional de
esperanto, o comitê da
UEA, elegeu três novos
membros de honra, cujas
biografias podem ser
conhecidas no blog do
Esperanto Movado. São
Roland Lindblom, da
Suécia, Biruta
Rozenfelde, da Letônia e
Hallgrímur Saemundsson,
da Islândia.
Confira em esperanto no
link:
http://esperantomovado.blogspot.com.br/2013/07/novaj-honoraj-membroj-de-uea.html?spref=fb
Gramática em gotas
Ao aprender-se uma
língua e colocá-la em
prática, às vezes o
desconhecimento de uma
expressão simples, um
detalhe outrora
insignificante,
trava-nos a conversação
e exige-nos criatividade
para contorná-lo. Do
contrário, oferece-nos o
risco de colocar fim a
uma conversa, ainda que
descontraída, causando
frustração e
descontentamento. Por
esse motivo, é sempre
bom aumentar nosso
repertório de expressões
e de vocabulário, a fim
não somente de aumentar
nossa compreensão de um
idioma como também de
nos prepararmos para um
diálogo do qual possamos
fazer parte no futuro.
No blog do Esperanto
Movado encontram-se
preciosas lições nesse
sentido.
Aprendendo a subtrair em
esperanto:
http://esperantomovado.blogspot.com.br/2013/07/gramatikero-minus.html
André
Luiz: ... anedotas
inconvenientes.
A
cada semana, propomos
uma frase de André Luiz,
do livro Sinal Verde,
psicografado por Chico
Xavier, vertida ao
esperanto por Allan
Kardec Afonso Costa.
Nesta, apresentamos a
tradução da frase
proposta na semana
passada:
“Ni lernu vidi la
bildojn nin ĉirkaŭantajn,
kiaj ajn ili estas, sen
malicombro makulanta
nian penson.”
“Saibamos ver os quadros
que nos cercam, sejam
eles quais forem, sem
sombra de malícia a
tisnar-nos o
pensamento.”
Eis a mais nova:
“Aŭdante nekonvenajn
anedotojn pri
okazintaĵoj aŭ personoj,
ni havu sufiĉan kuraĝon
ilin meti en la
silentarkivon.”
Até a próxima!