“Gloria victis”
Cruz e Souza
Glória a todas as almas
obscuras
Que caíram exânimes na
estrada,
Onde a pobre esperança
abandonada
Morre chorando sob as
desventuras.
Glória à pobre criatura
desprezada,
Glória aos milhões de
todas as criaturas,
Sob a noite das grandes
amarguras,
Sem conhecer a luz de
uma alvorada.
Glória Victis! Hosana
aos desgraçados
Que tombaram sem vida,
aniquilados,
Nos sofrimentos
purificadores;
Que o Céu é a pátria
eterna dos vencidos,
Onde aportam ditosos,
redimidos,
Como heróis dos deveres
e das dores!
Catarinense, funcionário
público e poeta de
emotividade delicada,
Cruz e Souza encarnou em
1861 e desencarnou em
1898, em Minas Gerais. O
soneto acima integra o
Parnaso de
Além-Túmulo, obra
psicografada por
Francisco Cândido
Xavier.
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