Jesus morreu
para nos
salvar?
Para respondermos a essa
pergunta com segurança,
vamos, hipoteticamente,
dividir o corpo do
Cristo em duas partes:
físico e espiritual.
Na primeira, admitimos
que Seu envoltório
carnal pereceu. Sendo
que "Jesus é o nosso
guia e modelo” (1)
e devido “o Ser Humano
habitar um orbe de
expiação e provas e que
nesse o mal ainda
predomina” (2),
achamos natural o Homem
se apegar a um lenitivo
que é o fato de Jesus
ter morrido para nos
salvar.
Entretanto, “Paulo de
Tarso falou que há
corpos celestes e
terrestres e, um pouco
mais adiante, disse que
os primeiros são animais
e os segundos
espirituais" (3)
e, salientando a
sensatez do Divino
Jardineiro, o discípulo
João, registrando as
palavras de seu querido
Mestre, nos mostra que:
"O espírito é o que
vivifica, a carne para
nada aproveita..."
(4) Trocando em
miúdos: existem dois
tipos de corpos e o
material é o secundário;
outra coisa: o
importante é o Espírito.
Sobre o sacrifício
propriamente dito
percebemos na Bíblia que
o Excelso Messias não o
aprova. Ele mesmo diz:
“Ide, pois, e aprendei o
que significa:
Misericórdia quero, e
não sacrifícios. Porque
eu não vim chamar
justos, mas pecadores”
(5) e, alguns
capítulos depois,
falando novamente aos
fariseus, se refere
nesses termos: “Mas, se
vós soubésseis o que
significa: Misericórdia
quero, e não
sacrifícios, não
condenaríeis os
inocentes” (6).
Como então poderia Ele
mesmo sacrificar-se? Ou
que o Pai enviasse o
Filho para ser
sacrificado? Não seria
contraditório e
incoerente?
Para nós, o Sublime
Pegureiro era a
coerência em pessoa e,
segundo seus dizeres: "o
caminho, a verdade e a
vida" (7).
Tendo em vista que o
texto bíblico diz “não
ao sacrifício”, uma
pergunta que não quer
calar é: por que os
líderes religiosos
afirmam que Jesus morreu
para nos salvar?
Será que eles, segundo
suas conveniências e
conforme os casos,
querem passar a imagem
aos seus fiéis de que o
físico é mais importante
que o Espírito?
Perguntamos também:
Jesus realmente morreu?
Respondemos: só seu
invólucro corporal.
O Apóstolo dos Gentios
afirma categoricamente
que “não”. Ele diz: “Já
estou crucificado com
Cristo; e vivo, não mais
eu, mas Cristo vive em
mim” (8).
Igualmente concordamos
com a opinião
imediatamente anterior,
mesmo porque ela
ratifica “a fala do
querido Nazareno no
quarto Evangelho, a qual
nos mostra que o Amado
Rabi não nos deixará
órfãos, que voltará para
nós”. (9)
Agora, em nenhum momento
nos é dito que esse
retorno será no corpo
físico.
Sabemos que as pessoas
não são iguais, afinal,
nem todos têm a
capacidade de sentir o
Inexcedível Messias nos
corações.
Ademais, vemos uma
enorme preguiça de
pensar por parte de
muitos indivíduos.
Realmente, muitas vezes,
esses não sabem se o que
lhes é dito nas igrejas
que frequentam está
certo ou errado;
acreditam piamente em
tudo que ouvem dos que
os ensinam; parecem
literalmente as ovelhas
que se deixam conduzir
de cabeça baixa por
aqueles que as dirige.
Eles não contestam nada
e tudo que lhes é
mostrado pelos
presbíteros, seja o que
for, para eles condiz
com a verdade; também
não procuram saber a
realidade dos fatos; são
pessoas que não
raciocinam logicamente.
No livro “Minutos de
Sabedoria”, o professor
Carlos Torres Pastorino
escreveu:
"Estamos vivendo no
século da luz: não se
deixe arrastar por
ilusões, embora bem
intencionadas!
Raciocine
imparcialmente, e nada
aceite sem entender.
Se não compreende alguma
coisa, não a rejeite.
Procure aprofundá-la
pelo estudo.
Não se conforme com a
pior das escravidões,
que é a escravidão
mental.
Nascemos para ser
livres, e só o seremos
quando raciocinarmos
livremente.” (PASTORINO,
41ª. Edição, p. 208)
(10).
E vocês leitores, são
livres? Concordam com as
Escrituras ou com os
sacerdotes atuais?
Referências
bibliográficas:
(1) LE, 625.
(2) ESE, cap. 3, item 4.
(3) 1Cor 15,40.44.
(4) Jo 6,63.
(5) Mt 9,13.
(6) Mt 12,7.
(7) Jo 14,6.
(8) Gl 2,20.
(9) Jo 14,18.
(10) PASTORINO, C. T.
Minutos de Sabedoria.
Petrópolis - RJ: VOZES,
41ª. Edição.