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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 327 - 1º de Setembro de 2013

HUGO ALVARENGA NOVAES
h19@r7.com
Santa Rita do Sapucaí, MG (Brasil)

 
 


Jesus morreu
para nos salvar?


Para respondermos a essa pergunta com segurança, vamos, hipoteticamente, dividir o corpo do Cristo em duas partes: físico e espiritual.

Na primeira, admitimos que Seu envoltório carnal pereceu. Sendo que "Jesus é o nosso guia e modelo” (1) e devido “o Ser Humano habitar um orbe de expiação e provas e que nesse o mal ainda predomina” (2), achamos natural o Homem se apegar a um lenitivo que é o fato de Jesus ter morrido para nos salvar.

Entretanto, “Paulo de Tarso falou que há corpos celestes e terrestres e, um pouco mais adiante, disse que os primeiros são animais e os segundos espirituais" (3) e, salientando a sensatez do Divino Jardineiro, o discípulo João, registrando as palavras de seu querido Mestre, nos mostra que: "O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita..." (4) Trocando em miúdos: existem dois tipos de corpos e o material é o secundário; outra coisa: o importante é o Espírito.

Sobre o sacrifício propriamente dito percebemos na Bíblia que o Excelso Messias não o aprova.  Ele mesmo diz: “Ide, pois, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios. Porque eu não vim chamar justos, mas pecadores” (5) e, alguns capítulos depois, falando novamente aos fariseus, se refere nesses termos: “Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios, não condenaríeis os inocentes” (6). Como então poderia Ele mesmo sacrificar-se? Ou que o Pai enviasse o Filho para ser sacrificado? Não seria contraditório e incoerente?

Para nós, o Sublime Pegureiro era a coerência em pessoa e, segundo seus dizeres: "o caminho, a verdade e a vida" (7).

Tendo em vista que o texto bíblico diz “não ao sacrifício”, uma pergunta que não quer calar é: por que os líderes religiosos afirmam que Jesus morreu para nos salvar?

Será que eles, segundo suas conveniências e conforme os casos, querem passar a imagem aos seus fiéis de que o físico é mais importante que o Espírito?

Perguntamos também: Jesus realmente morreu?

Respondemos: só seu invólucro corporal.

O Apóstolo dos Gentios afirma categoricamente que “não”. Ele diz: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (8).

Igualmente concordamos com a opinião imediatamente anterior, mesmo porque ela ratifica “a fala do querido Nazareno no quarto Evangelho, a qual nos mostra que o Amado Rabi não nos deixará órfãos, que voltará para nós”. (9) Agora, em nenhum momento nos é dito que esse retorno será no corpo físico. 

Sabemos que as pessoas não são iguais, afinal, nem todos têm a capacidade de sentir o Inexcedível Messias nos corações.

Ademais, vemos uma enorme preguiça de pensar por parte de muitos indivíduos. Realmente, muitas vezes, esses não sabem se o que lhes é dito nas igrejas que frequentam está certo ou errado; acreditam piamente em tudo que ouvem dos que os ensinam; parecem literalmente as ovelhas que se deixam conduzir de cabeça baixa por aqueles que as dirige. Eles não contestam nada e tudo que lhes é mostrado pelos presbíteros, seja o que for, para eles condiz com a verdade; também não procuram saber a realidade dos fatos; são pessoas que não raciocinam logicamente.

No livro “Minutos de Sabedoria”, o professor Carlos Torres Pastorino escreveu:

"Estamos vivendo no século da luz: não se deixe arrastar por ilusões, embora bem intencionadas!

Raciocine imparcialmente, e nada aceite sem entender.

Se não compreende alguma coisa, não a rejeite.

Procure aprofundá-la pelo estudo.

Não se conforme com a pior das escravidões, que é a escravidão mental.

Nascemos para ser livres, e só o seremos quando raciocinarmos livremente.” (PASTORINO, 41ª. Edição, p. 208) (10).

E vocês leitores, são livres? Concordam com as Escrituras ou com os sacerdotes atuais? 

 

Referências bibliográficas:

(1) LE, 625.

(2) ESE, cap. 3, item 4.

(3) 1Cor 15,40.44.

(4) Jo 6,63.

(5) Mt 9,13.

(6) Mt 12,7.

(7) Jo 14,6.

(8) Gl 2,20.

(9) Jo 14,18.

(10) PASTORINO, C. T. Minutos de Sabedoria. Petrópolis - RJ: VOZES, 41ª. Edição.




 


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