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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 7 - N° 342 - 15 de Dezembro de 2013

 
 



Comemorando o Natal

 

Em uma das salas de um velho casarão existiam vários instrumentos musicais.

Habitada por família que, por várias gerações, seus integrantes amavam a arte da música, ali se reuniam um belo piano, um violino, um violão, um violoncelo e uma flauta.

Sempre que havia festa no casarão, eles eram chamados a tocar, contribuindo para a alegria e o entretenimento dos convidados, pelas mãos dos membros da família, encantando a todos.

Com imenso prazer, os instrumentos eram espanados, lustrados e conduzidos à presença de pessoas elegantes e refinadas. Ao final da apresentação, os aplausos de todos os enchiam de satisfação e orgulho.

Nos dias seguintes, o Piano, o Violino, o Violão e o Violoncelo não falavam de outra coisa. Lembravam as músicas e a contribuição de cada um, exaltando o próprio desempenho.

Afirmava o grande Piano, com o peito inflado de orgulho:

— Ah! Que grande noite, graças à minha eficiência.

Retrucava o Violino, do seu canto, com uma careta:

— Engana-se, senhor Piano. Foi graças à delicadeza do meu som que as pessoas se emocionaram.

— Pois sim! O meu som é inconfundível e valoriza a execução da melodia — resmungou o Violoncelo com sua

voz grave.  

O Violão, do seu pedestal, considerou pomposo:

— Não se iludam. A verdade é que o meu trecho de solo encantou a todos!     

Assim conversavam, enaltecendo os próprios dotes, enquanto a Flauta se encolhia, tímida, diante de seus companheiros.

O Piano, arrogante e soberbo, do alto da sua grandeza, olhou para a Flauta e perguntou:

— E você, Flauta Doce, não diz nada?

A Flauta, humilde, que se sentia pequenina e frágil, suspirou, falando com sua voz doce e afinada:

— Ah! Reconheço que não posso competir com os senhores.

Os outros instrumentos trocaram um olhar de entendimento e sorriram, concordando com ela.

E assim os dias se passaram.

O ano estava quase no final, e as festas se aproximavam.

Na véspera do Natal, programava-se uma grande festa no casarão e os instrumentos já se preparavam para mais uma apresentação.

Os criados cuidavam dos preparativos. Enfeites, luzes, e uma bela árvore de Natal foi montada na grande sala. O ambiente natalino tomou conta de todos. Haveria uma representação da chegada de Jesus ao mundo, com a participação dos membros da família.

Para isso, montou-se um cenário, perto da grande árvore: uma estrebaria, com vários animais: ovelha, boi, vaca, cavalo e um jumento. Um rapaz e uma jovem fariam o papel de Maria e José, pais de Jesus. Estava tudo preparado, quando alguém perguntou:

— Papai, e a música? Esquecemo-nos da música!

Os instrumentos aguardavam com intensa expectativa. Quem tocaria? Seria o Piano? Ou o Violino?

O chefe da família parou o que estava fazendo, pensou um pouco, e decidiu:

— Desejo que a música seja leve, suave e delicada, como esse momento tão importante para a Humanidade e que vai ser representado aqui, nesta noite. Para homenagear Jesus, nosso Divino Mestre, creio que o fundo musical deve ser feito pela nossa querida Flauta Doce, tocada por meu neto Tiago. A humildade da flauta está mais de acordo com o momento e com as lições evangélicas.

Assim, no momento da festa, o som delicado da Flauta Doce tocada por uma criança, fazendo o fundo sonoro do teatro que lembrava o nascimento de Jesus, emocionou os presentes, embalando os corações e elevando os pensamentos de todos até o Divino Aniversariante, a recordar sua passagem pela Terra e -lhe vibrações ternas e amoráveis de gratidão imorredoura.

Quando terminou, todos se abraçaram,

repetindo:  


— FELIZ NATAL!...                                               

                                                                  Tia Célia

                                                    

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita