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Estudando a série André Luiz
Ano 7 - N° 346 - 19 de Janeiro de 2014
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


Mecanismos da Mediunidade

André Luiz

(Parte 3)

Damos prosseguimento ao estudo sequencial do livro Mecanismos da Mediunidade, obra de autoria de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1960 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. Qual foi, na história da Eletrônica, a contribuição de Tales de Mileto?

Foi Tales de Mileto – que viveu na Terra 600 anos antes do Cristo – quem primeiro observou a eletrização no âmbar (“elektron”, em grego). Seus apontamentos sobre as emanações luminosas foram retomados, no curso do tempo, por Herão de Alexandria e outras grandes inteligências, culminando nos raciocínios de Descartes, que, no século XVII, inspirado na teoria atômica dos gregos, concluiu que na base do átomo deveria existir uma partícula primitiva, chegando a desenhá-la, com surpreendente rigor de concepção. (Mecanismos da Mediunidade, cap. II, pp. 27 e 28.)

B. Quando e quem criou a teoria eletromagnética?

Foi Maxwell, em 1869. Sem que suas asserções lograssem despertar maior interesse nos sábios de seu tempo, Maxwell concluiu que as ondulações de luz nasciam de um campo magnético associado a um campo elétrico, anunciando a correlação entre a eletricidade e a luz e assegurando que as linhas de força extravasam dos circuitos, assaltando o espaço ambiente e expandindo-se como pulsações ondulatórias. Nascia, então, a notável teoria eletromagnética. (Obra citada, cap. II, pp. 28 e 29.)

C. Que relação há entre as experiências de Crookes e as de Roentgen, a quem devemos a descoberta dos raios X?

William Crookes valeu-se de um tubo de vidro fechado, no qual obtinha grande rarefação do ar, fazendo passar, através dele, uma corrente elétrica, oriunda de alto potencial. Semelhante tubo poderia conter dois ou mais eletrodos (cátodos e ânodos, ou polos negativos e positivos, respectivamente), formados por fios de platina e rematados em placas metálicas de substância e molde variáveis. Efetuada a corrente, Crookes notou que do cátodo partiam raios que, atingindo a parede oposta do vidro, nela formavam certa luminosidade fluorescente. Crookes classificou como sendo radiante o estado em que se mostrava o gás contido no recipiente. Depois dele apareceu Roentgen, que retomou suas investigações e, projetando os raios catódicos sobre tela metálica, colocou a própria mão entre o tubo e pequena chapa recamada de substância fluorescente, observando que os ossos se destacavam, em cor escura, na carne que se fizera transparente. Os raios X ou raios Roentgen foram, desde então, trazidos à consideração do mundo. (Obra citada, cap. II, pp. 30 e 31.)

Texto para leitura 

11. Primórdios da Eletrônica – Espíritos eminentes, atendendo aos imperativos da investigação científica entre os homens, volvem da Espiritualidade ao Plano Terrestre, incentivando estudos acerca da natureza ondulatória do Universo. A Eletrônica balbucia as primeiras notas com Tales de Mileto, 600 anos antes do Cristo. O grande filósofo, que tinha a crença na unidade essencial da Natureza, observa a eletrização no âmbar (“elektron”, em grego). Seus apontamentos sobre as emanações luminosas são retomados, no curso do tempo, por Herão de Alexandria e outras grandes inteligências, culminando nos raciocínios de Descartes, no século XVII, o qual, inspirado na teoria atômica dos gregos, conclui, trezentos anos antes da descoberta do elétron, que na base do átomo deveria existir uma partícula primitiva, chegando a desenhá-la, com surpreendente rigor de concepção, como sendo um “remoinho” ou imagem aproximada dos recursos energéticos que o constituem. Logo depois, Isaac Newton realiza a decomposição da luz branca, nas sete cores do prisma, apresentando ainda a ideia de que os fenômenos luminosos seriam correntes corpusculares, sem excluir a hipótese de ondas vibratórias, a se expandirem no ar. Huyghens prossegue na experimentação e defende a teoria do éter luminoso ou teoria ondulatória. Franklin teoriza sobre o fluido elétrico e propõe a hipótese atômica da eletricidade, tentando classificá-la como sendo formada de grânulos sutis, perfeitamente identificáveis aos remoinhos eletrônicos hoje imaginados. (Cap. II, pp. 27 e 28.)

12. Campo eletromagnético - Nos primórdios do século XIX, aparece Tomás Young, examinando as ocorrências da reflexão, interferência e difração da luz, fundamentando-se sobre a ação ondulatória, seguindo-se-lhe Fresnel, a consolidar-lhes as deduções.  Sucedem-se investigadores e pioneiros, até que em 1869 Maxwell afirma, sem que as suas asserções lograssem despertar maior interesse nos sábios de seu tempo, que as ondulações de luz nasciam de um campo magnético associado a um campo elétrico, anunciando a correlação entre a eletricidade e a luz e assegurando que as linhas de força extravasam dos circuitos, assaltando o espaço ambiente e expandindo-se como pulsações ondulatórias. Criava, então, a notável teoria eletromagnética. Desde essa época, o conceito de “campo eletromagnético” assume singular importância no mundo, até que Hertz consegue positivar a existência das ondas elétricas, descobrindo-as e colocando-as a serviço da Humanidade. Nas vésperas do século XX, a Ciência já considera a Natureza terrestre como percorrida por ondas inumeráveis que cruzam todas as faixas do planeta, sem jamais se misturarem. Certa indagação, contudo, se generalizara. Reconhecido o mundo como vasto magneto, composto de átomos, e sabendo-se que as ondas provinham deles, como poderiam os sistemas atômicos gerá-las, criando, por exemplo, o calor e a luz? (Cap. II, pp. 28 e 29.)

13. Estrutura do átomo - Max Planck, distinto físico alemão, repara, em 1900, que o átomo, em lançando energia, não procede em fluxo contínuo, mas sim por arremessos individuais ou, mais propriamente, através de grânulos de energia, estabelecendo a teoria dos “quanta de energia”. Niels Bohr deduziu, então, que a descoberta de Planck somente se explicaria pelo fato de gravitarem os elétrons, ao redor do núcleo, no sistema atômico, em órbitas seguramente definidas, a exteriorizarem energia, não girando como os planetas em torno do Sol, mas saltando, de inesperado, de uma camada para outra. Procedendo mais por intuição que por observação, Bohr mentalizou o átomo como sendo um núcleo cercado, no máximo, de sete camadas concêntricas, plenamente isoladas entre si, no seio das quais os elétrons circulam livremente, em todos os sentidos. Os que se localizam nas zonas periféricas são aqueles que mais facilmente se deslocam, patrocinando a projeção de raios luminosos, ao passo que os elétrons aglutinados nas camadas profundas, mais jungidos ao núcleo, quando mudam de órbita deixam escapar raios mais curtos, a se graduarem na série dos raios X. Aplicada a teoria de Bohr em multifários setores da demonstração objetiva, ela alcançou encorajadoras confirmações, e, com isso, dentro das possíveis definições terrestres, o cientista dinamarquês preparou o caminho a mais amplo entendimento da luz. (Cap. II, pp. 29 e 30.)

14. Estado radiante e raios X - A Ciência da Terra acreditava antigamente que os átomos fossem corpúsculos eternos e indivisíveis. Elementos conjugados entre si, entrelaçavam-se e se separavam, plasmando formas diversas. Seriam como vasto mas limitado capital da vida de que a Natureza poderia dispor sem qualquer desperdício. No último quartel do século XIX, porém, singulares alterações marcaram os passos da Física. Retomando experiências iniciadas pelo cientista alemão Hittorf, William Crookes valeu-se de um tubo de vidro fechado, no qual obtinha grande rarefação do ar, fazendo passar, através dele, uma corrente elétrica, oriunda de alto potencial. Semelhante tubo poderia conter dois ou mais eletrodos (cátodos e ânodos, ou polos negativos e positivos, respectivamente), formados por fios de platina e rematados em placas metálicas de substância e molde variáveis. Efetuada a corrente, o grande físico notou que do cátodo partiam raios que, atingindo a parede oposta do vidro, nela formavam certa luminosidade fluorescente. Crookes classificou como sendo radiante o estado em que se mostrava o gás contido no recipiente e declarou guardar a impressão de que conseguira reter os corpúsculos que entretecem a base física do Universo. Depois dele, porém, aparece Roentgen, que retoma as suas investigações e, projetando os raios catódicos sobre tela metálica, colocou a própria mão entre o tubo e pequena chapa recamada de substância fluorescente, observando que os ossos se destacavam, em cor escura, na carne que se fizera transparente. Os raios X ou raios Roentgen foram, desde então, trazidos à consideração do mundo. (Cap. II, pp. 30 e 31.) 

Glossário 

Âmbar - Substância sólida, parda ou preta, de cheiro almiscarado, proveniente do intestino do cachalote (um mamífero cetáceo). Resina fóssil proveniente de uma espécie extinta de pinheiro, do período terciário, sólida, amarelo-pálida ou acastanhada, transparente ou opaca.

Ânodo – Eletrodo positivo; eletrodo para onde se dirigem os íons negativos.

Átomo - Sistema energeticamente estável, formado por um núcleo positivo que contém nêutrons e prótons, e cercado de elétrons. A menor quantidade de uma substância elementar que tem as propriedades químicas de um elemento. Todas as substâncias são formadas de átomos, que se podem agrupar, formando moléculas ou íons.

Catódico - Relativo ao cátodo.

Cátodo - Eletrodo negativo; eletrodo de onde partem elétrons e para onde se dirigem os íons positivos. (Também se diz catodo.)

Corrente elétrica – Eletr. Fluxo de carga elétrica através de um condutor. Intensidade do fluxo de carga elétrica através de um condutor.

Difração - Fenômeno que ocorre quando uma onda caminhante é limitada, em seu avanço, por um objeto opaco que deixa passar apenas uma fração das frentes de onda, e que pode ser observado como uma propagação da onda para regiões além do objetivo e situadas na sombra deste em relação à direção da onda incidente.

Dubleto - Conjunto de duas partículas fundamentais com o mesmo número bariônico, massas quase iguais, mas cargas elétricas diferentes.

Eletrodo - Condutor metálico por onde uma corrente elétrica entra num sistema ou sai dele. Qualquer das placas de um capacitor; armadura, placa. Qualquer componente metálico situado no interior duma válvula eletrônica. Condutor metálico imerso em uma solução que contém íons.

Eletroímã - Instrumento empregado para produzir campos magnéticos por meio de uma corrente elétrica que magnetiza um material ferromagnético; eletromagneto.

Eletromagnético - Relativo ao eletromagnetismo ou que dele decorre.

Eletromagnetismo - Estudo da interação entre correntes elétricas e campos magnéticos.

Elétron - Partícula fundamental na constituição dos átomos e moléculas, portadora da menor quantidade de carga elétrica livre que se conhece, com massa igual a 1/1837 vezes a massa do próton.

Eletroscópio - Instrumento para observação de fenômenos eletrostáticos, baseado no movimento de peças metálicas sob a influência de forças elétricas atrativas ou repulsivas. Aparelho destinado a revelar cargas eletrostáticas muito pequenas.

Espectro - Função que caracteriza a distribuição de energia numa onda, ou num feixe de partículas, e que exprime esta distribuição em termos de variáveis apropriadas (comprimentos de onda, frequência etc.). Resultante de um processo, ou de um fenômeno, em que se observa ou registra um efeito resultante da distribuição de energia numa onda ou num feixe de partículas.

Éter – Fís. Meio elástico hipotético em que se propagariam as ondas eletromagnéticas, e cuja existência contradiz os resultados de inúmeras experiências, já não sendo, por isso, admitida pelas teorias físicas. P. ext. O espaço celeste.

Fluorescente – Que tem a propriedade da fluorescência: forma de fotoluminescência em que a emissão de luz desaparece tão logo cessa a absorção da radiação excitadora.

Fosforescência - Propriedade que têm certos corpos de brilhar na obscuridade, sem espalhar calor. Forma de fotoluminescência em que a emissão de luz persiste um tempo considerável depois de haver cessado a absorção da radiação excitadora.

Fosforescente - Que tem a propriedade da fosforescência.

Fotoquímico - Referente à fotoquímica: parte da físico-química que investiga a influência da luz nas reações químicas.

Frequência – Em um movimento periódico, número de oscilações ou de vibrações realizadas pelo móvel na unidade de tempo; número de ciclos que um sistema com movimento periódico efetua na unidade de tempo.

Hélio - Elemento de número atômico 2, pertencente à família dos gases nobres, incolor, usado como componente de atmosferas inertes e enchimento de balões.

Hertz - De Heinrich Hertz, físico alemão (1857-1894). Unidade de medida de frequência igual à frequência de um movimento periódico de um segundo; um ciclo por segundo. (Símbolo: Hz.)

Hertziana – refere-se à unidade de medida cuja descrição se deve a Hertz.

Hidrogênio - Elemento de número atômico 1, gasoso, incolor, participante de uma série extensa de compostos.

Inércia - Resistência que todos os corpos materiais opõem à modificação do seu estado de movimento.

Íon - Átomo ou grupamento de átomos com excesso ou com falta de carga elétrica negativa; iônio; ionte.

Isótopo - Vocábulo derivado de isotopia: fenômeno apresentado por nuclídeos que têm o mesmo número atômico, mas números de massa diferente. (Veja o verbete nuclídeo.)

Magneto - Ímã: corpo de material ferromagnético com imantação permanente.

Multifário - Que tem muitos aspectos; variado; multímodo.

Nêutron - Núcleon que forma um dubleto com o próton, com carga elétrica nula.

Núcleon - Designação genérica das partículas que constituem o núcleo atômico, isto é, o nêutron e o próton.

Nuclídeo - Átomo caracterizado por um número de massa e um número atômico determinados, e que tem vida média suficientemente longa para permitir a sua identificação com um elemento químico. (N.R.: Também se denomina, embora impropriamente, isótopo.)

Número atômico - Número de prótons no núcleo de um elemento.

Número bariônico - Número associado às partículas elementares, e que tem propriedades conservativas nas transformações dessas partículas; número igual a um para os bárions, a zero para os léptons e bósons, e a menos um para os antibárions.

Número de massa - Número total de prótons e nêutrons presentes no núcleo de um elemento, e que é igual ao número inteiro mais próximo da massa atômica do elemento.

Onda - Perturbação periódica mediante a qual pode haver transporte de energia de um ponto a outro de um material ou do espaço vazio.

Onda curta - Onda eletromagnética com frequência compreendida entre 1 e 30 megahertz, aproximadamente.

Onda de rádio - Onda eletromagnética utilizada em radioemissão e radiorrecepção e que tem comprimento de onda situado aproximadamente entre 50 e 3.000 metros.

Onda eletromagnética - Campo eletromagnético periódico não estacionário que se propaga no espaço ou num meio material; perturbação periódica de natureza eletromagnética que se propaga num meio material ou no espaço vazio e é portadora de energia.

Ondulatória – Ondeante: que ondeia; que ondula; ondeada, ondulada, ondulante.

Oscilação - Fenômeno em que uma grandeza ou um conjunto de grandezas de um sistema varia segundo função periódica de tempo. Variação alternada; flutuação; mudança.

Partícula alfa - Núcleo de hélio emitido em um processo radioativo ou acelerado convenientemente.

Prisma - Sólido de substância transparente, com forma prismática, utilizado para dispersar ou refratar ou refletir luz. Poliedro em que duas faces são polígonos paralelos e côngruos, e as outras faces são paralelogramos. Cristal com duas faces planas inclinadas, que decompõe a luz

Próton - Núcleo estável, com número de massa unitário.

Quanta – Plural de quantum.

Quantum – Fís.  Quantidade indivisível de energia eletromagnética que, para uma radiação de frequência f, é igual ao produto h x f, onde h é a constante de Planck. Fís. A partícula associada a um campo.

Radiante – Que radia. Que brilha; cintilante; fulgurante.

Rádio - Elemento de número atômico 82, radioativo, metálico, branco-prateado, quimicamente aparentado aos alcalino-terrosos.

Raios cósmicos – Fís. Nucl. Conjunto formado por partículas de grande energia, de origem extraterrestre, e pela radiação corpuscular ou eletromagnética que elas provocam ao interagir com a atmosfera da Terra; radiação cósmica.

Raios gama - Radiação eletromagnética, de pequeno comprimento de onda, emitida num processo de transição nuclear ou de aniquilação de partículas.

Raios X - Radiação eletromagnética de comprimento de onda compreendido, aproximadamente, entre 10 elevado a -8 e 10 elevado a -11 cm; raios Roentgen.

Vibração – Oscilação, balanço. 

 


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita