MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil) |
|
Mecanismos da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
4)
Damos prosseguimento ao
estudo sequencial do
livro Mecanismos da
Mediunidade, obra de
autoria de André Luiz,
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1960 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Que contribuição, na
evolução da Física,
devemos ao físico inglês
José Thomson?
Foi Thomson quem,
estudando o elétron do
ponto de vista de um
projétil em movimento,
conseguiu determinar-lhe
a massa, que é,
aproximadamente, 1.850
vezes menor que a do
átomo conhecido por mais
leve, o hidrogênio,
calculando-lhe, ainda,
com relativa segurança,
a carga e a velocidade.
Seus apontamentos
objetivos, em torno do
elétron, incentivaram
novos estudos do
infinitamente pequeno.
(Mecanismos da
Mediunidade, cap.
II, pp. 31 e 32.)
B. Existe analogia entre
o que se passa no mundo
íntimo das forças
corpusculares que
entretecem a matéria
física e o das forças
que estruturam a matéria
mental?
Segundo André Luiz, há,
sim, analogia e seus
apontamentos, contidos
na presente obra,
conquanto sintéticos,
objetivam exatamente
destacar essa analogia.
(Obra citada, cap.
II, pp. 32 e 33.)
C. A luz tem peso
específico?
Sim. Pelo menos foi essa
a conclusão a que chegou
Einstein, fato que
implica reconhecer a
existência de massa para
a luz.
(Obra citada,
cap. III, pp. 34 e 35.)
Texto para leitura
15. Elétron e
radioatividade -
O jovem pesquisador
francês Jean Perrin,
utilizando a ampola de
Crookes e o
eletroscópio, conseguiu
positivar a existência
do elétron, como
partícula elétrica,
viajando com rapidez
vertiginosa. Pairava no
ar a indagação sobre a
massa e a expressão
elétrica de semelhante
partícula. Surge,
todavia, José Thomson,
distinto físico inglês,
que, estudando-a do
ponto de vista de um
projétil em movimento,
consegue determinar-lhe
a massa, que é,
aproximadamente, 1.850
vezes menor que a do
átomo conhecido por mais
leve, o hidrogênio,
calculando-lhe, ainda,
com relativa segurança,
a carga e a velocidade.
Os apontamentos
objetivos, em torno do
elétron, incentivaram
novos estudos do
infinitamente pequeno.
Animado pelos êxitos dos
raios de Roentgen, Henri
Becquerel, com o auxílio
de amigos espirituais,
porque até então o gênio
científico na Terra
desconhecia o extenso
cabedal radioativo do
urânio, escolhe esse
elemento para a pesquisa
de novas fontes dos
raios X e surpreende as
radiações diferentes que
encaminham o casal Curie
à descoberta do rádio. A
Ciência percebeu,
afinal, que a
radioatividade era como
que a fala dos átomos,
asseverando que eles
nasciam e morriam
ou apareciam e
desapareciam no
reservatório da
Natureza. (Cap. II,
pp. 31 e 32.)
16. Química
nuclear - O
contador de Geiger,
emergindo no cenário das
experimentações da
Microfísica, demonstrou
que, em cada segundo, de
um grama de rádio se
desprendem 36 bilhões de
fragmentos radioativos
da corrente mais fraca
de raios emanantes desse
elemento, perfazendo um
total de 20.000
quilômetros de
irradiação por segundo.
Há, no entanto, tão
grande quantidade de
átomos de rádio, em cada
grama desse metal, que
somente no espaço de
dezesseis séculos é que
o seu peso fica reduzido
à metade. Apreendendo-se
que a radioatividade
exprimia a morte dos
sistemas atômicos, não
seria possível
apressar-lhes a
desintegração
controlada, com vistas
ao aproveitamento de
seus potenciais
energéticos? Rutherford
lembrou que as
partículas emanadas do
rádio funcionam como
projéteis vigorosos, e
enchendo um tubo com
azoto, nele situou uma
parcela de rádio,
reparando os pontos de
queda dos corpúsculos
eletrizados sobre
pequena tela
fosforescente.
Descobriu, desse modo,
que os núcleos do azoto,
espancados em cheio
pelas partículas
radioativas alfa,
explodiam,
convertendo-se em
hidrogênio e num isótopo
do oxigênio. Foi
realizada, assim, a
primeira transmutação
atômica pelo homem,
originando-se, desde
então, a chamada
química nuclear, que
culmina hoje com a
artilharia atômica do
ciclotron, estruturado
por Lawrence, à feição
de um eletroímã, onde,
acelerados por uma
corrente de milhares de
vóltios, em tensão
alternada altíssima,
projéteis atômicos
bombardeiam os elementos
a eles expostos, que se
transmutam em outros
elementos químicos
conhecidos, acrescidos
dos chamados
radioisótopos, que o
casal Joliot-Curie
obteve pela primeira vez
arremessando sobre o
alumínio a corrente
menos penetrante do
rádio, constituída de
núcleos do hélio.
Surgiram, dessa forma,
os fecundos serviços da
radioatividade
artificial. “Nossos
apontamentos sintéticos
- aduz André Luiz
- objetivam apenas
destacar a analogia do
que se passa no mundo
íntimo das forças
corpusculares que
entretecem a matéria
física e daquelas que
estruturam a matéria
mental.” (Cap. II,
pp. 32 e 33.)
17. Estrutura da
luz - Clerk
Maxwell, centralizado
nos estudos do
eletromagnetismo,
previra que todas as
irradiações, inclusive a
luz visível, pressionam
os demais corpos.
Observações
experimentais com o jato
de uma lâmpada sobre um
feixe de poeira
mostraram que o feixe se
acurvou, como se
impelido por leve
corrente de força.
Semelhante corrente foi
medida, acusando
insignificante
percentagem de pressão,
mas o bastante para
provar que a luz era
dotada de inércia. Os
físicos eram defrontados
pelo problema, quando
Einstein, estruturando a
sua teoria da
relatividade, no
princípio do século XX,
chegou à conclusão de
que a luz, nesse novo
aspecto, possuiria
peso específico.
Isso implicava a
existência de massa para
a luz. Mas como
conciliar vibração e
peso, onda e massa?
Intrigado, o grande
cientista voltou às
experiências de Planck e
Bohr e deduziu que a luz
de uma lâmpada resulta
de sucessivos arremessos
de grânulos luminosos,
em relâmpagos
consecutivos, a se
desprenderem dela por
todos os lados.
Pesquisadores
protestaram contra a
assertiva, lembrando o
enigma das difrações e
das interferências,
tentando demonstrar que
a luz era constituída de
vibrações. Einstein,
contudo, recorreu ao
efeito fotoelétrico –
pelo qual a incidência
de um raio luminoso
sobre uma película de
sódio ou potássio
determina a expulsão de
elétrons da mesma
película – e genialmente
concebeu os grânulos
luminosos ou fotônios
que, em se arrojando
sobre os elétrons de
sódio e potássio, lhes
provoca o deslocamento,
com tanto mais violência
quanto mais concentrada
for a energia dos
fotônios. O aumento de
intensidade da luz, por
isso, não acrescenta
velocidade aos elétrons
expulsos, o que apenas
acontece ante a
incidência de uma luz
caracterizada por
oscilação mais curta.
(Cap. III, pp. 34 e 35.)
Glossário
Alfa -
Partícula alfa.
Átomo -
Sistema energeticamente
estável, formado por um
núcleo positivo que
contém nêutrons e
prótons, e cercado de
elétrons. A menor
quantidade de uma
substância elementar que
tem as propriedades
químicas de um elemento.
Todas as substâncias são
formadas de átomos, que
se podem agrupar,
formando moléculas ou
íons.
Azoto -
Nitrogênio.
Ciclotron -
Acelerador de campo
variável em que as
partículas descrevem
órbitas quase circulares
num campo magnético.
Contador -
Circuito para contar
pulsos elétricos
provenientes de um
sistema; contador
eletrônico.
Contador de Geiger
– Também chamado de
contador Geiger-Müller
ou contador G-M, serve
para medir certas
radiações ionizantes
(partículas alfa, beta
ou radiação gama e
raios-X, mas não os
nêutrons). Este
instrumento de medida,
cujo princípio foi
imaginado por volta de
1913 por Hans Geiger,
foi aperfeiçoado por
Geiger e Walther Müller
em 1928.
Corrente elétrica
– Eletr. Fluxo de carga
elétrica através de um
condutor. Intensidade do
fluxo de carga elétrica
através de um condutor.
Crista -
O ponto mais alto de um
monte; ápice; ponto
culminante.
Difração -
Fenômeno que ocorre
quando uma onda
caminhante é limitada,
em seu avanço, por um
objeto opaco que deixa
passar apenas uma fração
das frentes de onda, e
que pode ser observado
como uma propagação da
onda para regiões além
do objetivo e situadas
na sombra deste em
relação à direção da
onda incidente.
Eletrodo -
Condutor metálico por
onde uma corrente
elétrica entra num
sistema ou sai dele.
Qualquer das placas de
um capacitor; armadura,
placa. Qualquer
componente metálico
situado no interior duma
válvula eletrônica.
Condutor metálico imerso
em uma solução que
contém íons.
Eletroímã -
Instrumento empregado
para produzir campos
magnéticos por meio de
uma corrente elétrica
que magnetiza um
material ferromagnético;
eletromagneto.
Eletromagnético -
Relativo ao
eletromagnetismo ou que
dele decorre.
Eletromagnetismo -
Estudo da interação
entre correntes
elétricas e campos
magnéticos.
Elétron -
Partícula fundamental na
constituição dos átomos
e moléculas, portadora
da menor quantidade de
carga elétrica livre que
se conhece, com massa
igual a 1/1837 vezes a
massa do próton.
Eletroscópio -
Instrumento para
observação de fenômenos
eletrostáticos, baseado
no movimento de peças
metálicas sob a
influência de forças
elétricas atrativas ou
repulsivas. Aparelho
destinado a revelar
cargas eletrostáticas
muito pequenas.
Entrechoque
- Ação de
entrechocar-se,
bater-se, chocar-se.
Embate entre duas ou
mais pessoas ou animais,
ou entre grupos.
Espectro -
Função que caracteriza a
distribuição de energia
numa onda, ou num feixe
de partículas, e que
exprime esta
distribuição em termos
de variáveis apropriadas
(comprimentos de onda,
frequência etc.).
Resultante de um
processo, ou de um
fenômeno, em que se
observa ou registra um
efeito resultante da
distribuição de energia
numa onda ou num feixe
de partículas.
Fosforescência -
Propriedade que têm
certos corpos de brilhar
na obscuridade, sem
espalhar calor. Forma de
fotoluminescência em que
a emissão de luz
persiste um tempo
considerável depois de
haver cessado a absorção
da radiação excitadora.
Fosforescente -
Que tem a propriedade da
fosforescência.
Fotoelétrico
– Fís. Fotelétrico. Que
transforma energia
luminosa em elétrica.
Fóton
– Fís. Part. Partícula
elementar associada ao
campo eletromagnético,
com massa nula, spin 1,
carga elétrica nula,
estável, e cuja energia
é igual ao produto da
constante de Planck pela
frequência do campo;
quantum de luz.
Fotônio
– Fís. Nome dado (por
analogia com o eletrônio)
ao quantum de energia
luminosa.
Fotoquímico -
Referente à fotoquímica:
parte da físico-química
que investiga a
influência da luz nas
reações químicas.
Frequência
– Em um movimento
periódico, número de
oscilações ou de
vibrações realizadas
pelo móvel na unidade de
tempo; número de ciclos
que um sistema com
movimento periódico
efetua na unidade de
tempo.
Hélio -
Elemento de número
atômico 2, pertencente à
família dos gases
nobres, incolor, usado
como componente de
atmosferas inertes e
enchimento de balões.
Hertz
- De Heinrich Hertz,
físico alemão
(1857-1894). Unidade de
medida de frequência
igual à frequência de um
movimento periódico de
um segundo; um ciclo por
segundo. (Símbolo: Hz.)
Hertziana
– refere-se à unidade de
medida cuja descrição se
deve a Hertz.
Hidrogênio
- Elemento de número
atômico 1, gasoso,
incolor, participante de
uma série extensa de
compostos.
Inércia -
Resistência que todos os
corpos materiais opõem à
modificação do seu
estado de movimento.
Íon -
Átomo ou grupamento de
átomos com excesso ou
com falta de carga
elétrica negativa;
iônio; ionte.
Irradiação
– 1. Fís. Nucl.
Bombardeio duma
substância por um feixe
de partículas. 2. Terap.
Tratamento feito
mediante o uso de raios
X ou de outra forma de
radiatividade.
Isótopo -
Vocábulo derivado de
isotopia: fenômeno
apresentado por
nuclídeos que têm o
mesmo número atômico,
mas números de massa
diferente. (Veja o
verbete nuclídeo.)
Magneto
- Ímã: corpo de material
ferromagnético com
imantação permanente.
Multifário
- Que tem muitos
aspectos; variado;
multímodo.
Nêutron
- Núcleon que forma um
dubleto com o próton,
com carga elétrica nula.
Núcleon -
Designação genérica das
partículas que
constituem o núcleo
atômico, isto é, o
nêutron e o próton.
Nuclídeo
- Átomo caracterizado
por um número de massa e
um número atômico
determinados, e que tem
vida média
suficientemente longa
para permitir a sua
identificação com um
elemento químico.
(N.R.: Também se
denomina, embora
impropriamente,
isótopo.)
Número atômico
- Número de prótons no
núcleo de um elemento.
Número bariônico -
Número associado às
partículas elementares,
e que tem propriedades
conservativas nas
transformações dessas
partículas; número igual
a um para os bárions, a
zero para os léptons e
bósons, e a menos um
para os antibárions.
Número de massa
- Número total de
prótons e nêutrons
presentes no núcleo de
um elemento, e que é
igual ao número inteiro
mais próximo da massa
atômica do elemento.
Onda
- Perturbação periódica
mediante a qual pode
haver transporte de
energia de um ponto a
outro de um material ou
do espaço vazio.
Onda curta
- Onda eletromagnética
com frequência
compreendida entre 1 e
30 megahertz,
aproximadamente.
Onda de rádio
- Onda eletromagnética
utilizada em
radioemissão e
radiorrecepção e que tem
comprimento de onda
situado aproximadamente
entre 50 e 3.000 metros.
Onda eletromagnética
- Campo eletromagnético
periódico não
estacionário que se
propaga no espaço ou num
meio material;
perturbação periódica de
natureza eletromagnética
que se propaga num meio
material ou no espaço
vazio e é portadora de
energia.
Ondulatória
– Ondeante: que ondeia;
que ondula; ondeada,
ondulada, ondulante.
Oscilação
- Fenômeno em que uma
grandeza ou um conjunto
de grandezas de um
sistema varia segundo
função periódica de
tempo. Variação
alternada; flutuação;
mudança.
Partícula alfa
- Núcleo de hélio
emitido em um processo
radioativo ou acelerado
convenientemente.
Prisma -
Sólido de substância
transparente, com forma
prismática, utilizado
para dispersar ou
refratar ou refletir
luz. Poliedro em que
duas faces são polígonos
paralelos e côngruos, e
as outras faces são
paralelogramos. Cristal
com duas faces planas
inclinadas, que decompõe
a luz
Próton -
Núcleo estável, com
número de massa
unitário.
Quanta –
Plural de quantum.
Quantum
– Fís. Quantidade
indivisível de energia
eletromagnética que,
para uma radiação de
frequência f, é igual ao
produto h x f, onde h é
a constante de Planck.
Fís. A partícula
associada a um campo.
Radiante –
Que radia. Que brilha;
cintilante; fulgurante.
Rádio
- Elemento de número
atômico 82, radioativo,
metálico,
branco-prateado,
quimicamente aparentado
aos alcalino-terrosos.
Radioatividade
– Fís. Nucl.
Propriedade que têm
alguns nuclídeos de
emitir espontaneamente
partículas ou radiação
eletromagnética, e que é
característica de uma
instabilidade dos seus
núcleos.
Radioativo
– Que irradia. Que tem
radioatividade.
Raios cósmicos
– Fís. Nucl. Conjunto
formado por partículas
de grande energia, de
origem extraterrestre, e
pela radiação
corpuscular ou
eletromagnética que elas
provocam ao interagir
com a atmosfera da
Terra; radiação cósmica.
Raios gama
- Radiação
eletromagnética, de
pequeno comprimento de
onda, emitida num
processo de transição
nuclear ou de
aniquilação de
partículas.
Raios X
- Radiação
eletromagnética de
comprimento de onda
compreendido,
aproximadamente, entre
10 elevado a -8 e 10
elevado a -11 cm; raios
Roentgen.
Urânio
– Quím. Elemento de
número atômico 92,
metálico, branco, denso,
radioativo, fissionável,
usado na produção de
energia nuclear [símb.:
U].
Vibração
– Oscilação, balanço.
Volt
- Fís. No Sistema
Internacional, unidade
de medida de diferença
de potencial elétrico,
igual à diferença de
potencial existente
entre duas seções
transversais de um
condutor percorrido por
uma corrente elétrica
variável de um ampère,
quando a potência
dissipada entre as duas
seções é igual a um watt
[símb.: V]. Plural:
volts.