Continuamos
o estudo
metódico e sequencial do
clássico "No Invisível",
de Léon Denis, cujo
título no original
francês é
Dans l'Invisible.
Questões preliminares
A. É
verdade que o reverendo
Stainton Moses sempre
teve cuidado em evitar
que seus pensamentos
tivessem qualquer
influência sobre as
comunicações que ele
recebia mediunicamente?
Sim. Seus
cuidados eram tão
grandes e inusitados que
ele chegou a ponto de
pôr-se a ler obras
escritas em grego
enquanto sua mão
obedecia ao impulso do
comunicante
desencarnado.
(No Invisível - O
Espiritismo
experimental:
Os fatos - XVIII -
Escrita direta. Escrita
mediúnica.)
B. Em que
consiste a
cross-correspondence?
Cross-correspondence
é o termo em inglês de
correspondência-cruzada.
É o mesmo que
mensagens complementares,
expressão proposta por
Th. Flournoy. Nesse tipo
de fenômeno, uma parte
da comunicação é
recebida por um médium e
outra parte por outro
médium, não podendo cada
uma dessas partes ser
compreendida sem o
complemento da outra,
fato que constitui
excelente prova de que
uma mesma inteligência
opera nos dois
sensitivos.
(Obra citada - O
Espiritismo
experimental:
Os fatos - XVIII -
Escrita direta. Escrita
mediúnica.)
C. O
escritor W. Stead
instalou em Londres o
Escritório Júlia. Que
objetivo o moveu ao
criá-lo?
O
Escritório Júlia foi
instalado por W. Stead
por sugestão da Srta.
Júlia Ames, uma amiga
desencarnada, que se
propôs vir em auxílio de
todos os desencarnados
desejosos de entrar em
relação com os vivos que
aqui deixaram, como dos
encarnados aflitos pela
perda de um ente caro.
Para ser admitido a
solicitar comunicação,
Júlia, que dirigia
pessoalmente as sessões,
só exigia duas coisas:
afeição lícita e sincera
entre o vivo e o morto e
estudo prévio do
problema espírita.
Nenhuma retribuição era
por ela admitida. O
postulante, uma vez
tomado em consideração
seu pedido, era levado à
presença de três médiuns
diferentes e todos os
resultados eram então
registrados. Segundo
Léon Denis, o Escritório
Júlia conseguiu
estabelecer numerosas
relações com o
invisível. “Lançou uma
ponte de uma a outra
margem do túmulo”, disse
com alguma razão W.
Stead.
(Obra citada - O
Espiritismo
experimental:
Os fatos - XVIII -
Escrita direta. Escrita
mediúnica.)
Texto para leitura
758. O
grande escritor Hasden,
senador romeno,
historiador e filólogo,
contava 53 anos quando
perdeu a filha única,
vitimada aos 16 anos
pela tuberculose. Essa
perda provocou nova
orientação no espírito
de Hasden, dando motivo
à sua iniciação no
Espiritismo, conforme
explicou no prefácio de
“Sic Cogito”, a única de
suas obras escritas
sobre o assunto:
“Haviam decorridos seis
meses da morte de minha
filha; estávamos em
março (1889), cessara o
Inverno, tardando,
porém, ainda a
Primavera. Em uma tarde
úmida e desagradável,
achava-me eu, sozinho,
sentado à minha mesa de
trabalho, tendo, como de
costume, diante de mim
uma resma de folhas de
papel e vários lápis.
Como foi? Ignoro-o; mas,
sem o saber, minha mão
tomou um lápis, cuja
ponta apoiou sobre o
papel, e eu comecei a
sentir na têmpora
esquerda pancadas
rápidas e intensas,
exatamente como se nela
me houvessem introduzido
um aparelho telegráfico.
De repente, a mão se me
pôs em movimento, sem
parar. Cinco minutos, no
máximo. Quando se me
deteve o braço e o lápis
me escapou dos dedos,
acreditei despertar de
um sono, certo embora
que estava de não haver
adormecido. Olhei para o
papel e li sem a menor
dificuldade: ‘Sou feliz;
amo-te, havemos de nos
tornar a ver; isso te
deve bastar. – Julie
Hasden.’ Estava escrito
e assinado com a própria
letra de minha filha.”
759. Toda a obra “Sic
Cogito” se destina a
explicar esse fato, o
primeiro de uma longa
série de comunicações
espíritas que se haviam
de estabelecer entre o
Espírito Júlia Hasden, a
“Lilica”, como lhe
chamava o pai, e a
inteligência do próprio
Hasden. As comunicações
mediúnicas exerceram
desde então influência
até mesmo nos trabalhos
literários de Hasden.
760. Num artigo a seu
respeito, publicado no
“Mercure de France”, de
16 de novembro de 1907,
o Sr. M. Craiovan
reproduz o fac-símile de
algumas linhas de
escrita automática
obtida por Hasden, numa
sessão de Espiritismo
realizada em sua casa,
no dia 13 de novembro de
1890, na qual tomaram
parte o D. Steiner, os
professores Florescu e
Sperantia, o cavaleiro
de Sazzara, cônsul-geral
austro-húngaro, e,
finalmente, V. Cosmovici,
que serviu de médium. De
repente Hasden recebeu,
em russo, uma
comunicação, que parecia
proveniente de seu pai,
cujo texto rezava assim:
“Na qualidade de último
descendente da família,
deves desenvolver o
tesouro da língua
moldávia: Etimologicum
magnum Romaniae.”
761. Esse documento
automático teve sempre
para Hasden o valor de
verdadeira revelação,
provando-lhe a realidade
das inspirações que se
faziam sentir em sua
vida mental. Ele fez, e
não sem um certo
espírito crítico, longa
exposição dos motivos
que o levaram a
acreditar no caráter
espirítico dessa
revelação, já lhe tendo,
ao demais, calado no
ânimo a ideia, por Luiz
Figuier exposta, de que
os artistas, pensadores
e escritores, depois de
haver perdido um ser
caro, sentem uma como
ampliação de suas
faculdades. Dir-se-ia
que as aptidões
intelectuais da pessoa
falecida se vêm
acrescentar às suas e
enriquecer-lhes o gênio.
De todo modo, essa
comunicação mediúnica
valeu à România uma obra
filológica que, embora
não tendo ficado
terminada, é
indubitavelmente um dos
mais preciosos tesouros
da sua língua.
762. Um dia, em que
remoques idiotas
atingiam o seu
Espiritismo, “única
religião experimental!”
possível, na sua
opinião, Hasden se
acreditou obrigado a
demonstrar a sua boa-fé:
“Em
História – escreveu ele
–, em Filologia, em
todas as esferas do
conhecimento, sempre fui
céptico, repelindo o
autoritarismo de cima e
a popularidade cá de
baixo, e por toda parte
me franqueando, mediante
minhas próprias
investigações e indo à
fonte de tudo, um rumo
novo, bom ou mau,
conforme o entendia, mas
com o coração limpo, sem
temor de quem quer que
fosse, sem utilidade
pessoal, sem bajulação
nem preconício.”(3)
(Sic Cogito, capítulo
I.)
763. O reverendo
Stainton Moses, pastor
da Igreja Anglicana,
erudito e venerado
pensador, imbuído dos
dogmas da teologia
protestante, veio a
tornar-se médium
escrevente mecânico. Em
sua obra “Ensinos
Espiritualistas”, expõe
ele o estado de espírito
em que acolhia as
comunicações do mundo
invisível. As ideias,
para ele novas, que
continham os ditados,
provocavam-lhe
protestos, e só depois
de muitas lutas
interiores foi que
acabou por adotá-las
como mais conformes com
a justiça e a bondade de
Deus.
764. Moses empregou
sempre o máximo cuidado
em evitar que seus
próprios pensamentos
exercessem qualquer
influência sobre os
assuntos tratados, a
ponto de pôr-se a ler,
no próprio texto, obras
gregas, enquanto sua mão
obedecia ao impulso
estranho. Havia entre
ele e seus instrutores
espirituais, conhecidos
sob os nomes de
Imperator, Rector e
Prudens, tal divergência
de opiniões, que é
verdadeiramente
impossível atribuir
essas personalidades
distintas a
desdobramentos
inconscientes do médium.
765. Stainton Moses
afirma que esses
Espíritos muitas vezes
lhe revelavam fatos
absolutamente
desconhecidos de todas
as pessoas que tomavam
parte nas sessões, fatos
ulteriormente
reconhecidos
verdadeiros. Aqui está
um desses casos,
extraído da obra acima
indicada:
“No dia 29 de março de
1894 foi escrita uma
comunicação em meu
canhenho.(1)
A letra me era
desconhecida, muito
trêmula e desigual;
parecia traçada por
pessoa extremamente
idosa e fraca. A
assinatura conservou-se
um enigma, até que foi
decifrada pelo
Espírito-fiscal. Esse
ditado provinha de uma
velha, de quem jamais eu
ouvira falar, e que
falecera com mais de 90
anos, numa casa pouco
distante daquela em que
se reunia o nosso grupo.
O nome do lugar em que
se haviam passado os
primeiros anos dessa
senhora, sua idade, a
data do falecimento,
foram dados com a máxima
exatidão. O Espírito
deixara a Terra havia
alguns meses. Ao
despertar no Espaço,
atraíra-o sua velha
habitação, depois o
grupo, que se achava na
vizinhança imediata.”
766. Na França
encontramos os mesmos
fatos. Um certo número
de obras foram escritas
ou ditadas pelos
Espíritos. Podem-se
citar: “La Clef de la
Vie”, dois grossos
volumes escritos em 1856
por Michel de Figanières,
jovem camponês do Var,
de 22 anos de idade, e
que foram assinalados no
“Le Siècle”, num
excelente artigo de
Louis Jourdan; “Les vies
mysterieuses et
successives de l'être
humain et de l'être
terre”; depois “Les
origines et les fins”,
obra importante obtida
pela ação mediúnica de
diversas senhoras
lionesas, sobrepondo as
mãos umas às outras.
Devemos, além disso,
assinalar “Le Survie,
écho de l'au-de-là”,
coleção de notáveis
comunicações ditadas por
Espíritos e publicadas
pela Sra. Noeggerath, em
1897, com prefácio do
Sr. Camille Flammarion.
767. O “Bulletin de la
Société d'Études
Psychiques de Nancy” de
1901 publicou uma
comunicação transmitida
em sessão dessa
sociedade, a 29 de
março, pelo Sr. Fouquet,
redator-chefe da “Étoile
de l'Est”, sobre
fenômenos de escrita
mediúnica, obtidos em
sua presença pelo Sr.
P., seu colaborador,
materialista convencido.
Dela destacaremos as
seguintes passagens:
“A escrita variava ao
infinito, conforme o
Espírito que ditava.
Reconhecia-se facilmente
cada uma delas e logo às
primeiras palavras já
sabíamos com quem nos
havermos. Nesses ditados
tão dessemelhantes,
jamais reconheci o
estilo do Sr. P., e
ter-lhe-ia sido preciso
notável talento de
falsário para revestir
tão múltiplas formas. P.
ignorava absolutamente o
que escrevia. Enquanto
sua mão traçava os
caracteres, o olhar se
lhe tornava ligeiramente
fixo e nunca se voltava
na direção do papel.
Entretanto, ele não
dormia.
Um dia, manifestou-se
nova personalidade, sob
o nome de Alfantis,
dizendo ter vivido no
século VII, na Armênia,
onde era pontífice.
Desconfiamos de uma
mistificação e lhe
dissemos: Dai-nos vosso
nome em caracteres
armênios. Imediatamente
a letra do médium mudou,
e vimos aparecer uma
espécie de assinatura em
caracteres
desconhecidos, depois
uma frase completa, em
caracteres análogos e,
em seguida, a tradução.
Nenhum de nós sabia o
armênio e não podíamos,
assim, fazer a
verificação. Tive a
ideia de pedir ao
Espírito o alfabeto
armênio, a fim de ter um
meio de tirar a prova.
Veio o alfabeto, com as
letras correspondentes.
Comparando-as com as
frases escritas antes e
o próprio nome de
Alfantis, reconhecemos
que havia concordância.
Alfantis nos deu, sobre
a história e a geografia
da antiga Armênia,
informações que em parte
pudemos verificar. O
médium não conhecia
essas particularidades.
Os experimentadores não
conseguiram obter
fragmento algum de
escrita armênia do
século VII, mas
unicamente uma frase em
armênio moderno. Posto
que muito diferente uma
da outra –, como seria o
francês moderno
comparado com o do
século VII – o Espírito
pôde traduzi-la e um
estudante búlgaro, que
conhecia um pouco o
armênio, confirmou a
tradução.”
768. Extrairemos da
memória apresentada pelo
Dr. Dusart ao Congresso
Espírita de Paris, em
1900, os parágrafos
seguintes, relativos aos
médiuns escreventes que
ele utiliza em suas
experiências:
“Maria D. escreve
automaticamente. O
caráter da escrita e a
ortografia variam
conforme os
manifestantes. O autor é
reconhecido antes que
tenha assinado o nome.
Em muitos casos, o
confronto entre a
escrita do desencarnado
e a de que ele usava
quando na Terra acusa
admirável semelhança.
Quatro criancinhas, de 9
a 23 meses e de 3 a 4
anos, escreveram sós, ou
reunidas a uma mesma
mesa. As comunicações
obtidas, quando eram
simultâneas,
representavam o mesmo
pensamento sob três
formas diferentes. Essas
crianças agitavam os
braços e as mãos, como
para escapar a uma
constrição.
A Sra. B., lavradora,
completamente iletrada,
a tal ponto que mais de
um mês de lições e de
esforços não conseguiram
habituá-la a firmar sua
assinatura, num ato
perante o tabelião,
obteve, sob a influência
de um Espírito, meia
página de uma escrita,
informe, contendo vários
conselhos.”
769. Citaremos ainda,
reproduzindo-o da
revista “Luce e Ombra”,
de Milão (julho de
1905), este fato:
“Modesto porteiro da
repartição dos Correios,
chamado Peziárdi, mal
conhecia um pouco do
italiano e, não
obstante, escrevia
poesias em línguas que
ignorava. Certa noite,
encheu uma folha de
papel almaço com uma
série de sinais que
ninguém conseguia
interpretar. Foi
apresentado esse
estranho escrito ao
professor Gorrésio,
célebre paleógrafo, a
esse tempo diretor da
Biblioteca da
Universidade.
Profundamente admirado,
perguntou ele quem havia
escrito semelhante
página, e foi-lhe
narrada toda a
ocorrência. Impossível
seria de descrever o
assombro do sábio e mais
ainda o do visitante, ao
saber que aquele escrito
era a reprodução
integral de uma
inscrição rúnica, havia
muitos anos, conservada
intraduzível no Museu de
Arqueologia, e que
diversas vezes o
professor Gorrésio
tentara interpretar, mas
inutilmente, porque o
tempo havia apagado
muitos sinais; além
disso, estando quebrada
a pedra, fora impossível
adivinhar o resto. De
posse agora do texto
completo, lia ele que um
certo chefe bárbaro
implorava a proteção da
divindade para sua
tribo, etc. Desde esse
dia, converteu-se
Gorrésio ao Espiritismo.
Numa sessão subsequente,
manifestou-se o chefe
bárbaro, declarando
exata a tradução do
paleógrafo e
acrescentando que a sua
inscrição fora
despedaçada por um
raio.”
770. Sob o nome de
cross-correspondence(2),
os experimentadores
ingleses imaginaram,
mediante a escrita
mediúnica, um novo
processo de comunicação,
que seria de natureza a
estabelecer, do modo
mais positivo, a
identidade dos
manifestantes. São estes
os termos em que o Sr.
Oliver Lodge, reitor da
Universidade de
Birmingham, relata essas
experiências em seu
discurso, de 30 de
janeiro de 1908, na
“Society for Psychical
Researchs”:
“Compreenderam tão bem
como nós os ostensivos
comunicantes a
necessidade das provas
de identidade e
empregaram todos os
esforços para satisfazer
essa exigência racional.
Alguns dentre nós
entendem que o
conseguiram; outros
duvidam ainda. Pertenço
ao número dos que,
desejando obter novas
provas, mais eficientes
e contínuas, pensam,
entretanto, que já foi
dado um grande passo e
que é legítimo admitir
esses lúcidos momentos
de correspondência com
as pessoas falecidas,
que, nos melhores casos,
nos vêm trazer nova soma
de argumentos, como a
fazer dessa hipótese a
melhor hipótese de
trabalho. Achamos, com
efeito, que amigos cuja
perda lamentamos, como
Ed. Gurney, Rich,
Hodgson, F. Myers e
outros menos conhecidos,
parece entrarem conosco
em comunicação
constante, com a ideia
bem determinada e
expressa de
pacientemente nos
demonstrar sua
identidade e nos
permitir a verificação
recíproca de médiuns
estranhos entre si.
Achamos, igualmente, que
suas respostas a
perguntas especiais são
dadas por forma que
caracteriza sua bem
conhecida personalidade
e revela conhecimentos
que eram de sua
competência.”
771. A
cross-correspondence
– acrescenta Sir Lodge –
isto é, parte de uma
comunicação recebida por
um médium e outra parte
por outro médium, não
podendo cada uma dessas
partes ser compreendida
sem o complemento da
outra, constitui
excelente prova de que
uma mesma inteligência
opera nos dois
automatistas. Se, além
disso, a mensagem traz
os característicos de
uma pessoa falecida e a
esse título é recebida
por pessoas que não a
conheciam intimamente,
pode-se ver nesse fato a
prova da persistência da
atividade intelectual
dessa pessoa. Se dela,
finalmente, recebemos um
trecho de crítica
literária que está
eminentemente em seu
feitio e não poderia
provir de indivíduos
ordinários, então eu
declaro que tal prova é
de todo ponto
concludente, com
tendência a adquirir o
caráter de crucial.
772. Na busca da
verdade, os cientistas
ingleses, dado o
espírito de iniciativa
que lhes é próprio,
foram além. Fundaram um
escritório de
comunicações regulares
com o outro mundo, e foi
o intrépido escritor W.
Stead quem o instalou em
Londres, a instâncias de
uma amiga desencarnada,
Srta. Júlia Ames. Daí a
sua denominação:
Escritório Júlia.
Propõe-se esse Espírito
vir em auxílio assim de
todos os desencarnados
desejosos de entrar em
relação com os vivos que
aqui deixaram, como dos
encarnados aflitos pela
perda de um ente caro.
Para ser admitido a
solicitar comunicação,
Júlia, que dirige
pessoalmente as sessões,
só exige duas coisas:
afeição lícita e sincera
entre o vivo e o morto e
estudo prévio do
problema espírita.
Nenhuma retribuição é
por ela admitida. O
postulante, uma vez
tomado em consideração
seu pedido, é levado à
presença de três médiuns
diferentes e todos os
resultados são
registrados.
773. Esse escritório
conseguiu, desde a sua
fundação, estabelecer
numerosas relações com o
invisível. “Lançou uma
ponte de uma a outra
margem do túmulo”, disse
com alguma razão W.
Stead. A clientela do
Escritório Júlia é,
sobretudo, composta de
pessoas ilustres e
instruídas: doutores,
advogados, professores
etc. Um repórter do
“Daily News” escreve que
acompanhou, certo dia,
um bem conhecido autor,
cujo nome causaria
admiração saber-se
ligado a esse negócio.
Desejava obter ele a
manifestação de um amigo
falecido. Concedida por
Júlia a autorização, foi
ele, conforme a praxe,
posto em contacto
sucessivo com três
médiuns, assistidos por
um estenógrafo, sendo
lavrada minuciosa ata de
cada sessão. Numa das
sessões, foi a casa de
sua residência
exatamente descrita, com
as respectivas adjacências;
numa outra, recebeu ele
uma mensagem, que
reconheceu provir com
certeza de seu falecido
amigo.
(Continua no próximo
número.)
(1)
Canhenho
significa: caderneta;
registro de lembranças;
(fig.) memória.
(2)
Cross-correspondence
é o termo em inglês de
correspondência-cruzada.
É o mesmo que
mensagens complementares,
expressão proposta por
Th. Flournoy.
(3)
Preconício
significa: reclamo,
propaganda, divulgação.