Na semana passada, vimos
como a pontuação correta
ajuda a clarear o sentido do
que escrevemos. Como
consequência, a pontuação
incorreta ou inexistente
concorre para ampliar os
casos de ambiguidade ou
anfibologia, um vício de
linguagem que se dá quando a
frase admite mais de uma
interpretação, o que pode
também ocorrer quando não há
cuidado na colocação dos
termos da oração.
Vejamos este exemplo:
– O menino viu o incêndio do
prédio.
Duas dúvidas a frase
apresenta:
1ª O menino viu o prédio
incendiar-se?
2ª O menino estava no prédio
e de lá viu um incêndio?
Mais exemplos de ambiguidade:
-
Peguei o menino
correndo.
-
Prefeito fala da reunião
no Canal 5.
-
Ele prendeu o ladrão em
sua casa.
-
O avô viu a avó sentada
em sua cadeira.
-
Pedro viu o
desmoronamento do
barracão.
-
O marido estava na praça
quando viu a mulher de
binóculos.
-
Se o homem soubesse o
valor que tem a mulher
andaria de quatro à sua
procura.
Em uma divertida crônica
publicada no dia 1º de março
no blog Espiritismo Século
XXI, nosso amigo Jorge Leite
de Oliveira tece
considerações sobre o tema
que ora examinamos. Vale a
pena lê-la. Eis o link:
http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2014/03/comunicar-e-preciso-mas-nem-sempre.html
*
Como devemos escrever:
haurir ou aurir?
Depende do que se pretende
dizer, porque ambos os
verbos existem.
Haurir
[derivado do latim haurire]
significa: tirar para fora
de lugar profundo; esgotar,
consumir; beber; sorver,
aspirar; extrair, colher.
Exemplo: João haure
forças do trabalho no bem
que realiza.
Aurir
significa: perder o tino;
fugir alucinadamente;
alucinar-se, oirar, ourar.